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Marisa F. Bueloni Cadeira no 32 - Patrono: Thales Castanho de Andrade |
Alguns dizem "eu te amo"
assim a esmo
comendo salame, queijo, torresmo
e virando um copo de cerveja
Alguns dizem "eu te amo"
de qualquer jeito
como se arrotassem
como se não guardassem
o menor respeito
Alguns dizem "eu te amo"
lendo jornal
fazendo bolo, consertando o varal
como se o amor fosse uma pedra bruta
da qual se extrai uma rima fajuta
sem brilho e sem valor
Mas eu não, meu amor
Eu não sei dizer "eu te amo"
assim a esmo
- é que eu te amo
eu te amo mesmo
E ainda não pude dizê-lo
ao infinito
- a única forma digna e bela
de ser dito
E nesta infinitude
fiz o que pude
mas não disse "eu te amo"
diariamente?
Peço perdão, há uma razão
e é forte o apelo:
(devo dizê-lo?)
- é que eu te amo,
te amo desesperadamente
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