Rio Piracicaba

Rio Piracicaba
Rio Piracicaba cheio (foto Ivana Negri)

Patrimônio da cidade, a Sapucaia florida (foto Ivana Negri)

Balão atravessando a ponte estaiada (foto Ivana Negri)

Diretoria 2022/2025

Presidente: Vitor Pires Vencovsky Vice-presidente: Carmen Maria da Silva Fernandes Pilotto Diretora de Acervo: Raquel Delvaje 1a secretária: Ivana Maria França de Negri 2a secretária: Valdiza Maria Capranico 1o tesoureiro: Edson Rontani Júnior 2o tesoureiro: Alexandre Sarkis Neder Conselho fiscal: Waldemar Romano Cássio Camilo Almeida de Negri Aracy Duarte Ferrari Responsável pela edição da Revista:Ivana Maria França de Negri

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quarta-feira, 28 de maio de 2014

A influência da leitura

            

 Vanessa Maria da Silva*

Toda leitura tem grande influência na escrita, pelo fato de que o leitor entra em contato com novas palavras, novos contextos, novas formas de linguagem para enriquecer o seu vocabulário. Ele também  descobre novos mundos e amplia o seu conhecimento.
            É praticamente impossível para uma pessoa que possua o hábito de ler  e também de  interpretar e analisar o que leu, não conseguir escrever  corretamente, pois   para escrever melhor, é preciso ter boa análise de todos os assuntos lidos.  Assim, o leitor pode expandir seu  conhecimento e aumentar seu grau de envolvimento social, quando escreve.
 As pessoas que não possuem a leitura regular, geralmente ficam limitadas em um mundo pequeno, pois têm conhecimentos escassos, são desinformadas e, consequentemente, alienadas.
         A televisão, o rádio, entre outros meios de comunicação tendem a nos trazer informações sobre novos conhecimentos, eles nos ajudam a inovar o vocabulário, a ter  visão sobre a realidade social, porém é  somente através da leitura de livros, jornais, revistas, que conseguimos expandir o nosso conhecimento no “mundo da escrita”, valorizando o senso crítico de escritor.

              

*Estagiária do “Acessa Escola”  na E.E “Profª Catharina Casale Padovani”

domingo, 25 de maio de 2014

O poeta encontra a poesia

 Marisa F. Bueloni
Cadeira no 32 - Patrono: Thales Castanho de Andrade
    
     O que acontece quando o poeta encontra a poesia? Deve ser um evento de sublime natureza, creio eu. Penso que hoje deveria brindar os leitores com uma crônica de alta voltagem e trazer um pouco de reflexão a este nosso mundo caótico.
     Quem sabe, um texto poético, para este universo eclético? Teríamos tanto a dizer, a expressar, a escrever. Ficamos entre um tema e outro e, se não nos decidirmos logo, não sairemos do lugar.
     A vida urge. O tempo não para, já dizia Cazuza, que foi um destes poetas desgraçados que a vida acabou de desgraçar. Por uma escolha pessoal. Havia nele o perigoso amálgama de sonho, rebeldia, profecia e verdade. Soube misturar tudo isso, com segredos de liquidificador, assim como o fez Renato Russo, deixando à mostra o nervo exposto da sua dor e da sua angústia existencial.
     Existir não deveria ser angustiante. Viver deveria ser a mais bela das aventuras, mas nem sempre é assim. Se eu escrever aqui que a vida é feita de escolhas, estarei repetindo a frase mais repetida dos feicebuques da vida.
     No entanto, cada um escolhe o próprio caminho. Verdade que uns são empurrados para um tipo de vida e de atividade que nem sempre teriam escolhido, se lhes fosse dado escolher.
     Existe, e é notório, um contingente de sábios que consegue mudar o rumo a seguir e fugir do recurso comum, que a todos é apresentado como norma e ponto final. Mas, poucos escrevem para si mesmos uma história verídica, com todas as nuances autênticas, incluindo o som das palavras em sua nudez e em sua crueza.
     Quando a alma do poeta encontra a poesia em estado puro, algo acontece à sua volta. Num de seus versos, deixou claro que deveria ir fundo, onde tudo se revele. Na textura dos ossos, no limite da pele.
     Contudo, é preciso coragem para “ir fundo” e viver o que há de mais latente dentro da alma, nas profundezas do ser, no recôndito de cada desejo. Ao poeta é dado este discernimento quase sobrenatural. Não contrariar uma ordem divina, jamais.
     Segue o poeta uma vida de leis que ele não entende, mas obedece, não por comodismo ou falta de questionamento, mas porque assim é e assim lhe basta. Ele sabe que a paz não tem preço e que o sonho habita seu coração.
     O poeta pensa duas vezes, antes de qualquer coisa. Imagine só. O que estou afirmando? Duas é pouco. Mil vezes, um milhão de vezes. Passa noites insones à procura de uma solução, tanto para o verso como para a vida.
     A vida terá solução? É a pergunta que faz tremer sua poesia pequenina, sem pretensão alguma. Poeta humilde é assim: colhe a flor do caminho e agradece a Deus por esta dádiva. Afinal, o que mais poderia ele desejar?
     Só umas coisinhas, bem simples. Um banho quente depois de um dia cansativo; a cama aconchegante para dormir o sono dos anjos; um café da manhã onde não faltem fruta e pão com manteiga.  Depois, seja o que Deus quiser.
     O poeta começa o seu dia, igual a todos os mortais. Não escapará da dor, do sofrimento, da luta diária, porque a poesia jamais o salvará. Ele sabe disso.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

