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quarta-feira, 25 de março de 2020

SOBRE O ROSÁRIO DE MARIA



Maria de Lourdes Piedade Sodero Martins

            Terços! Terços!  Quem não os conhece?
Meus terços são  diferentes. A mesma armadura de contas: plásticas, sementes, cristais! As cores diversas, lindas! Tantas naturais com nuances, cores suaves ou fortes, mescladas ou lisas com brilho; cristais de vários e diferentes tons. Na verdade, de terços, tenho uma  coleção! Com eles me distraio deliciosamente, toco-os com ternura e alguma reflexão.  Sinto então, dentro de mim, uma sublimidade inexplicável.
O que acontece  comigo é que, muitas vezes, deixo de rezá-los da forma tradicional. Cada terço tem para mim, certo significado juvenil e um pouco de mistério;  cada qual em seu momento,  durante minhas orações,  levam-me  a questionar tantas  coisas...De onde veio este? Quem o montou? De quem o recebi? Como chegou às minhas mãos? Quem coletou as sementes? Quem as preparou para a reciclagem? Ou, quem poliu os cristais e  lhes deu o formato de contas? Ah, este eu o comprei ! Onde mesmo? Em qual passeio ou viagem? Alguém me ajudou a descobri-lo?
Esses questionamentos me levam a pensar nas tantas pessoas envolvidas na feitura daquilo que adquirimos e que manuseamos, neste caso, os rosários.  No enlevo de tais momentos compreendo o quanto  precisamos uns dos outros, de tantas formas; o quanto estamos atrelados aos irmãos que nos rodeiam, quer sejam de sangue ou não;  ligados por razões especiais, tais como as contas de um rosário, embora nem sempre nos demos conta disso, não percebamos os “elos” que nos  unem uns aos outros!
Bem, volto aos terços e repito: Meus terços são diferentes! Longe de críticas ao rosário de Maria, ao terço Bizantino e outros. Também os rezo com muita fé! Todos são significativos, cada qual tem seu valor diante do se expressa ou da intenção que lhe cabe. Pessoalmente minha escolha é aleatória, busco na minha coleção um terço para cada momento. E, ao tocar cada conta sinto uma suave transcendência e, quando a mesma se instala,  meu coração se ilumina! Silenciosamente, através  do pensamento,  em prosa ou versos vou “dialogando” com Deus. Ele me ouve sempre! E...minha alma tem as respostas!
Não importa o jeito, a forma  de se rezar;   é com o coração solidário, alicerçado na fé divina que recitamos as nossas preces.  Toda oração deve ser oferenda  de gratidão. Quanto às orações costumeiras, quer espontâneas ou lidas, bíblicas, evangélicas,  todas  são muito importantes para quem as faz  e quem as recebe.
Para finalizar, um convite auspicioso a todos que se dedicaram a ler esta crônica:  “armem-se” de um pequeno terço, por mais simplesinho que seja e ao manuseá-lo, ao alisar  suas contas,  proseiem com o Divino Espírito Santo.  Revistam-se de esperançosa curiosidade e  descubram sublimes pequenos/Grandes momentos  de aspiração e de Paz!

PS. Escrita e guardada há muito tempo,  julguei propícia sua publicação  neste momento de temerosa crise mundial, quando se busca coragem e  esperança para o enfrentamento do  desconhecido...  Que a humanidade toda descubra o poder da espiritualidade e da oração!

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