Rio Piracicaba

Rio Piracicaba
Rio Piracicaba cheio (foto Ivana Negri)

Patrimônio da cidade, a Sapucaia florida (foto Ivana Negri)

Balão atravessando a ponte estaiada (foto Ivana Negri)

Diretoria 2022/2025

Presidente: Vitor Pires Vencovsky Vice-presidente: Carmen Maria da Silva Fernandes Pilotto Diretora de Acervo: Raquel Delvaje 1a secretária: Ivana Maria França de Negri 2a secretária: Valdiza Maria Capranico 1o tesoureiro: Edson Rontani Júnior 2o tesoureiro: Alexandre Sarkis Neder Conselho fiscal: Waldemar Romano Cássio Camilo Almeida de Negri Aracy Duarte Ferrari Responsável pela edição da Revista:Ivana Maria França de Negri

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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

"A última ceia"



Tony Corazza

Queria estar naquele castelo que vejo ao norte,
Sentado a janela olhando-a caminhar. 
Vendo apenas sua sombra ao amanhecer. 
E imaginar apenas uma beleza medíocre, extremamente real. 
Aquela beleza que não toca o imortal.  

Queria estar sentado naquela luz que vejo no horizonte. 
Piscando infinitas vezes,
Com medo do destino. 
Era para acontecer ou tenho azar?
Conseqüências absurdas!

Ela me toca
Recoloca-me na triste realidade, 
Um lugar sem ter paz e beleza. 
Aonde a solidão te encontra sem vaidade. 

Seu cheiro me paralisa 
Enforca meus pensamentos. 
Prendo a respiração e o "soluço"  não passa,
E duvidas sobre minha sanidade começaram a surgir. 

Ela come meu coração 
Como um leão educado num jantar a luz de velas e taças de cristal. 
Sou a  última refeição de um assassino no corredor da morte
Que já não sente mais o gosto de nada e treme de ansiedade


Ela é um demônio sentimental! De sorrisos sádicos
-Grita minha consciência. 
Achei que a tinha visto bebendo água benta.
-Pensei alto
Constrói igrejas  com corações partidos,
E usaria de mosaico o resto dos seus cacos pulsantes.
-Suspira meu Ego

Mas e se a loucura fosse minha?
Aqueles pensamentos ruins sumiriam
E eu poderia perguntar sobre o amor. 

então...

Será que ela jogaria tudo fora,
Chutaria o tornozelo de Atlas,
Diria que me ama,
E ainda assim equilibraria o universo?

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Premiação

A acadêmica Ivana Maria França de Negri foi contemplada com o terceiro lugar no 25o FEPOC ( Festival de Poemas de Cerquilho).
Ganhou troféu, $500 reais, mais a figuração do poema "Cíclico" na antologia.
A acadêmica Carmen Fernandes Pilotto ganhou Menção Honrosa no mesmo concurso.

domingo, 28 de outubro de 2012

ECILAALICE SÉCULO XXI

 Carmen Maria da Silva Fernandez Pilotto
Cadeira n° 19 - Patrono: Ubirajara Malagueta Lara

O reflexo do espelho regurgita
Um falso riso do gato risonho
- É tarde! É tarde! Alerta o coelho do relógio

Uma menina afobada
Atropela o momento
No vácuo inócuo tormento da rotina

Da esquina de um beco
A rainha de copas observa
E bufa mandos irados e esquizofrênicos
Tolhendo ação e reação dos intitulados humanos

E o lindo vestido engomado azul celeste
Com o laço de cetim esteticamente entrelaçado
Não reflete mais o enredo de nenhum ser contemporâneo
Cujas cabeças já rolaram há muito nos grandes centros urbanos...


sábado, 27 de outubro de 2012

THALES CASTANHO DE ANDRADE



 Esio Antonio Pezzato

Se Thales não cresceu e sempre foi criança,
Por que tivemos nós de nos tornar adultos,
Perder do coração a efêmera esperança
E dos sonhos pueris esmagar nossos cultos?

Hoje dias sem sol nublam nossa lembrança
E fantasmas de dor arrastam os seus vultos.
A ciranda morreu e sepultou a dança,
Nossos sonhos azuis hoje seguem ocultos.