CAMINHANTE


Helena Curiacos Nallin

Todos somos caminhantes
Neste mundo de ilusões
Alguns procurando abrigo
Outros buscando emoções

Caminhantes, um abrigo
Você acha sem grande perigo,
Mas emoções bem vindas,
Só mesmo a sorte sorrindo

Para isso ande sempre
Com muita fé e amor
Caminhante, não desista
Ame, viva e insista
Aí você vai viver

A emoção que te visita.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Na longa estrada da vida

 Marisa F. Bueloni
Cadeira no 32 - Patrono: Thales Castanho de Andrade

    Se me perguntarem qual mês é mais bonito, se abril ou maio, hesitarei na resposta. Abril é todo feito de luz, prenúncio e confirmação da beleza outonal. A Terra se recompõe para um novo movimento e pode-se ouvir o rumor de seu eixo em rotação.
     Maio me traz uma parte linda da infância e do grupo escolar. É o mês dos casamentos, o mês de Maria, o mês do rosário. Relembro meu pai e minha mãe, rezando o terço, de joelhos, diante do quadro dos Sagrados Corações. Não sei se rezo mais em maio do que nos outros meses; acho que não. Rezo igual.
     Nesta longa estrada da vida, vamos todos seguindo e não se pode parar. À medida que avançamos na idade, nosso trabalho parece aumentar, os compromissos e deveres se avolumam de forma curiosa. Da vida ninguém se aposenta. É uma grande bênção ser útil em qualquer tempo, todos os dias, para os outros, para nós mesmos e para Deus.
Quem julgou descansar em berço esplêndido na aposentadoria, pode tirar o cavalo da chuva. Claro, há aqueles que, por vontade e planejamento, desejam se enfurnar em algum sítio, deitar numa rede e ali ficar para sempre. Mas em geral, não é bem assim.
Podem acontecer coisas terríveis na sonhada mudança da cidade para o campo, quando se compra uma chacrinha graciosa e se tem de conviver com o vizinho e mais quatro cachorros de diferentes raças. Uma sinfonia de latidos para ninguém dormir.
Ou então, você compra a propriedade para morar e o seu vizinho tem a dele para as festas e farras dos finais de semana. Aí, você está perdido. Venda para o primeiro que aparecer. E vá se aposentar em outro lugar. Talvez numa casinha boa, num bairro sossegado, sem tanto barulho.
Assim é a vida e suas surpresas, seus golpes rasteiros, que nos pegam numa curva do caminho. Paciência.  Porém, existe um grupo privilegiado de pessoas que escapa meio ileso, envelhece com saúde, viaja o ano todo, curte praia, tem dinheiro para tudo isso e é feliz. Qual será o segredo?
Não existe segredo algum. Ninguém sabe como estas pessoas driblaram o derrame, o temido “alemão”, a diabete, as doenças degenerativas e chegaram tão inteiras e dispostas, trafegando pela longa estrada da vida sem bengala. Uns morrem de enfarte aos trinta anos, outros estão nos setenta, dançando nos bailes saudosistas e programando a próxima viagem.
Esta estrada é nossa velha conhecida e por ela nos conduzimos, dando um passo por vez. Ao longo do trajeto, encontramos os caminhantes ao nosso lado e dividimos um copo de água, um pedaço de pão, uma peça de roupa, um abraço, pois seguimos todos para o mesmo lugar.
Quem trabalha de sol a sol, quem já se aposentou ou já percorreu boa parte do caminho, enfim, cada um vai deixando sua presença, sua marca e seu rastro no solo abençoado que palmilhamos hoje e onde repousaremos amanhã.
Que a terra desta longa estrada da vida nos dê frutos benfazejos e faça brotar de nós a relevante solicitude do amor. Como diria o filósofo Mario Sergio Cortella: “Vivam bem e morram em paz!”.



