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terça-feira, 17 de julho de 2012

Sonho de Violinista

André Bueno Oliveira
Cadeira n° 14 - Patrona: Branca Motta de Toledo Sachs

Em silêncio chora meu violino,
mudo, triste e coberto de pó;
com saudade talvez de algum hino,
de uma valsa, bolero ou rondó.

Já não ouço seu  “mi-la-ré-sol”
das quatro cordas quando afinadas;
nenhum bequadro, nenhum bemol,
em suas vozes desativadas.

Saber que sonhei ser Paganini,
– estando Vivaldi junto a mim –
ensaiando as obras de Puccini,
de Gounod,  Rossini e Borodin.

Formamos nossa orquesta com:  Bach,
Beethoven, Sibelius, mais Tchaikovsky,
Mozart, Haydn, Chopin, Offenbach,
Schubert,  Schuman, Corelli e Mussorgsky.

Tocamos: “Vésperas Sicilianas”,
“A Traviata”, o “Nabucco” e “Aída”.
De Sarasate: “As Árias Ciganas”
interpretamos  com muita vida.

Depois, “Voluntário Trompetista”,
o “Largo de Xerxes” de Haendel;
em seguida, “A vida de Artista”,
por fim, “O bolero de Ravel”.

E ao findar-se meu sonho no vale
da noite, o maestro me sorriu!
O maestro, no sonho, era o “Mahle”...
Ernst Mahle... Me olhou e aplaudiu!

Aplaudiu-me por ter sido o “spalla”...(?)
(Que infeliz sonhador!... Vejam só!...
Eu que mal executo uma escala:
do, ré, mi – mi, fa, sol, lá, si, do)

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