Se Thales mesmo adulto era um simples menino
E de cores povoou nossos sonhos dourados,
Em qual atalho foi que erramos o destino,

E crescemos sem fé, entre dores e miasmas,
Sem sorrisos de sol e sem sonhos alados,
E colamos em nós, máscaras de fantasmas?


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Laços de família e saudade



 Valdiza Maria Caprânico 
Cadeira n° 4 - Patrono: Haldumont Nobre Ferraz 

        Recentemente perdemos uma pessoa muito querida de minha família – o tio José. Com a sua partida, refletindo sobre a vida e a morte, pude concluir o quanto privilegiada sou por fazer parte dessa família.
            Talvez por terem perdido o pai muito cedo, meu pai e seus irmãos – nove ao todo, educados pela mãe viúva – sempre foram muito unidos. Por circunstâncias da vida, os que se afastaram da família, sempre se encontravam nos bons momentos e nos momentos difíceis.
            Impossível esquecer os natais de minha infância, onde todos os irmãos e suas famílias se reuniam em meio a muita alegria, mesa farta e presentes para toda a criançada, em casa de nossa avó e, após sua morte, em casa da irmã mais velha, nossa querida tia Olivia. Após sua morte, as reuniões da família passaram a ser em casa do tio José, nos últimos mais de trinta anos.
            Crescemos todos nós, filhos e sobrinhos, nessa família, na verdade, não como primos, mas como irmãos.
            Quando o meu pai – Dante – o primeiro dos nove irmãos, partiu deste mundo, os outros, nossos tios, nos assumiram, a mim e minhas irmãs, como filhas, e nossa mãe como irmã. Não saberia dizer qual deles foi mais carinhoso, amigo, presente, em nossa vida.
            Assim, a vida foi seguindo; outros tios foram partindo e os que ficavam abraçavam a família do irmão ausente como sua.
            Até que nos restou só um – o tio José. Nunca faltou a nenhum de seus sobrinhos, sobrinhos-netos, seu apoio, seu carinho, sua presença sempre alegre e brincalhona. Era mesmo, nosso “tio-pai”.
        Com sua partida, não apenas seu único filho e seu único neto, mas, todos nós, ficamos órfãos – definitivamente.
            O exemplo de todos eles, do carinho, da união em família é nossa maior herança.
            Refletindo sobre a família, não dá para não comparar com muitas famílias de hoje, onde pais e filhos mal se falam, primos, tios, sobrinhos se tratam como estranhos, onde o carinho, a amizade, o respeito nem existem mais.
            Não que minha família fosse perfeita. Havia, e sempre haverá desentendimentos, rusgas que logo passavam e passarão. Jamais houve agressões físicas, violência, mortes, como se vê nos dias de hoje. É chocante, para minha família toda, ler nos noticiários, frequentemente, filhos matando pais, irmãos se matando, pai matando filhos, enfim, toda essa violência gerada dentro dos próprios lares – numa total falta de AMOR.
            Portanto, o que nos conforta a todos é saber que os laços de família, tecidos com muito amor, amizade e respeito existirão para sempre entre todos nós.
            E que, em algum lugar do infinito, junto de Deus, todos eles, nossos avós, pais e tios estarão felizes, olhando por nós.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

PRIMEIRO ENCONTRO INTER-REGIONAL DE ACADEMIAS MUNICIPAIS DE LETRAS


 Dr. José Perea Martins, diretor da Academia Bauruense de Letras e organizador do Encontro
      
