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terça-feira, 3 de julho de 2018

FRIO


Marisa Bueloni

A fria aragem que percorre a rua
Num mês de junho, de friagem certa,
Traz para a noite uma longínqua lua,
Enquanto estou de alma tão desperta.
A mesma alma que mantenho nua
De anseios vagos, faz a descoberta:
Não ser distante feito a triste lua,
Estar presente, atenta e alerta.
Soubesse o astro que no céu insiste
A noite insone a que assisto triste
Quanta tristeza no meu peito cabe,
Talvez levasse longe esta ânsia
E reduzisse a dor desta distância,
Talvez esta saudade, enfim, acabe.
..

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