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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

ESPERANÇA

 Acadêmica Myria Machado Botelho
Cadeira n° 24 - Patrona: Maria Cecília Machado Bonachella

            Eram quatro velas acesas e cada uma tinha um nome:  a primeira era a vela da fé; a segunda, a do amor;  a terceira, da paz e a quarta da esperança.  Pouco a pouco, as três primeiras foram-se apagando, uma a uma.  Restou apenas a última que continuou acesa.  Então, entrou ali uma criança radiosa que perguntou o porquê das velas apagadas.  A vela da esperança respondeu-lhe:  “Eu estava  a sua espera, para que você, criança, acendesse  as outras velas !...”
            Com efeito, é na criança que reside toda a esperança.  Em seu olhar puro e desarmado, em  sua alegria, no seu riso franco e confiante  temos a vida que se inicia; em suas lágrimas, em seu choro que depressa   esqueceu a mágoa anterior, em seus primeiros passos titubeantes e curiosos á procura do novo, sem temer o desconhecido; em sua completa inocência que ignora o mal ; no seu  tatibitate cheio de porquês  em sua entrega  aos que estão próximos, reside toda a gênese  do que deveria desabrochar, florir e frutificar mais tarde.  Se assim o quisermos, compenetrando-nos  da grande responsabilidade de ensinar a ser bom sendo bom, de ser alegre e acolhedor no sorriso, no cumprimento dos deveres, na boa disposição de tudo ver e fazer com os olhos e os gestos da gratidão , da fé, da paz  e do amor.
            Nesta historinha simples, ouvida há muito tempo, está contida uma profunda mensagem para o ano que se inicia. É preciso, portanto, nos conscientizarmos do papel que está reservado a nós adultos, nessa formação Não podemos ignorar a responsabilidade que temos. A  vida é uma sucessão de bons e de maus momentos alternando-se para ensinar  a mais difícil das artes, a arte de viver. Dom inestimável  de Deus, a vida nem sempre é  valorizada devidamente.  A grande família humana demonstra hoje o cansaço das velhas fórmulas. que precisam ser substituídas.  O materialismo, o egoísmo, o hedonismo e  o consumismo que já se tornou uma  doença do século, ao ponto  de  consumir o próprio corpo, transformando-o em objeto ou mercadoria, enfim todos esses ismos, tão nocivos e devastadores, que terminam sempre  nas lutas fratricidas, nas injustiças, nas explorações, nas vinganças, nos terrorismos, nas guerras, nos genocídios e o pior,  no sacrifício de crianças inocentes, estão a bradar um basta. Trata-se de uma realidade muito cruel  para ser aceita.
            Não é isto o que já deveríamos ter aprendido com o MESTRE de todos os mestres.  Sua lições que atravessam os séculos precisam ser ouvidas para que  não sejamos nós , os humanos, os responsáveis pela destruição do mundo.
No Brasil, o índice de violência é igual ou maior do que as guerras  no número de vítimas;  o quadro da corrupção e da irresponsabilidade dos homens públicos, daqueles que deveriam zelar pelo bem comum é assustador.  As crianças e os jovens  carecem de exemplos e de boa formação, eles tem fome de diretrizes saudáveis e normais, de formação, de famílias estruturadas, de mulheres íntegras, fortes e resistentes aos apelos desintegradores da comunicação de massa que alardeia uma felicidade fictícia e irreal, com base no ter e no relativismo desenfreado, o de que o mal e o pecado não existem, o de que somos os árbitros e os senhores de nossa própria vida, sem obstruções de qualquer espécie.  O importante é ser feliz, mesmo que esta felicidade seja obtida em detrimento ou prejuízo do outro.

            A fé, o amor e a paz  que constroem a fraternidade, a justiça e a união, a plena alegria  do dever cumprido precisam nascer no coração de cada um de nós, se nos dispusermos a viver uma espiritualidade que vai depender de nosso esforço, de nossa obstinação e de todo  nosso empenho.  Felizmente , esta reação, grandemente positiva,  já se manifesta em muitos segmentos sociais que, de forma silenciosa e perseverante, se empenham  na construção desse mundo renovado e vivificado pela esperança, aquele mundo proposto pelo próprio Deus  que não se cansa de repetir  uma velha  e conhecida fórmula de espiritualidade:  “Eu sou o Caminho, A verdade e a Vida.  Sem mim nada podeis fazer.”  

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