         

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Acadêmicos premiados em concurso de trovas de São José dos Campos


 André Bueno Oliveira e Leda Coletti foram premiados pelo Concurso de Trovas da UBT de S.José dos Campos. 

Tema: EDUCAÇÃO




André Bueno Oliveira
Cadeira n° 14 - Patrona: Branca Motta de Toledo Sachs



 2º lugar

Se tens Família ou Escola,
pode até faltar-te o pão!
Pão, consegues por esmola...
mas jamais a Educação.




Leda Coletti- Cadeira no 36
Cadeira n° 36 - Patrona: Olívia Bianco

 3º lugar

Promover o ser humano
por meio da Educação,
 é fazê-lo soberano
a si próprio e à Nação.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Convite



SESSÃO MAGNA DE POSSE DA DIRETORIA

Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba tem a honra de convidar V.S. e Exma. Família para a Sessão de Posse da nova Diretoria 2014-2016.

Dia: 23 de Maio de 2014
Horário: 19:30hs
Local: ACIPI
Endereço: Rua do Rosário, 700 - Centro - Piracicaba, SP.

DIRETORIA 2014-2016

Presidente: Vitor Pires Vencovsky
Vice-Presidente: Toshio Icizuca
1° Secretaria: Valdiza Maria Capranico
2°Secretario: Pedro Caldari
1° Tesoureiro: José Carlos Esquierro
2° Tesoureiro: Moacir Nazareno Monteiro
Orador: Gustavo Jaques Dias Alvim
Diretora de Acervo: Renata Gava

Suplentes da Diretoria
Almir de Souza Maia
Luiz Antonio Balaminut
Alexandre Sarkis Neder

Conselho Fiscal
Antonio Messias Galdino
Claudinei Pollesel
Legardeth Consolmagno

Suplentes do Conselho
Noedir Monteiro
Antonio Carlos Neder
Geraldo Claret de Mello Ayres

A programação segue em anexo.

Abraços,

Vitor Pires Vencovsky
Presidente - 2012-2014


quarta-feira, 14 de maio de 2014

LONGA ESPERA

Antonio Carlos Fusatto
Cadeira n° 6 - Patrono: Nélio Ferraz de Arruda

Noite avançada; céu deslumbrante, leva o cabisbaixo noctívago à margem do rio, onde se acomoda num banco de areia: calça arregaçada, pés descalços dentro d’agua, olhos voltados ao firmamento, pede a conspiração da lua e das estrelas a seu favor, para tornarem a noite ainda mais bonita, a fim de lembrá-la do grande amor que nele despertou. Nesta negritude mística, a natureza prepara um cenário mágico para o desenrolar de um monólogo mental, que ora se inicia.
Pirilampos vagueiam por este palco natural, fortalecendo com suas luzes o encantamento do local; vez ou outra, a sinfonia de grilos e batráquios é interrompida pelo pio estridente d’alguma ave noturna em voo rasante.
A lua, expectadora deste cenário, parece sorrir comovida, lançando sobre a copa das árvores e o rio uma colcha tecida com fios de prata; uma brisa leve passeia pelos galhos das árvores, alternando o cenário com o farfalhar das folhas.
O tempo passa...; olhos semiabertos, o pensamento devaneia pelo tempo...
Cheiro de relva rorida aguça-lhe ainda mais a lembrança dos momentos que ali passou com ela; dos passeios de barco nas manhãs sonolentas, das pescarias ao pôr-do-sol, rebojar dos cardumes nas piracemas...
A ampulheta não para, paulatinamente espesso nevoeiro, mais parecendo um exército de fantasmas rastejando sobre a relva, envolve o rio e a mata... Ali sentado, só ele e o rio... Dela, a saudade, a vontade de gritar ao mundo, a dor da desilusão.
Propositalmente ela deixou o tempo passar, talvez um dia resolva procurá-lo; provavelmente terá ido embora, seu espírito indômito não permite ficar: é como o rio solitário, ora calmo, ora agitado, mas sempre em busca de um braço de mar.