     ACADEMIA  BAURUENSE  DE  LETRAS                     
 PRIMEIRO ENCONTRO  INTER-REGIONAL  DE ACADEMIAS MUNICIPAIS  DE LETRAS
                                          E  ENTIDADES AFINS
     DIA 20 DE OUTUBRO, DAS  8 ÀS 17 HORAS, NO CENTRO EDUCACIONAL DO SESI, BAURU, SP.                                                                                                                                                                                  
                                                                     P A U T A
Primeira  parte – das 8 às 12 horas                                                          
01.Recepção dos convidados.
02.Inscrições (crachás, pastas, etc.)
03.Café da manhã (cortesia).
04.Às 9 horas, constituição da mesa diretora pelas autoridades presentes, representantes das Academias e Entidades afins.
05.Hino Nacional pela Banda Municipal.
06.Abertura oficial pelo Dr. Nilson Ferreira Costa, Presidente da A.B.L.
07.Saudações, em nome do Município, pelo Sr. Elson Reis, Secretário Municipal da Cultura.
08.Palavras de boas-vindas pelo Diretor do SESI,  Prof. Clóvis Aparecido  Cavenaghi  Pereira.
09.Canto de  trovas duplas pelos membros da União Brasileira dos Trovadores
10.Breves palavras dos Presidentes das Academias e Entidades presentes.
11.Palestra  “Incentivo à Leitura” e declamação pelo Poeta  Munir Zalaf.
12.Palestra  “Narrativa literária, artigo de primeira necessidade” pelo escritor Menalton Braff.
13.Das 12 às 13h30 horas, almoço no próprio recinto (cortesia).
14.Reconstituição da Mesa Diretora e reinício dos trabalhos.
15.Palestra “Academias, história e Progresso”pelo Prof. Armando Alexandre dos Santos.
16.Apresentação de audiovisual  em prosa e verso sobre o Acordo Ortográfico de 1990.
17.Apresentações, discussões e deliberações  de propostas ordinárias e extraordinárias.
18.Workshop integrativo e  trocas  de idéias.
19.Escolha da próxima cidade que deverá sediar o II Encontro Inter-Regional de Academias de Letras e Entidades afins.
20.Premiação das delegações mais numerosas, entrega dos certificados e encerramento.
Observações:
 A)As inscrições para o encontro supracitado deverão ser  feitas oficialmente até o dia 30 de setembro, com o envio de listagem dos nomes, via e-mail, para:  Jose.perea@uol.com.br
B)As propostas extraordinárias são aquelas cujo teor deverá  ser, por ofício, encaminhado posteriormente ao destinatário. Elas deverão ser apresentadas formalmente à Mesa Diretora, subscritas, no mínimo, com 10 assinaturas.
C)O Centro Educacional do SESI fica na Rua Zenita  A. Nogueira, 1-67, esquina da Av. Rodrigues Alves, quarteirão 36 (saída para Jaú).
D)No hall de entrada  da convenção haverá um local para exposições e vendas de livros das academias e ou dos  escritores inscritos, bem  como para  a colocação de baners, cartazes, etc.
Comissão Organizadora – Acadêmicos:  Darci Ferreira da Luz,  Joaquim Elísio Mendes,  José Perea Martins,  Maria do Carmo A. Correa,  Mariluci Genovez, Pedro Grava Zanotelli, Rosa Leda Arcoci  Gabrieli  e Ana Maria Barbosa Machado.


Apresentação da Banda Sinfônica Municipal de Bauru
Mesa de abertura do Encontro. Presidindo à sessão, o Dr. Nilson Martins Costa, presidente da ABL e antigo prefeito de Bauru. À sua esqueda, sentado, o secretário municipal da Cultura. De pé, falando, o Dr. José Perea Martins, diretor da ABL e organizador do encontro. A sessão se realizou em Bauru, nas dependências do SESI, no dia 20 de outubro de 2012, com aproximadamente 170 participantes, representando perto de 20 cidades. A mais numerosa delegação foi a da Academia de Letras de Botucatu.

