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quarta-feira, 8 de junho de 2011

OS AMANTES


Francisco de Assis Ferraz de Mello - cadeira no 26


Um dia eles chegaram. Solidários,
Braços dados, unidos fortemente
Como os anéis de uma tenaz corrente,
Como pólos elétricos contrários.

Eram velhinhos já, octogenários!
Mas havia entre os dois o amor ardente,
Como o que prende um par adolescente
E o acompanha por todos os calvários.

Quem eram, afinal, aqueles seres
- Companheiros nas dores e prazeres –
Já muito além das bodas brilhantes?

Soube-se, então. Não eram nem casados,
Somente um par de eternos namorados
- Desde mocinhos, um casal de amantes.

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