E, nesta divagação, já é dia, sol escaldante, areia molhada, um rancho esburacado, herança de seu saudoso pai, uma porteira mal fechada, no horizonte a silhueta de um adeus!...

segunda-feira, 12 de maio de 2014

APOTEOSE NO INFINITO

Elda Nympha Cobra Silveira
Cadeira n° 21 - Patrono: José Ferraz de Almeida Junior  

No céu tão lindo as nuvens vagam
Encobrindo a lua tímida e minguante,
Á espera do calor do sol fecundo
Que afoito, mesmo  distante
Lança seus raios num segundo.

Aquela lua que se torna
Crescente e bela se inflando de luz
E alegria, derrama pelo céu
Seu maternal sorriso e
Toda cheia pontilha
O negro firmamento
De lindas estrelinhas
Surgidas do seu ventre.

A lua e o sol
Cada um no seu momento
Trazem sua luz
Trazem seu  amor
Trazem sua paz

Nas suas entrelinhas.  

sexta-feira, 9 de maio de 2014

EDUARDA, MINHA MÃE

Elda Nympha Cobra Silveira
Cadeira n° 21 - Patrono: José Ferraz de Almeida Junior  

Estarrecida, olhava à minha volta
E sentia a sua presença,
Isso sempre senti
Desde a nascença.
A senhora, minha mãe
Era o calor, a compreensão
O porto na chegada
E a benção na partida.
Com seu sorriso complacente
E seu olhar admirador
Me envolvia, sempre
 Na doçura do seu amor.

Ninguém mais me vê
Desse seu jeito amigo
Valorizando cada gesto meu,
O seu amor de mãe
Não foi desfeito, está comigo
Nem a morte o levou,
Pois sinto que ainda estou
Nos braços seus. 

quinta-feira, 8 de maio de 2014

DIA EM QUE MÃE SILENCIOU


Irineu Volpato

quanto rogou nesse dia em que mãe
silenciou mutilada e viajou
por estradas onde a vida nem mais contava...

que madrugada lhe apagasse os olhos

quarta-feira, 7 de maio de 2014

ODE ÀS MÃES

(Alfio Presotto)
 autor: Zilmar Ziller Marcos

Mãe, honrada seja sempre por ti, oh filho, e, assim,
      na face da Terra, tua vida se prolongará                   Efésios 6:2

A  me-a desde a tenra idade e até da vida o fim,

           porque és único diante dela; é quem te guardará. Prov. 4:3 e 6

eu regozijo cresce pois zela por tua vida;

            para ti é sua saudade e seu pranto, depois.        II Coríntios 7:7
la, diante d’uma especial testemunha querida,

       Corre, perseverante, a carreira que se propõe      Hebreus 12:1

eal, terno e sincero amor ao filho é dedicado
     e. a favor dele, com denodo, dá sua existência          João 15:13
o seu coração, a misericórdia, bem amado,
     detém-se para contigo com segura paciência,         Isaias  63:15
I    nstruindo-te no caminho em que tu hás de andar;
     ’inda quando velho fores, nele te encontrarás            Prov. 6:20
iligente, com esperanças, te espera no lar
     onde, firme nas preces, as agruras vencerás.       Romanos 12:12
morosa na compaixão, perdoa, com bondade,
        filhos, continuação de sua vida temporal                Efésios 9:32
evocão e compreensão que geram felicidade,
       dá aos seus, com prudência separando o bem do mal I Reis 3:9
É  s Mãe, desde o princípio, Mãe eterna, duradoura;

