Lino Vitti Cadeira n° 37 - Patrono: Sebastião Ferraz
Sim, caríssima, bela, apreciada e feliz Poesia, adeus! Já não terei a possibilidade de ver-te e ler-te num cantinho destas importantíssimas páginas do nobre e querido Jornal de Piracicaba, que Losso Netto, em conluio com este inveterado amante das rimas e dos sonetos, reservou para a sua divulgação e para alegria e encanto daqueles que te compõem e te lêem levados pela tua beleza, pela tua fantasia, pelos teus sonhos,
pela demonstração sempre inequívoca, da arte e da cultura universais.
Como Príncipe dos Poetas Piracicabanos estou triste como vocês, mas ao invés de esgrimar o que os valores mais altos fundamentalmente assim decidem, agradeçamos os longos anos em que burilamos versos, estrofes, poemas e sonetos, graças à Maria Cecília Bonachella que da nobre página cuidou tanto tempo e a Ivana Maria, que lhe deu feliz continuidade até os dias de hoje e muito , muito mesmo, aos diretores do tradicional matutino, pela oportunidade concedida à Poesia piracicabana.
Afinal, deve perguntar alguém, que vem a ser essa tal de Poesia para merecer tantas atenções e merecer tanta divulgação ? Não sei. Só posso dizer que poetas foram Dante Alighieri, Shakespeare, Victor Hugo, Camões,Olavo Bilac, Francisco Lagreca, Mello Aires, Castro Alves, Marina Tricânico, Newton de Mello, Gustavo Teixeira, milhares espalhados pelo mundo inteiro, e não menos que centenas nesta terra dos canaviais, que se incumbiram ou ora se comprazem em deixar aos semelhantes a beleza e a alegria dos mais belos poemas brotados da inteligência humana. É ler o que escreveram para a posteridade e saber então o que é essa tal de Poesia.
Vou contar algo inédito de minha vida. Quando adolescente, morando na roça, meu pai José Vitti, funcionário do Grupo Escolar, era o único que recebia o Jornal de Piracicaba, levado pelo diretor da escola, prof. Euclides de Oliveira Orsi. Guardava-o sob a cama onde eu dormia o que me propiciava ensejo para correr os olhos por aquelas páginas curiosas e sempre encontrava uma poesia para ler, daí talvez os meus primeiros arranques pelo prazer de ser poeta. Fui interno de um seminário religioso, onde era proibido fazer versos, mas eu desobedecia e traçava às escondidas meus sonetos. E um dia, por felicidade, fui parar nas oficinas redacionais daquele jornal paterno. E aí criei raízes, e aí minha poesia veio a lume, e tanta e tão importante foi que a Academia Piracicabana de Letras me “nomeou” Príncipe dos Poetas Piracicabanos.
25 anos de Jornal de Piracicaba, aposentadoria e saudade.
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