Em silêncio chora meu violino,
mudo, triste e coberto de pó;
com saudade talvez de algum hino,
de uma valsa, bolero ou rondó.
Já não ouço seu
“mi-la-ré-sol”
das quatro cordas quando afinadas;
nenhum bequadro, nenhum bemol,
em suas vozes desativadas.
Saber que sonhei ser Paganini,
– estando Vivaldi junto a mim –
ensaiando as obras de Puccini,
de Gounod, Rossini e
Borodin.
Formamos nossa orquesta com:
Bach,
Beethoven,
Sibelius, mais Tchaikovsky,
Mozart,
Haydn, Chopin, Offenbach,
Schubert, Schuman, Corelli e Mussorgsky.
Tocamos: “Vésperas Sicilianas”,
“A Traviata”, o “Nabucco” e “Aída”.
De Sarasate: “As Árias Ciganas”
interpretamos com
muita vida.
Depois, “Voluntário Trompetista”,
o “Largo de Xerxes” de Haendel;
em seguida, “A vida de Artista”,
por fim, “O bolero de Ravel”.
E ao findar-se meu sonho no vale
da noite, o maestro me sorriu!
O maestro, no sonho, era o “Mahle”...
Ernst Mahle... Me olhou e aplaudiu!
Aplaudiu-me por ter sido o “spalla”...(?)
(Que infeliz
sonhador!... Vejam só!...
Eu que mal executo uma
escala:
do, ré, mi – mi, fa,
sol, lá, si, do)
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