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domingo, 26 de fevereiro de 2017

Para onde vão as palavras já ditas?

Ivana Maria França de Negri - Cadeira n° 33
Patrono: Fernando Ferraz de Arruda

Para qual lugar deste vasto mundo vão as palavras que proferimos?
Para qual ponto do Universo?
Assim que as dizemos, adquirem uma espécie de vida, voam mesmo sem asas e se distanciam das bocas, das pessoas, do planeta e alcançam o espaço.
Qual pássaros libertos, não podem mais ser contidas. Qual águas revoltas das cachoeiras, que jorram pelos precipícios, não podem mais ser represadas. Como ondas de rádio que partem e são sintonizadas pelo mundo, não podem ser detidas.
E as palavras levitam, volteiam, passeiam, se dispersam e flutuam para bem longe. Pragas ou bênçãos, construtivas ou destruidoras, são como bumerangues, e retornam a quem as proferiu com a mesma intensidade de cura ou maldição, de benevolência ou malignidade.
Por isso é preciso sempre medir as palavras antes que se disseminem pelo vasto universo. Elas constroem ou destroem, curam ou fazem adoecer, são puras e leves ou asquerosas e pesadas. E as palavras se materializam e se tornam ações.
“No início era o verbo (palavra) e o verbo se fez luz e se fez matéria”.
E assim sempre será, por todos os séculos e séculos, amém...

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