       mais ainda, no correr da vida: Consoladora         Isaias 66:13

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Ataque do Demo

 Marisa F. Bueloni
Cadeira no 32 - Patrono: Thales Castanho de Andrade

          Sofri um ataque do demo. Foi. Deste mesmo que você está pensando. Do capeta. Vade retro! Três dias e três noites sem dormir e sem comer. Tomar banho, tomei. Bem que ouvi um rumor de patas a minha volta, mas julguei fosse o tropel dos cavalos do Apocalipse. Não era. Era o tinhoso em pessoa me atacando pelos flancos. De frente, ele não tem coragem. Covarde das trevas.
     Acredite ou não, sofri o ataque. Por um breve descuido do meu Anjo. Deu brecha, o “encardido” entra. Por onde menos se espera. Pérfido, ardiloso, sorrateiro. E faz um estrago geral. Desgraçado! Aparece agora, e espeto teu traseiro com a ponta da minha espada afiada no zelo apostólico! Vem, que te expulso com um cabo de vassoura e meu terço bento, vindo do santuário de Fátima.
      Como aconteceu? Ah, foi só começar aquele primeiro parágrafo: “Madre Tereza de Calcutá sentia a escuridão, o frio e o vazio dentro de si....” – e ele atacou. Ele é a treva, o coisa-ruim que faz insinuações, feito a serpente seduzindo Eva: “Olha lá, sua tonta”. Sua tonta... Quem é tonta?  
Valei-me Nossa Senhora das Graças! São Miguel Arcanjo, príncipe da milícia celeste, defendei-me! Meu santo padre Pio de Pietrelcina! Santa Brígida da Suécia, minha protetora e padroeira das viúvas! 
     Bastou invocar o nome de São João da Cruz no texto, para o cão raivoso uivar das profundezas abissais, lá da sua quentura eterna. Disse, me desafiando: “Não vai publicar, não vai.” Respondi: “Pois vamos ver”. Ah, seu devorador de almas! Ainda há Quem vença esta batalha. Existe Alguém acima de ti. 
     Sim, a fera me atacou. Foi ele. Aquele que ruge à nossa volta como um leão. Foi esta criatura tenebrosa que espreita nossas portas, camas e mesas, passa por todos os vãos, sobe no telhado, espia lá de cima, conhece o que fazemos e o que amamos. Por Deus, como não adivinhei de imediato? Caí que nem pata em suas artimanhas. 
     Ah, que eu tenho bem guardado meu vidrinho de água benta, o sal exorcizado, a vela de sete dias, o escapulário marrom, o óleo de São Rafael e a água da fonte de Lourdes. No pescoço, a medalha de São Bento, que só tiro para fazer cirurgia. Mas vem cá, seu miserável duma figa! Vem, se tu és homem, que eu sou uma mulher destemida. É isto que te incomoda? Que um considerável contingente de bonitas e cultas se esforce para imitar as virgens sábias da parábola, e mantenham bem providas de azeite as suas lâmpadas? 
    Vem, que te arrebento as fuças, seu traste imprestável. Estou pronta para te enfrentar com minhas santas armas. Há um exército de anjos acampando em torno da minha casa e não perdes por esperar. Corre daqui, seu sacripanta! Ou faço espumar o teu rabo. Some, ou meto uma bala de prata na tua testa. Vou ficar de tocaia, montar campana e, ao menor sinal de teu rastilho, empunho meu pequenino crucifixo do Senhor no Calvário, bento por frei Haroldo. 
    Lutei, lutei. Santa Tereza d´Avila lutava com o demônio e o santo padre Pio também se esgotava. Consta que a cela do padre amanhecia toda revirada, a cama fora de lugar, os objetos atirados no chão. De noite, no convento, os frades ouviam o barulho de cadeira voando, arremessada contra a parede. “Escuta lá, é Pio lutando”. 
     Ah, combate de glória! Conheci uma mísera parte da árdua peleja, eu que nem santa sou. Sim, o lençol revirado, a noite duríssima. Mas o que é isso, afinal? É minha alma em luta, meu espírito intrépido no combate. Minha Bíblia sempre aberta nos Salmos, sobre a cômoda. Meu terço embaixo do travesseiro. Minha lâmpada cheia de azeite. Meu equilíbrio precário buscando sustentação, mas para cair é um sopro. E o tinhoso soprou, soprou... 
    Só que minha corda não era tão bamba assim. E maior minha fé, meu amor pelas coisas que amo. Imensurável a minha estima pelas pessoas. Todas. Sem exceção de nenhuma. Consegui resistir, seu velhaco traiçoeiro. Aparece, que te espanto com reza brava. Brava de tão boa. Como é que, aí nas Gerais, os mineiros fazem uma reza bem forte? Mostrem para nós onde mora o cálix bento e a hóstia consagrada.  
Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

E abril passou...