 Conferência de AAS



sábado, 20 de outubro de 2012

CRÔNICAS

Lino Vitti Cadeira n° 37 - Patrono: Sebastião Ferraz                                       

             Estabilizadas as andanças do destino à cata de um oásis onde repousar das preocupações da vida, depois da busca do meu lugar ao sol, passei a sonhar em termos de jornalismo, dentro da qual esperava dar vazão aos pruridos escrevinhantes cultivados dentro de mim como coisa inata e apenas dependentes para vir a lume, desse formidável meio de comunicação humana como são os jornais diários.
À época floresciam o “Jornal de Piracicaba” e “O Diário de Piracicaba”, um e outro trazendo em seu âmago as explosões articulísticas, editorialísticas, poéticas, cronísticas, literárias, de pináculos redatoriais da nata intelectual da terra, o que despertava em mim doses compactas de santa inveja. Inveja santa que me levou a procurar um cantinho, uma brechinha, para poder integrar tão magnífica legião de tão ilustres penas jornalísticas.
Abriu-me a brecha desejada o saudoso amigo Acari de Oliveira Mendes, encaminhando-me ao Diretor Losso Neto que, não só aprovou a idéia do Secretário do Jornal , mas festejou o acontecimento com alegria e feliz por poder escancarar-me as portas do Jornal, para lá dentro escrever em prosa e verso tudo quanto à cuca me viesse. E aí, no horário noturno que às vezes alcançava meia-noite prá mais, redigi, poetei, croniquei, invadindo não raro o campo dos artigos e editoriais, aliás reservado para Losso a Acari, e para muitos cobras que manejavam com maestria a lança da imprensa.
E lá se foram 25 ou 30 anos, martelando as velhas máquinas da redação (algumas tipo martelinho mesmo: lembra, Zé ABC?) escrevendo de tudo. Ficou-me na lembrança mais profundamente foi mesmo a crônica “O Prato do Dia”, criada e mantida pelo Tuca e por mim continuada, depois dele, por cerca de seis a oito anos.
Crônica é um pedacinho do jornal onde algum afoito redator escreve sobre tudo, sobre a gente e os fatos da cidade, sobre coisas da roça, sobre as mutações das horas da natureza, sobre os sonhos que superlotam as cabeças humanas, sobre as realidades e irrealidades da vida, sobre intimidades, preocupações, opiniões, críticas e louvores que sempre andam a povoar a imaginação dos cronistas.
Crônica é o que estou escrevendo (assunto que nada tem a ver com inflação, governo, poderes públicos, etc.) de maneira irresponsávelmente poética, pois tem a crônica, como especial finalidade, agradar aos cérebros leitores, sem forçar, sem exigir, sem falar mal do que e de quem quer que seja. Crônica é o que escreve aí na segunda página o Cecílio, como eu tentando colocar para fora, de uma forma sublimada, idéias estranhas e discordantes, pensamentos gostosos, com sabor de uva, para que o leitor, se for bom mesmo, vá tirando da sua leitura o delicioso vinho dos tropos literários, das metáforas, das antíteses, dos contrastes, das comparações, das sínteses, dos pleonasmos, da invocação, etc., chegando ao final da tirada cronística de cabeça aliviada, alegria e aprovação por haver o cronista conseguido arrebatá-lo, por um pouquinho, do chão da vida, para o céu do sonho e da fantasia.
Vocês repararam como os cronistas escrevem muito de si? Por que será? Que coisas têm eles tanto no seu íntimo forçando uma saída, através dessa maneira de arte, para  ir provocar sentimentos, de aprovação às vezes, de discordância, outras, num ou em muitos leitores em geral desconhecidos, de cultura desconhecida, de idade desconhecida? Quem lhes deu esse direito de mexer com a alma dos outros, provocar reações diferentes, gostar ou não gostar, aprovar ou rejeitar o que as linhas da crônica vão desfilando aos milhares de olhos leitores, para que saibam, por exemplo, que Lino Vitti é um eterno roceiro, que Cecílio é um perpétuo ponto de interrogação?
Isto são as crônicas, isto são os cronistas.
Obrigado, leitor, por tudo quanto supuseres ou lá no teu íntimo engendrares, sobre crônicas e sobre cronistas.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Acadêmico Armando Alexandre dos Santos participa de Seminário em Beja - Portugal


Link do evento realizado em Beja -  Portugal (clique aqui)

Alentejo e Brasil uniram-se para homenagear o grande bandeirante brasileiro Antonio Raposo Tavares, nos dias 5 e 6 de outubro.
O membro da Academia Piracicabana de Letras Armando Alexandre dos Santos esteve lá, representando o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

CORAL VOX NA CAPELA



Maria Cecilia Graner Fessel

Não sei se fui eu a ir a Francisco, ou se foi Francisco é que veio a mim....

Na capela franciscana imaculada
Brilhava até o antigo piso bem polido.
 Os velhos bancos e as imagens delicadas,
Convidavam: Vem, ninguém é excluído!

 Num clima fraterno de celeste calor
Juntaram-se vozes de timbres variados
Cantando com pauta, às vezes de cor,
A nós os ouvintes  já conquistados.

