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terça-feira, 31 de março de 2015

POEMA EM ORAÇÃO

Felisbino de Almeida Leme
Cadeira n° 8 - Patrono: Fortunato Losso Neto
Fica conosco Jesus ,
Acalenta nossos  corações .
Sua paz sempre nos traduz,
Através das nossas orações .

O dia começa clarear,
Nesta manhã reluzente .
Vem para nos abençoar,
Com sua luz resplandecente .


Neste poema em oração,
O amor e a fé nos conduz.
Juntos em suave louvação,
Viveremos sua Páscoa, Jesus !

quinta-feira, 26 de março de 2015

DESPERTA!

Elda Nympha Cobra Silveira
Cadeira n° 21 - Patrono: José Ferraz de Almeida Junior  


Nas as primeiras luzes da manhã
Descerre seus olhos e
Deixe que se derrame
Por sobre tudo que é belo.
Onde o mundo acorda,
Onde o sol se encosta e
Dance sobre os raios de luz
À espera de um dia feliz.
Deixe seu olhar singrar
Como um barco a vela e
Sorrindo cante à capela
Esperando o luar.

domingo, 22 de março de 2015

QUARESMA

Leda Coletti- Cadeira no 36
Cadeira n° 36 - Patrona: Olívia Bianco

Quaresma é tempo de reflexão,
quarenta dias recordando a cruz
revivendo com tristeza a paixão
de um Cristo que se tornou nossa Luz.

O seu reino de acolhida e perdão
fez escolha aos pobres que fazem jus
à vida digna, mesa com pão,
foi humilde, foi Homem assumido.

Fiel ao Pai, aceitou o caminho
tenebroso do Calvário e da dor
como escravo açoitado em pelourinho.

Nós cristãos exaltamos seu valor,
crucificado, morto em duro pinho
só pra nos testemunhar grande amor.

terça-feira, 17 de março de 2015

FORÇA

 Marisa F. Bueloni
Cadeira no 32 - Patrono: Thales Castanho de Andrade


Ser forte,
para suportar um pouco de tudo.
E também o que é indício de dor.
Suportar a lavagem cerebral
dentro da etiqueta.
Mais: suportar que falem mal
e compreendamos.
Saber que pertencemos à finitude
e que jardins florescerão em nossos ossos
até o próximo século.
Ser forte para gerar filhos
e amá-los.
A seu tempo, ser forte
sem desperdiçar a palavra e a voz.
Reprimir um gesto desnecessário
quando necessário.
Estampar na face um desaviso,
uma preocupação leve.
Nada de mais, vês.
Simples com um lápis,
já se disse, e a poesia
repete o inevitável.

quinta-feira, 12 de março de 2015

Escrever Poesias

Leda Coletti- Cadeira no 36
Cadeira n° 36 - Patrona: Olívia Bianco


Ao tentar escrever versos rimados
rascunho  garatujas inseguras,
embora  desejando-os aprumados
para seletas, fartas semeaduras.

No empenho de evitar versos quebrados
as palavras se tornam obscuras,
nem sempre formam blocos bem traçados
apresentando  leves rachaduras.

São expressões de amor e paz, apenas
palavras ora tristes, ora amenas
são minhas cismas, sonhos se encontrando.

Mesmo com falhas, são partes de mim,
meu coração poeta  lhes diz sim
e acolhendo-as, feliz vou me tornando.


terça-feira, 10 de março de 2015

Nesta longa estrada da vida...

 Marisa F. Bueloni
Cadeira no 32 - Patrono: Thales Castanho de Andrade


         
            Na semana passada, a música sertaneja perdeu seu grande ícone, José Rico. Acredito que uma das mais bonitas homenagens foi feita no programa do Ratinho, na noite de quarta-feira, dia 4 de março, quando músicos e duplas sertanejas se reuniram para celebrar o grande ídolo.
            Quem assistiu ao programa, comprovou também que, de fato, Ratinho é um grande apreciador do gênero e que sua amizade com os cantores e artistas sertanejos é algo verdadeiro. O apresentador transbordava amizade, carinho e admiração aos que ali se apresentaram, dando chance para que todos mostrassem sua arte, seu talento.
            No final apoteótico, os artistas cantaram uma das mais conhecidas músicas da dupla, “Estrada da vida”, um hino sertanejo, gravado por Milionário e José Rico. Todos conheciam a letra de cor e cantavam com o coração. É nestas horas que se pode ver quão amada e admirada era a pessoa, quando os amigos lhe prestam um memorial digno e pleno de emoção.
            José Rico tinha um visual bastante polêmico, com seus cabelos longos e desgrenhados, barbudo, ostentando grossas correntes de ouro, anéis, adereços dourados que lhe davam uma aparência que alguns chamam de “brega”. Óculos escuros, a mão direita sempre tapando o ouvido direito, enquanto cantava. Como se diz, uma figura.
            Consta que era um sujeito simples, com grande facilidade para compor. Um dos versos de “Estrada da vida” diz: “Nós devemos ser o que somos / Ter aquilo que bem merecer”. Filosofia simples, pequena, primitiva. Ser autêntico, verdadeiro, sem disfarces diante do próximo ou de nós mesmos. Mas, sobretudo, tendo o que pudemos conquistar e merecer.  Filosofia de sertanejo, do homem que canta com sua viola, seu instrumento de apoio à voz. Do cantor que vê a vida sem sofisticação, pois ela se resume numa longa estrada...
            Nesta longa estrada da vida, o compositor tem a “esperança de ser campeão/ alcançando o primeiro lugar”. Esta frase musical incendeia qualquer coração, também para os que não são fãs do gênero sertanejo. Todos nós temos a esperança de ser campeões em alguma coisa. Lutamos e nos esforçamos para realizar algo que nos dê alguma notoriedade, enfim, sobretudo se gostamos do que fazemos e se nisso colocamos toda a nossa alma.
            A esperança de ser campeão, alcançando o primeiro lugar! Na corrida diária, nem todos atingem este patamar. Poucos sobem no pódio para receber a taça, o troféu, a medalha sonhada. Só mesmo os verdadeiros campeões, os merecedores da glória. No dia-a-dia de nossas existências, escondem-se campeões anônimos, que estão se consumindo, gastando suas vidas no serviço ao próximo, à sociedade, a uma causa bela e justa. Também estes são vencedores, mas ninguém os vê alcançando o primeiro lugar.
            Sempre achei muito espirituoso o nome da dupla, “Milionário e José Rico”. E agora, “Milionário” está pobre, pois perdeu seu grande companheiro. O tempo cercou a estrada de José Rico, o cansaço o dominou, suas vistas se escureceram e o final desta vida chegou...


