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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

Abraçando a sua causa profissional

Waldemar Romano
Cadeira n° 11 - Patrono: Benedicto de Andrade

Meses atrás, juntamente com outras seis ou sete pessoas, estava este cidadão brasileiro na porta de saída de um supermercado que se localiza no Centro de nossa cidade, com compras já efetuadas, aguardando a benevolência de São Pedro (dizem que ele comanda a natureza) para fechar suas torneiras, pois, de forma continua e com muito vigor, chovia para dar e vender.
Para mim, era somente atravessar a rua que já estaria adentrando o portão de edifício vertical em que resido há mais de 20 anos. Faltava-me coragem para enfrentar água da cabeça aos pés. Para as outras pessoas, certamente seriam muito mais passos até suas residências.
Impaciência, algumas reclamações discretas, conversas entre pessoas desconhecidas, olhares para o céu totalmente inundado, consultas aos relógios de pulso e aos celulares, telefonemas solicitando providências para possíveis caronas, completavam certo cansaço dos que ali se encontravam.
Eis que na esquina da antigamente conhecida como sendo a “Rua do Commercio” surge um veículo (não sei se tem nome especifico), coletor de lixo orgânico e, como de praxe, em seu degrau traseiro alguns trabalhadores (autênticos) executando sua tarefa, sob a torrencial chuva, em total alegria, gritando, cantando, saudando os que estavam com receio de não se molharem.
Pois é! Todos nós sabemos que devemos exercer a profissão que nos dá prazer. Aqueles garis assim demonstraram, mas enfrentar chuva, sol, correr o dia todo para descartar o nosso lixo, explorar o olfato sempre de forma contínua em área não perfumada são atitudes próprias de amor ao próximo.
Profissões existem pelas quais tenho admiração muito especial. Gari é uma delas pois se eu tivesse 20 anos não teria condição física para a maratona diária.
Profissionais há que estão sempre protegidos do sol, da chuva, dos ventos e de outros inconvenientes, mas não valorizam esta condição. Reclamam do barulho, do ar condicionado que não esta funcionando a contento, da iluminação artificial etc.
Alguns de nós que a sociedade permitiu completar o nível superior, devemos valorizar nosso diploma, executar nosso trabalho com a mesma alegria de um gari, de forma completa (técnica e humana), sem reclamar da crise que ora enfrentamos e buscar caminhos e soluções.

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