Tantas almas diversas ali se reuniam
Tantas vozes seus ecos ali espalhavam!
Eram as vozes  que as almas uniam
Ou eram as almas que as vozes juntavam?

Tais almas e vozes em perfeita harmonia
Criavam de fato A Perfeita Alegria:
Era o santo Francisco a nos seduzir
 Em sua santa Pobreza dedicada a servir...

Ao Pobrezinho fui eu que busquei ?
Foi ele mesmo que veio até mim?
Foi a humildade vestida de frei,
Foi o sussurro de algum serafim?
Na verdade não sei, também não importa
Pois ali a Irmã Paz me abriu sua porta! 


domingo, 14 de outubro de 2012

Duas cronistas



Ivana Maria França de Negri

Os bons ares da primavera trouxeram, numa lufada só, duas agradáveis surpresas para o universo literário de Piracicaba.
Duas exímias esgrimistas da palavra nos brindaram com seus respectivos livros de crônicas: Maria Helena Aguiar Corazza e Myria Machado Botelho, que reinaram soberanas em suas noites de autógrafos.
Coincidentemente, as duas escolheram para ilustrar a capa de suas obras, fotos de quando crianças, evocando a infância, período mágico da vida. Todos deveríamos manter viva dentro de nós a criança que fomos um dia. O tempo pode até transformar o exterior, mas a essência divina de cada ser permanece.
“Crônicas de Maria Helena” e “Fogão a lenha – Retrato provinciano”, são daqueles livros que a gente saboreia, degusta cada palavra e se farta de encantamento. E como ambas são poetisas, tudo o que escrevem se torna extremamente belo e a maneira delas de narrar fatos corriqueiros, os torna especiais e únicos.
Em suas prosas poéticas, contam histórias, sagas familiares, lendas e até dividem segredos com os leitores. Com os dons que Deus lhes concedeu, ora nos fazem chorar, ora sorrir.
Às vezes a carga emocional é tamanha que lágrimas brotam furtivas ao ler  alguma passagem mais carregada de sentimentos.
E elas vão tecendo tramas, dramas, dias de sol, de chuva e de esperança. Essas duas guerreiras demonstram uma fé inabalável em Deus, força essa que as faz superar todas as vicissitudes que a vida lhes apresenta. E fazem da oração seu alimento diário.
Tanto Maria Helena quanto Myriam pertencem à Academia Piracicabana de Letras, sendo que  Maria Helena é a atual presidente.
As duas escritoras colaboram há várias décadas na imprensa piracicabana e ganhadoras de importantes prêmios. Outra marca que as une é o amor à família e a Piracicaba.
Duas magas, detentoras de varinhas de condão que transformam simples palavras em obras primas. E permitem que os leitores viajem em seus textos, sintam odores de infância, de bolos caseiros ou jardins de rosas, de terra molhada, de maresia  ou da colônia da vovó.
E as surpresas não param, sons esquecidos são resgatados, cantigas de ninar de  mães, lições de professoras, sinos de capelas, marchinhas carnavalescas e sons de valsas. E os sabores revivem nas papilas gustativas, sentimos na boca o gosto do café forte, a doçura de um beijo, o sabor das frutas apanhadas no pé e das gostosuras natalinas.
Piracicaba só tem a agradecer a essas duas grandes escritoras por suas penas encantadas que sempre traduzem emoção, e de certa forma, ajudam as pessoas a aceitarem quando nada há a fazer, mas também a lutar com garra quando preciso. A jamais perder as esperanças e nunca deixar de amar, de sentir o amor em todas as suas formas, filial, maternal, conjugal, pela natureza, a Deus, enfim, amor universal por todas as criaturas.
            Para encerrar, apenas duas palavrinhas a essas duas mulheres especiais: muito obrigada!

