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domingo, 21 de abril de 2013

TRIBUTO A MADALENA SALATI

                          Maria Helena Vieira Aguiar Corazza - Cadeira no3 - Patrono: Luiz de Queiroz

           
 Já faz tanto tempo, mas lembro-me de Dona Madalena Salati, uma mulher simples, muito culta, que escrevia muito bem, muito viva e inteligente, esposa de um dos grandes poetas piracicabanos, Benedito de Almeida Junior, de uma vontade ferrenha em ajudar o próximo, e, naquela época que tento voltar ao passado, “assistir aquele montão de crianças”, não só as carentes de família, como as abandonadas pela vida, e ela com aquele sorriso precisando de tudo, desde o aluguel da casa (quando várias senhoras da cidade se reuniam para resolver esse problema), como as necessidades de móveis, utensílios domésticos, mantimentos e roupas, que não cansava de solicitar, no que era graças a Deus atendida pelos comerciantes e pessoas de bem de nossa cidade. E, lá ia Dona Madalena, mulher de fé, otimista pelos duros caminhos que a vida lhe proporcionava em seus intentos. Daí, pela grande admiração que tive e tenho por ela querer organizar detalhes e informações aos leitores para que, os que não a conheceram a conheçam um pouco, e os que a conheceram, se lembrem desta pessoa de tanta beleza interior, e assim, reverenciem esta mulher guerreira, despojada de si, que apenas almejava uma vida melhor, mais justa e mais decente aos seus pupilos carentes, criaturas de seu Deus que ela fazia conhecer em cada ato generoso seu. Lembro-me de tantos problemas que lhe eram imputados em sua caminhada, injustiças de muitas maneiras, como também recordo aquelas crianças sofridas, agarradas às suas pernas ou querendo ficar aconchegadas em seu colo, naquele seu corpo cansado que jamais desistia do seu amor, que começava muito cedo todas as manhãs, e que não tinha hora da noite para terminar... E, quando ficavam doentes então? A corrida aos médicos que geralmente a socorriam (eles não eram tão estressados como nos dias de hoje e eram encontrados com mais facilidade...), e atendiam seu chamado, sempre repletos de atenção, carinho e admiração pela sua coragem, e lá iam eles ajudar com sua presença e remédios necessários, aquela senhora que não tinha nem “tempo para se arrumar ou pensar em si”, mas que era tão decente terna e incansável!
Dona Madalena nunca desistia dos seus compromissos para com aquela “Casa”, que já era conhecida como “Casa do Bom Menino”. Tinha um fôlego de muitas vidas e devia ter algumas pessoas que a ajudavam, voluntários generosos, mas esses nomes, já não me lembro mais, apenas recordo que ela estava sempre pronta, ao lado de quem aparecia e precisava, e, “espiritualizada” como era, orando e orando, quem sabe, único recurso fácil naquela enorme necessidade pela qual passavam as crianças e ela também. E, agora quando fico sabendo que a “A Casa do Bom Menino” completa 50 anos de vida voltei ao passado a fim de homenagear Dona Madalena Salati, desejando que esta instituição (que sei, ainda luta muito e sofre até hoje pela concretização de seus objetivos), continue perseverando firme e forte e muito solidária entre si, no exemplo dessa Mulher pioneira que muito bem fez ao próximo, sobretudo, às crianças, e nada jamais a desanimou! Possam vocês profissionais que tomam conta desta “Obra de Caridade”, com novos incentivos e métodos modernos que a vida proporciona (e quem sabe, com ajuda mais “compreensiva e significativa” de autoridades, políticos e benfeitores...), levar sempre avante esse projeto, que começou com grande penúria, incontáveis sacrifícios, mas com uma enorme responsabilidade, garra e “amor ilimitado” em primeiro lugar!
Parabéns à diretoria atualmente presidida pelo Dr. Guilherme M. de Melo, orientadores e funcionários da Casa do Bom Menino, tão importante tanto para “seus residentes”, como também para nossa tão querida terra de Piracicaba!
 Parabéns, abraços, e que Deus proteja e abençoe a todos!

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