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segunda-feira, 2 de junho de 2014

DEVANEIOS

Elda Nympha Cobra Silveira
Cadeira n° 21 - Patrono: José Ferraz de Almeida Junior  


Quando adolescente, tinha em cima do piano a escultura em mármore de um galgo branco sendo puxado por uma dama elegante, com os cabelos ao vento. Na minha imaginação ela estaria numa colina olhando para o infinito à espera do cavalheiro que viria amar e juntos iniciarem a trilha, a senda do amor, e empolgada ia dedilhando no piano a música num crescendo dramático, o que estava na minha imaginação, tocando, por exemplo, Bolero de Ravel ou Czardas.
Todo esse devaneio é para falar de um galgo que encontrei no México, na casa em que fui almoçar. A anfitriã veio abrir à porta segurando um galgo e como na realidade nunca havia visto esse tipo de cão, fiquei comovida e toda essa história veio à tona nos meus pensamentos. Ele era branco, dócil e muito bonito.
Não vejo essa raça aqui em Piracicaba e fiquei sabendo que existem corridas de galgo por toda Europa. Eles usam lebres vivas ou artificiais, puxadas por um motor, para que os cães corram. Esses galgos são abatidos quando não são mais aproveitáveis e também logo que nascem quando não são aptos para a corrida.
Quando viajamos vemos muita coisa que nos chama a atenção. Na Austrália existe outro tipo de cão que é o dingo, um cão selvagem trazido da Ásia, muito feroz, como seu ancestral, o lobo, que é  predador dos cangurus, coalas e outros animais.
Na Turquia há um largo perto da Estação do Expresso Oriente o trem luxuoso e famoso do livro de Agatha Christie que fazia a rota Paris a Istambul, no qual existem muitos gatos, que são alimentados pela população e protegidos por todos. Lá há gato Angorá Turco vindo de Angorá, que hoje se chama Ancara, e outras raças diversas. É muito interessante vê-los tomando sol, se espreguiçando, namorando e comendo, e mais ainda como a população que os mantêm por terem muito carinho por eles.
Tive uma gata Angorá cheia de pose, com ares de madame. Gostava de música clássica tocada no piano, tanto é que a chamávamos de Sinhá e quando dava cria não amamentava os filhotes e nem cuidava deles. Nisso até parecia com certas mulheres.

Parece que algumas pessoas mimam os animais até demais, com certo exagero, gastando demasiado com eles. Muitas pessoas ganham à custa dos animais, mas não cuidam deles,  como acontece em certos circos. Isso me lembra o livro “Água para Elefantes” da escritora Sara Gruen, que se transformou em filme. Quem quiser ter um animal precisa saber tratá-lo com carinho e dedicação, porque com certeza ele vai amar o dono sem esperar nada em troca a não ser alimentação e carinho. Será, tenho certeza, um cão fiel. Qualquer animal sabe mostrar afeição, exteriorizando suas emoções, seu afeto, sua fidelidade. Até parece que há uma inversão de valores quanto ao comportamento de muitos humanos.

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