Ivana Maria França de Negri - Cadeira n° 33
Patrono: Fernando Ferraz de Arruda

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

NOS TEMPOS DE CRIANÇA


Ludovico da Silva

Quem não traz consigo lembranças agradáveis dos tempos de criança! As meninas com as brincadeiras de roda, bonecas, amarelinha, passa anel, peteca, pata-choca, pula corda, bom barqueiro e os meninos com os jogos de bolinha gude, pião, carrinho de rolimã, rolar dentro de pneus, empinar pipa e outros entretenimentos para passar o tempo. Brincadeiras inocentes até entre meninas e meninos. Brinquedos feitos pelos próprios meninos. Que tempos saudosos que a memória nunca apaga! Talvez seja até por isso que pais e avós gostam de viver os tempos de criança, carregando os filhos de cavalinho nas costas e imitando corcovos, bem como brincando dentro de casa de esconde-esconde pega-pega, “tanda”, forca e tanto quanto mais que dão uma canseira danada. E as crianças riem dos esforços e pedem mais.
Hoje as brincadeiras são outras. As crianças preferem desenhos animados exibidos pela televisão ou passar o tempo com vídeo game e jogos de computadores. São épocas diferentes.
Não adianta fazer comparações. Os tempos são outros. Antigamente, as crianças não tinham as facilidades encontradas hoje, com tudo colocado à sua disposição, mas havia outras opções para se divertir.
Pode ser saudosismo, mas gosto de voltar um pouco no tempo. Eu fabricava caminhõezinhos, pregando uma lata vazia de marmelada Colombo em tábua de caixa de sabão de vinte e sete pedaços. As rodas eram de latas de graxa de sapato e os eixos de galhos de árvores bem roliços. A cabine do motorista era obra criativa de pedaços de madeira. Com isso, eu ficava horas me divertindo no quintal de minha casa, carregando materiais dos mais diversos tipos.
E como conversar ao telefone? Fácil. Um pedaço bem comprido de barbante ligado nas extremidades por duas latas pequenas de extrato de tomate Elefante. Nem sempre era audível, mas eu falava mais alto e o amigo respondia do outro lado e se ouvia tudo muito bem, não fosse pelas linhas telefônicas improvisadas pelo próprio som que o vento trazia. E a gente se divertia matando o tempo com conversa fiada ou combinando traquinagens inocentes, como nadar no rio por perto ou apanhar frutas nos pomares vizinhos.
Para os jogos de futebol, praticado nos campos reservados a pastagens de animais, quando não em terrenos irregulares, de terra batida, as bolas eram feitas de meias em desuso, esburacadas nos dedos e calcanhares, de tamanho dessas usadas em tênis pelos profissionais da atualidade. Os gols eram demarcados com tijolos ou mesmo bonés e roupas dos atletas envolvidos nos jogos. Não havia necessidade da área do pênalti e nem impedimentos eram considerados. O que valia mesmo eram os gols marcados e a consagração dos artilheiros, nos abraços e incentivo das torcidas.
A pipa ou papagaio não era do tipo que hoje tem os mais diferentes tamanhos e desenhos. No meu tempo era feita de papel de seda, colorido, colado com grude de água e trigo em armação de vareta de bambu e a cauda com o mesmo material, mas em elos de diversos tamanhos. Nas linhas eram colocadas mensagens que se perdiam nos ares. O empinar das pipas fustigava acirrada luta entre os concorrentes, por que algumas não subiam e davam as chamadas cabeçadas e caíam no chão.
Bem, se os tempos são outros não há como mudar, tampouco como fugir. As brincadeiras das crianças têm sua época. É a vida que passa e as recordações se transformam em saudade, que a memória registra para sempre.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

A mutação das fadas

Cássio Camilo Almeida de Negri
Cadeira n° 20 - Patrono: Benedicto Evangelista da Costa

