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segunda-feira, 16 de maio de 2022

Ecologia e nossa casa comum

 


Myria Machado Botelho

Ecologia é o assunto do momento em todo o mundo, e o que se espera como medidas urgentes é que as decisões sejam realmente cumpridas pelos países participantes dos estudos, especialmente os mais responsáveis pela poluição ambiental.  No Brasil, como tudo, o processo é vagaroso e a conscientização ainda muito pequena quanto aos deveres e as obrigações  que todos os cidadãos deveriam ter para com  nossa” casa comum”.

                O aquecimento global da terra, responsável pelos fenômenos climáticos de chuvas, inundações e secas catastróficas, resulta do aumento do metano, do dióxido de carbono e outros gases responsáveis pela poluição ambiental e atmosférica, bem como os extremos do frio, da chuva, do gelo e do calor. Os desmatamentos, as queimadas e a urbanização progressiva e desordenada constituem outros tantos fatores para esse desequilíbrio.  Os meses quentes estão cada vez mais quentes e os meses frios cada vez mais frios, alterações conhecidas por “efeito estufa”.  A radiação solar que incide sobre o planeta e que deveria voltar ao espaço, fica retida entre a atmosfera e o solo, causando as mudanças de clima e temperatura, um efeito que, além de prejudicar o homem, compromete também a agricultura.   

                 Em âmbito regional, deveria ser adotado como norma o reflorestamento, aproveitando-se todas as áreas ociosas urbanas e transformando-as em pequenas praças e jardins, a exemplo de Curitiba, Pr, onde qualquer caminho leva a um parque, contando com uma área verde de 50 m2  por habitante.

                Ecologia é toda uma conscientização coletiva que inclui, não somente o estudo das condições ambientais, mas também tudo que se relaciona com a vida humana.  Os problemas da fome e da morte por inanição em alguns países africanos, e outras ameaças que nos atingem frontalmente como a poluição sonora, os distúrbios de atenção em crianças que aprendem menos, em adultos que experimentam a perda de audição e dores de cabeça, acrescidas de doenças cardíacas  e do sistema nervoso , causados pelo barulho excessivo, todos esses  efeitos negativos estão  a exigir medidas urgentes.

A defesa do planeta está nas mãos de todos. Preservar a natureza, harmonizar o desenvolvimento econômico, lutar e contribuir para a saúde humana e a qualidade de vida, não é problema restrito a governantes, políticos, empresários, industriais e integrantes de partidos verdes.  É também uma tarefa do homem comum, da dona de casa, da criança;  o tema vai além dos modismos e transformou-se num estágio da civilização, em que já não existe o retorno.  A péssima qualidade do ar, os ruídos ensurdecedores, a devastação sem trégua das matas, os rios e os mares poluídos, a matança brutal e indiscriminada dos animais, os alimentos contaminados, estão indicando uma herança nefasta que pede urgentemente uma postura consciente, realista e participativa.

Também os administradores, prefeitos e responsáveis pelo assunto precisam estabelecer normas  de convivência que devem ultrapassar as pretensões eleitoreiras.  É preciso mais ação, mais vigilância e punição para os infratores, pois a qualidade de vida dos munícipes está sendo seriamente afetada. A educação e o empenho coletivo, através de uma conscientização constante não podem esmorecer, afim de se evitar o que acontece todos os anos  nos mananciais e nos rios, cujo lixo  recolhido soma toneladas. A administração de uma cidade , de seus bairros, praças  e logradouros públicos , de suas ruas, bueiros e calçadas , bem cuidados e limpos de matos e de lixos deve  fazer parte das agendas diárias  dos responsáveis, uma competência que constitui o selo do bom administrador ;     O exemplo e a fiscalização devem vir de cima, através de campanhas públicas e punições.  Uma conscientização em que é preciso começar a ser “verde”, dentro de casa, cada qual procurando fazer sua parte, se quisermos preservar e remediar o mundo em que vivemos, antes que seja tarde! 

Em Piracicaba, e o assunto já foi abordado algumas vezes; o ítem poluição ambiental vem sendo extremamente descuidado, é só levantar cedo e andar pelo centro e arredores para verificar o abandono e o descuido . O trânsito é desordenado e barulhento, as calçadas, quase intransitáveis, estão sujas de lixo, de peças de roupas deixadas pelos moradores de rua, de plásticos e excrementos,  os  bueiros entupidos e os matos crescendo `a vontade.  Um cenário que já constitui o panorama cotidiano. Sobre a praça central, é bom  nem mencionar.  O desastre ecológico da mortandade de milhares de peixes, ocorrido recentemente no rio   Piracicaba  retrata um triste episódio  do desleixo e  do abandono da vigilância  tão necessária   por parte de nossos administradores.  E isto não é feito num dia, é de TODOS os dias.

Salvar o planeta, enquanto ainda é tempo, eis a magnífica mensagem do Papa Francisco em sua preciosa Encíclica “Laudato Si”, em que suas profundas e sábias  considerações sobre o tema deveriam ser conhecidas por todo o mundo civilizado.


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