Verter pranto
abundante, às vezes, que vergonha!
Mas as lágrimas
sendo a linguagem da dor
Nada as detem;
e é em vão, é inútil se lhes oponha
A força de um
abafo enorme, sofredor.
Jorram. Serão
talvez, uma ilusão tristonha
De um coração
ferido aos pés de um findo amor.
Serão adeus,
talvez; serão de alma que sonha
Os castelos de
sol desfeitos com fragor. . .
Por que ter
pejo quando a noite também chora,
Se o orvalho em
pranto cai das pupilas da aurora,
Se as estrelas
também são lágrimas de luz?!
Oh ! como é bom
chorar esse pranto que é esmola,
Que desafoga o
peito, e reanima, e consola,
E que apenas
num gesto a alma inteira traduz!
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