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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

CONJECTURAS



Raquel Delvaje

I
Havia um pássaro dor que voava...
E comia todos os sonhos.
E  eram lindos nossos sonhos pequeninos que pulavam felizes,
Feito meninos aos tabuleiros de doces das tardes franzinas...
Um dia cresceram... Débeis...
Foram servidos nos tabuleiros que eram de doces,
Aos pássaros famintos.

II
Era uma tarde quando eu vi que tinha que partir.
No horizonte havia um céu amargo
E a sinestesia de sabores de quem sonhou com o mar.
A tempestade fazia ondas dentro de mim.

III
E a vida tropeçava em passos loucos,
Ora caíam corpos cansados... De fardos pesados.
Divagavam pelo caminho...  Num “devagar” da vida.
Nossas alianças de aro fonema... De amor e saudade...
De tardes estradas afogadas em olhares.
Sentimentos que carregam na mala...
Caminhantes com destino.

IV
Mas talvez tenhamos nos perdidos nos atalhos.
V
Um dia,  acostumar-me-ei a ser tardes nubladas,
Em que o céu carregado em nuvens pesadas...
Padece o sol, longe das minhas retinas.

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