 Marisa F. Bueloni
Cadeira no 32 - Patrono: Thales Castanho de Andrade
   
     Acabamos de celebrar a santa Páscoa e ainda é abril. Duas festas lindas para os nossos corações. Uma leitora querida me pediu um texto celebrando as tardes aprilinas.
     Espero não me perder em meio à crônica que encerra abril, pois eis que o mês mais lindo do ano termina. Abril passou e não o cantei, não o descrevi em suas tardes magníficas, não o exaltei em suas virtudes.
     Abril passou com um calor tropical atípico. De onde vem esta onda tórrida que nos obriga a pedir pela chegada do frio? Seria mesmo o propalado aquecimento global o grande causador das mudanças climáticas em nosso planeta?
     Talvez, por uma cadeia invisível, que age independente da vontade humana, todo o universo é posto à prova. Quanto mais se o desafia, maior é o desastre. Abril não poderá deter a catástrofe anunciada.
     A vocação de abril é aclamar o amor, a esperança de que a Terra prossiga, apesar dos tempos sombrios. Estamos em órbita, ao encontro profético dos tempos.
     Por isso, busco extrair do cotidiano algo que seja proveitoso e significativo. Aprendi isso com as tardes de abril e suas vibrações luminosas. Por vezes, uma leve e suave brisa abraça-me a alma pequenina. Sinto que sou parte deste universo que pulsa e respira ao ritmo da Criação.
     Neste humilde texto, empenho-me para não deixar abril passar em branco, desprovido da devida homenagem. Não sei se a crônica tem o dom de evocar o que abril contém em beleza, expectativa e inspirações.
     Sim, abril sempre me inspira, renova-me as forças e a crença no bem. Abril sempre merecerá de mim uma palavra, um verso, um suspiro, um olhar mais profundo sobre a vida e suas vicissitudes.
     Estes nossos tempos pedem coragem. A cada dia que passa temos de nos armar de mais cuidados e cautelas, para sair à rua, estacionar o carro, para ir e vir. Sentimos uma grande necessidade de nos proteger, de rezar, clamando aos Céus a guarda de nossos filhos e netos, nossos amados, sobretudo os pequeninos que começam a abrir seus olhinhos curiosos para o mundo que os cerca.
     Enquanto rezei, abril transcorreu. Abril atravessou as contas do meu terço, na luz intensa que entrou pelas janelas todos os dias, enquanto a vida vai juntando peças de um mosaico misterioso.
Todos já lemos que, um dia, a Terra deixará de existir, porque o Sol sofrerá uma implosão que o fará desaparecer, deixando de ser a generosa fonte de luz e de vida. Nem esta hipótese consegue tirar nossa paz de espírito, quando se compõe uma canção para abril. Deixemos a Terra sonhar.
Morar onde o sonho mora e viver eternamente em abril. Ó, as manhãs e tardes mornas, intermitências azuis. Saudade daquele outono em que pisei em folhas secas e vesti o meu casaco marrom, para voltar aos velhos tempos de mim.
Favor não reparar, leitora querida. Esta crônica inaugural é um paradoxo. Ao celebrar abril em seu final, ela abre suas pétalas para o mês do rosário, o mês de Maria.
Para um mês de maio encantador, ofereçamos à Mãe de Deus as rosas mais belas. Acima de tudo, ofertemos aquela rosa de perfume único: o amor do nosso coração.




