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terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

A Dança e a Vida

 


Bianca Rosenthal

Diz o conhecido ditado que devemos dançar conforme a música. De certa forma, a vida pode ser comparada à dança, sendo ora alegre, dramática, fúnebre, apaixonante, romântica...

Se permitirmos, podemos sentir o ritmo do vento e até bailar com ele, contornando vendavais que se assemelham às intempéries da vida, dissipando-se gradualmente até tornar-se uma brisa suave e a dança se tornar gentil. 

 Que prazer é poder dançar e expressar-se com o corpo, movimentos encantadores cheios de sentimentos que cativam e arrancam suspiros da plateia. Cada movimento é um sentimento, cada giro é uma emoção, saltos leves e suaves, seguidos de aceleração, tempo e contratempo, assim ocorre na vida.

Permitir que a alma seja tocada pelo ritmo que a beneficia, dependendo do estado que se encontra e de preferência.

Um dos meus escritores favoritos, Rubem Alves, fez uma bela comparação envolvendo a dança, quando disse:

“Há pessoas que nos fazem voar. A gente se encontra com elas e leva um bruta susto (...) elas nos surpreendem e nos descobrimos mais selvagens, mais bonitos, mais leves, com uma vontade incrível de subir até as alturas, saltando de penhascos. Outras, ao contrário, nos fazem pesados e graves. Pés fincados no chão, sem leveza, incapazes de passos de dança. Quanto mais a gente convive com elas mais pesados ficamos.”

Que possamos nos cercar de pessoas que nos inspiram e fazem brotar em nós a leveza e a capacidade de dançar, ainda que metaforicamente, despertando o melhor que há em nós.

Dançar é mágico, entre giros e rodopios, palmeados e sapateados, arrepios e calafrios, a dança é entrega. Por vezes resgata a infância, outras tem o poder da sedução.

Termino aqui com uma frase de Victor Hugo:

“A dança expressa o que não se consegue dizer em palavras, mas que também não pode de forma alguma permanecer em silêncio”.

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