     

quinta-feira, 5 de março de 2015

Enquanto a chuva não vem...

 Marisa F. Bueloni
Cadeira no 32 - Patrono: Thales Castanho de Andrade


    Comecei a escrever um texto nos dias anteriores às chuvas de fevereiro. Enquanto a chuva não vem...  Pensava nas estiagens da vida, na aridez de tantos gestos, nas mortes de quem morre tão inocentemente, nas dores e lutas de todos nós.
     Desde que começamos a enfrentar a atual situação de escassez hídrica, houve uma espécie de consciência popular, preocupação real com o assunto, um interesse verdadeiro pelas causas deste desastre e como combatê-lo.
     Tanta gente importante e competente já deu seu parecer. Teve grande impacto a entrevista do biólogo que explicou o fim do cerrado e o quanto isso implicará na falta de chuvas para a região sudeste. Já não há mais dúvidas de que o desmatamento da floresta amazônica também desviou de nós as chuvas abençoadas e necessárias.
     Onde buscar as chuvas, senhores? Onde elas estão? Sentiremos saudades eternas das semanas chuvosas de janeiro e fevereiro, quando a natureza cumpria seu ciclo e nada faltava?
     Enquanto a chuva não vinha, sofismava aqui com meus botões o que será de nós, pobres mortais, sem a água. Nossos governantes parecem não saber aonde enfiar a cara, quando tentam explicar o inexplicável com relação à crise hídrica.
     Os bairros populosos das grandes cidades continuam imundos, os bueiros entupidos e, a cada chuva de meia hora, os alagamentos mostram a imensa quantidade de lixo boiando em toda parte. Todo ano as tragédias se repetem. Vemos na tevê as casas com barro na porta, os moradores de rodo na mão e olhares perdidos na desesperança.
     Sim, o cidadão deve se perguntar, indignado, o que é feito com os impostos que ele paga. De que forma tais tributos são revertidos para o bem da população, para o cuidado com a qualidade de vida das pessoas, com a limpeza das ruas da sua cidade.
     Enfim, as chuvas apareceram. Não o esperado, não o suficiente para encher os reservatórios, tão vitais para o abastecimento das cidades, mas foi melhor que nada, como se diz. O céu fica carregado, as nuvens escuras ou brancas, prenunciando que vai cair um dilúvio. Às vezes, cai mesmo.
     O rio Piracicaba, quando chove, volta a ficar caudaloso e recebe a visita de turistas. Mas trata-se de um fenômeno passageiro. O rio voltará a secar e a mostrar suas pedras nuas, quando a estiagem chegar. Há problemas sérios que envolvem a recuperação do nosso rio. São necessários investimentos e ações que de fato impactem na preservação deste nosso belo manancial.
     Enquanto a chuva não vem, rezo para ela vir, pois necessitamos deste maravilhoso dom da natureza. A arrogância humana e seu olhar fixo no poder econômico já sentiram na pele os efeitos de sua sanha maléfica.
     O que mais falta para o homem tomar consciência de que existe uma lei maior que nos rege a todos? Quando se interfere no ciclo natural da vida, quando se retira a mata ciliar de um rio, quando se acaba com um tipo de vegetação, as consequências são gravíssimas. E isso é só o começo.

terça-feira, 3 de março de 2015

UNIVERSO FEMININO

Felisbino de Almeida Leme
Cadeira n° 8 - Patrono: Fortunato Losso Neto

No recanto encantado,
Na beleza do amanhecer.

O dia vem saudado,
Para quem começa viver.

No sorriso da moça linda,
No encanto do seu caminhar,
A paz é sempre bem-vinda,
No seu gesto de amar.

Tudo é belo e fascinante,
Misterioso, puro e divino.
Como um grande presente,
Neste universo feminino.