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sábado, 20 de fevereiro de 2021

Encruzilhada

 



Raquel Delvaje

 

Os botões do rádio antigo.

Aumentava-se o som,

Acertava-se um agudo,

Um grave.

A arte não morreu.

A arte trafega.

Nas veias, no sangue e

no coração.

Os teus olhos magníficos.

Perdi-me de mim mesma,

Quando caminhei ao Sol ardente

do deserto.

As feridas ficaram abertas

E os caminhos tortuosos ardiam

os pés cansados.

Um pássaro voava no céu azul.

Os caminhos não são somente flores,

Aos cinquenta, já sabemos disso,

Já conhecemos o deserto,

Caminhamos por ele.

Nos espinhos.

Aprendemos muito,

Apanhamos muito.

Sabemos que têm caminhos vários,

Que confundem o certo a seguir.

Cantamos.

Fugimos.

Na simbiose de um vago profundo,

Que não encontra a porta da saída.

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