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sexta-feira, 12 de junho de 2015

Aos namorados de todos os tempos

 Acadêmica Myria Machado Botelho
Cadeira n° 24 - Patrona: Maria Cecília Machado Bonachella


 Não me acusem de pessimismo  quando, com sinceridade, proclamo que a energia extraordinária do amor , do amor que dá sentido à vida, já não vibra com a mesma intensidade, em razão de um crescente desencanto nos relacionamentos.
A febre consumista criada pela propaganda, gerou uma concepção de valores que teve grande influência nas últimas gerações.  A conquista da felicidade estaria em possuir quanto mais, e a mulher, de maneira inconsciente aderiu a este esquema, tornando-se , ela própria,  um objeto de consumo.
Nossos meios de comunicação, muito falhos, com raras exceções, não estimulam a boa leitura, a boa música, o lazer saudável, enfim, as necessidades fundamentais do ser humano no terreno espiritual, no sentido de  ajuda-lo e fortalece-lo contra o ritmo frenético e desgastante do mundo.
Quase tudo é feito  na base da alienação, da estridência.  Em qualquer festa familiar, nos bares e nas balada noturnas, o diálogo é quase impossível e a comunicação é gestual, porque o som ultrapassa os limites dos decibéis permitidos. A vodka, a cerveja e similares , para não mencionar as drogas mais pesadas, constituem elementos indispensáveis e naturais.  Os jovens que, desde cedo, não conheceram outras opções, consideram “caretice”, o contrário de tudo isso.  O gosto desvirtuou-se e a qualidade é ruim.
Não vai muito longe o tempo em que se aprendia, a mulher em especial, o comportamento social.  As boas maneiras vinham do berço, por meio do exemplo e da correção dos mais velhos ou até de professores especializados.  A postura, a elegância, o modo de falar, de andar, de dançar e de se conduzir à mesa, a arte de se escolher assuntos apropriados e o tratamento adequado eram exigências que, hoje, deram lugar à deseducação, ao desrespeito, à maneira relaxada.  E note-se que, não somente os jovens, mas também os “coroas” entraram na onda e apostam para ganhar.
Com tudo isso ocorreu um enorme desgaste.  Igualando-se ao homem nas atitudes, a mulher tornou-se desinteressante, abdicou da surpresa, do mistério, das sutilezas,  do encanto da feminilidade que a distinguia.  Sua conduta andrógina e sem qualquer recato inflacionou;  é ela  quem  procura , é ela quem  assume e toma as iniciativas.  Talvez seja esta uma das causas do crescente homossexualismo - o desinteresse estabelecido.
Será possível uma regressão?  A resposta, deixo-a para os que me acompanharam até aqui.  Gostaria de, num tempo bem próximo, desdizer tudo, e proclamar bem alto que jovens  na idade e no espírito, imbuíram-se da convicção de que a felicidade é muito mais do que um sonho;  é uma conquista feita de aperfeiçoamento e decisão.
Deus nos dá a cada um apenas a matéria prima.  Compete-nos, através  do esforço incessante, de um paciente trabalho sobre nós mesmos, trabalhar essa matéria, polindo, lavrando, retocando, embelezando, até que ela se torne uma obra-prima, não exterior, mas principalmente interior. Essa obra se chama uma nobre alma, um espírito versátil, passível de experimentar e merecer a verdadeira felicidade!

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