Galeria Acadêmica

1-Alexandre Sarkis Neder - Cadeira n° 13 - Patrono: Dario Brasil
2- Maria Madalena t Tricanico de Carvalho Silveira- Cadeira n° 14 - Patrono: Branca Motta de Toledo Sachs
3-Antonio Carlos Fusatto - Cadeira n° 6 - Patrono: Nélio Ferraz de Arruda
4-Marcelo Batuíra da Cunha Losso Pedroso - Cadeira n° 15 - Patrono: Archimedes Dutra
5-Aracy Duarte Ferrari - Cadeira n° 16 - Patrono: José Mathias Bragion
6-Armando Alexandre dos Santos- Cadeira n° 10 - Patrono: Brasílio Machado
7-Barjas Negri - Cadeira no 5 - Patrono: Leandro Guerrini
8-Christina Aparecida Negro Silva - Cadeira n° 17 - Patrono: Virgínia Prata Gregolin
9-Carmen Maria da Silva Fernandez Pilotto - Cadeira n° 19 - Patrono: Ubirajara Malagueta Lara
10-Cássio Camilo Almeida de Negri - Cadeira n° 20 - Patrono: Benedito Evangelista da Costa
11- Antonio Filogênio de Paula Junior-Cadeira n° 12 - Patrono: Ricardo Ferraz de Arruda Pinto
12-Edson Rontani Júnior - Cadeira n° 18 - Patrono: Madalena Salatti de Almeida
13-Elda Nympha Cobra Silveira - Cadeira n° 21 - Patrono: José Ferraz de Almeida Junior
14-Bianca Teresa de Oliveira Rosenthal - cadeira no 31 - Patrono Victorio Angelo Cobra
15-Evaldo Vicente - Cadeira n° 23 - Patrono: Leo Vaz
16-Lídia Varela Sendin - Cadeira n° 8 - Patrono: Fortunato Losso Netto
17-Shirley Brunelli Crestana- Cadeira n° 27 - Patrono: Salvador de Toledo Pisa Junior
18-Gregorio Marchiori Netto - Cadeira n° 28 - Patrono: Delfim Ferreira da Rocha Neto
19-Carmelina de Toledo Piza - Cadeira n° 29 - Patrono: Laudelina Cotrim de Castro
20-Ivana Maria França de Negri - Cadeira n° 33 - Patrono: Fernando Ferraz de Arruda
21-Jamil Nassif Abib (Mons.) - Cadeira n° 1 - Patrono: João Chiarini
22-João Baptista de Souza Negreiros Athayde - Cadeira n° 34 - Patrono: Adriano Nogueira
23-João Umberto Nassif - Cadeira n° 35 - Patrono: Prudente José de Moraes Barros
24-Leda Coletti - Cadeira n° 36 - Patrono: Olívia Bianco
25-Maria de Lourdes Piedade Sodero Martins - cadeira no 26 Patrono Nelson Camponês do Brasil
26-Maria Helena Vieira Aguiar Corazza - Cadeira n° 3 - Patrono: Luiz de Queiroz
27-Marisa Amábile Fillet Bueloni - cadeira no32 - Patrono Thales castanho de Andrade
28-Marly Therezinha Germano Perecin - Cadeira n° 2 - Patrona: Jaçanã Althair Pereira Guerrini
29-Mônica Aguiar Corazza Stefani - Cadeira n° 9 - Patrono: José Maria de Carvalho Ferreira
30-Myria Machado Botelho - Cadeira n° 24 - Patrono: Maria Cecília Machado Bonachela
31-Newman Ribeiro Simões - cadeira no 38 - Patrono Elias de Mello Ayres
32-Angela Maria Furlan – Cadeira n° 25 – Patrono: Francisco Lagreca
33-Paulo Celso Bassetti - Cadeira n° 39 - Patrono: José Luiz Guidotti
34-Raquel Delvaje - Cadeira no 40 - Patrono Barão de Rezende
35- Elisabete Jurema Bortolin - Cadeira n° 7 - Patrono: Helly de Campos Melges
36-Sílvia Regina de OLiveira - Cadeira no 22 - Patrono Erotides de Campos
37-Valdiza Maria Capranico - Cadeira no 4 - Patrono Haldumont Nobre Ferraz
38-Vitor Pires Vencovsky - Cadeira no 30 - Patrono Jorge Anéfalos
39-Waldemar Romano - Cadeira n° 11 - Patrono: Benedito de Andrade
40-Walter Naime - Cadeira no 37 - Patrono Sebastião Ferraz