O quintal da casa continuava em um bosque, igual àqueles que existem na imaginação das crianças.
Grossas árvores centenárias coloriam de verde a paisagem. O chão, forrado por grossa camada de folhas secas e em decomposição, pincelavam o local com nuances que iam do amarelo ao avermelhado.
A cada passo dado seu amassar ecoava singela melodia junto com agradável odor de musgo úmido.
Raios de sol por entre as árvores espaçadas se desenhavam ao refletirem-se nas gotículas de vapor e pólen suspensas no ar.
Um ou outro pássaro quebrava o silencio com seu cantar, convidando ao descanso do corpo e elevação do espírito.
Então, no pé da arvore, a terra começa a fender. Racha, e de dentro dela começa a sair horrendo ser escuro, parecendo asqueroso verme, com pernas angulosas e peludas e com espécie de gancho nas pontas .
Após um longo sono de dezessete anos, aquele monstro acorda. Ninguém sabe o que o despertou. Da terra mater, surgem aos milhares, milhões, incontáveis.
Com suas patas em gancho, vão subindo pelos troncos arbóreos quando desce o véu da noite negra.
Iluminados pela lua cheia, forram os troncos das árvores, como um horrendo  exército de monstros. Param, agarrados em diversas alturas das plantas .
Em dado momento, seus dorsos se partem, numa metamorfose fantasmagórica ao luar. Dali emergem seres alados, com suas asas transparentes e rendilhadas, parecendo feitas de papel de seda.
No dia seguinte, um verdadeiro concerto musical ecoa pelo bosque.
São as fadas cigarras, anunciando o verão. Emergiram das trevas onde estiveram hibernando por dezessete anos, para, por alguns dias cantando, procriar o eterno ciclo da vida.


terça-feira, 9 de outubro de 2012

O Poeta




Tony Corazza

Meu estômago vazio conversa comigo
Suplica, implora por ajuda!
Pelas paredes ecoa um barulho 
Vozes  
Conversas sem sentido,
Se não o próprio som 
Absurdos,
Como a batida de uma música sem ritmo 
Eu medito, reflito
Sinto a essência do Todo. 
Mas sou um poeta, um romântico,
Amante da perfeição e da beleza
Prisioneiro dos meus próprios pensamentos e desgraças
Acompanhado de demônios mais santos  que minha  própria consciência 
Protagonista de uma tragédia grega; 
O qual  último desejo é um caixão fechado, 
Que esconde um corpo podre e narcisista 
Sinto-me sujo, corrompido
Nesse mundo de desespero, ódio 
De amores desiludidos
Mas sinto a falta da cólera
Arranho a ferida, 
Surge a dor intensa, 
E a arte renasce. 


sábado, 6 de outubro de 2012

CANDIDATOS

Lino Vitti Cadeira n° 37 - Patrono: Sebastião Ferraz                                       

Sobraçando "santinhos", a horas mortas

lá vai o esperançoso candidato,

a suplicar um voto em todas as portas

na fiusa de escapar do anonimato.

 

Promete endireitar as coisas tortas,

de quitutes encher do pobre o prato...

No céu abre o luar suas comportas,

no teto mia importuno gato.

 

E se não fora o sonho da vitória

a animar esses loucos peregrinos

peregrinos audazes da política,

 

não veríamos, certo, essa mixórdia

de espíritos, de gente, de destinos,

trás dessa maratona apocalítica.”



quinta-feira, 4 de outubro de 2012

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Crônicas de Maria Helena - comentário de Leda Coletti

Leda Coletti- Cadeira no 36
Cadeira n° 36 - Patrona: Olívia Bianco

Maria Helena aproveitou colocar numa coletânea, as crônicas publicadas em jornais da cidade.
Aborda temas de vida, a maior parte de nossa rotina diária, se atendo mais naqueles que se aproximam dos valores morais, espirituais. Alguns destes são enfatizados através de testemunhos de vida. Assim: “Falando de Zilda Arns”, “ A vida de Santa Tereza”, “E Tina foi para o céu!” e outros. Procura nos seus escritos valorizar as boas ações de pessoas, com as quais conviveu, num preito de admiração e exemplos de vida dignificantes. Por esta razão sua obra tem um significado valioso, pois entrelaça aspectos culturais,  religiosos e sociais.
Não deixou de destacar a importância da família, as relações afetivas e lembranças enternecedoras, como em “ Às alunas do Colégio Assunção,” evocando os anos dourados da segunda metade do século XX.
A leitura de “Crônicas de Maria Helena”, é prazerosa, além de trazer mensagens de otimismo, que nos levam a reflexões sobre a eficácia de procurar bem viver.

Galeria Acadêmica

1-Alexandre Sarkis Neder - Cadeira n° 13 - Patrono: Dario Brasil
2- Maria Madalena t Tricanico de Carvalho Silveira- Cadeira n° 14 - Patrono: Branca Motta de Toledo Sachs
3-Antonio Carlos Fusatto - Cadeira n° 6 - Patrono: Nélio Ferraz de Arruda
4-Marcelo Batuíra da Cunha Losso Pedroso - Cadeira n° 15 - Patrono: Archimedes Dutra
5-Aracy Duarte Ferrari - Cadeira n° 16 - Patrono: José Mathias Bragion
6-Armando Alexandre dos Santos- Cadeira n° 10 - Patrono: Brasílio Machado
7-Barjas Negri - Cadeira no 5 - Patrono: Leandro Guerrini
8-Christina Aparecida Negro Silva - Cadeira n° 17 - Patrono: Virgínia Prata Gregolin
9-Carmen Maria da Silva Fernandez Pilotto - Cadeira n° 19 - Patrono: Ubirajara Malagueta Lara
10-Cássio Camilo Almeida de Negri - Cadeira n° 20 - Patrono: Benedito Evangelista da Costa
11- Antonio Filogênio de Paula Junior-Cadeira n° 12 - Patrono: Ricardo Ferraz de Arruda Pinto
12-Edson Rontani Júnior - Cadeira n° 18 - Patrono: Madalena Salatti de Almeida
13-Elda Nympha Cobra Silveira - Cadeira n° 21 - Patrono: José Ferraz de Almeida Junior
14-Bianca Teresa de Oliveira Rosenthal - cadeira no 31 - Patrono Victorio Angelo Cobra
15-Evaldo Vicente - Cadeira n° 23 - Patrono: Leo Vaz
16-Lídia Varela Sendin - Cadeira n° 8 - Patrono: Fortunato Losso Netto
17-Shirley Brunelli Crestana- Cadeira n° 27 - Patrono: Salvador de Toledo Pisa Junior
18-Gregorio Marchiori Netto - Cadeira n° 28 - Patrono: Delfim Ferreira da Rocha Neto
19-Carmelina de Toledo Piza - Cadeira n° 29 - Patrono: Laudelina Cotrim de Castro
20-Ivana Maria França de Negri - Cadeira n° 33 - Patrono: Fernando Ferraz de Arruda
21-Jamil Nassif Abib (Mons.) - Cadeira n° 1 - Patrono: João Chiarini
22-João Baptista de Souza Negreiros Athayde - Cadeira n° 34 - Patrono: Adriano Nogueira
23-João Umberto Nassif - Cadeira n° 35 - Patrono: Prudente José de Moraes Barros
24-Leda Coletti - Cadeira n° 36 - Patrono: Olívia Bianco
25-Maria de Lourdes Piedade Sodero Martins - cadeira no 26 Patrono Nelson Camponês do Brasil
26-Maria Helena Vieira Aguiar Corazza - Cadeira n° 3 - Patrono: Luiz de Queiroz
27-Marisa Amábile Fillet Bueloni - cadeira no32 - Patrono Thales castanho de Andrade
28-Marly Therezinha Germano Perecin - Cadeira n° 2 - Patrona: Jaçanã Althair Pereira Guerrini
29-Mônica Aguiar Corazza Stefani - Cadeira n° 9 - Patrono: José Maria de Carvalho Ferreira
30-Myria Machado Botelho - Cadeira n° 24 - Patrono: Maria Cecília Machado Bonachela
31-Newman Ribeiro Simões - cadeira no 38 - Patrono Elias de Mello Ayres
32-Angela Maria Furlan – Cadeira n° 25 – Patrono: Francisco Lagreca
33-Paulo Celso Bassetti - Cadeira n° 39 - Patrono: José Luiz Guidotti
34-Raquel Delvaje - Cadeira no 40 - Patrono Barão de Rezende
35- Elisabete Jurema Bortolin - Cadeira n° 7 - Patrono: Helly de Campos Melges
36-Sílvia Regina de OLiveira - Cadeira no 22 - Patrono Erotides de Campos
37-Valdiza Maria Capranico - Cadeira no 4 - Patrono Haldumont Nobre Ferraz
38-Vitor Pires Vencovsky - Cadeira no 30 - Patrono Jorge Anéfalos
39-Waldemar Romano - Cadeira n° 11 - Patrono: Benedito de Andrade
40-Walter Naime - Cadeira no 37 - Patrono Sebastião Ferraz