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quinta-feira, 28 de novembro de 2024

ESTAMOS NO AGORA, NÃO NO AMANHÃ

 


Elda Nympha Cobra Silveira

 

A maioria dos seres da humanidade se preocupa com o dia de amanhã e esse futuro se torna o algoz de nossas vidas. Desde o nascimento há certa expectativa sobre o futuro daquela pequena criança. Ela é educada para o futuro e se pensarmos bem, o futuro é como o pote de ouro esperado no fim do arco íris... Se imaginado ilusoriamente na ânsia de encontrar o ouro que irá transformar nesse esperado e cultuado futuro, no final, a espera talvez não seja recompensada. Os anseios se transformam com o passar dos anos, e com a maturidade, concluímos que nos desgastamos prevendo e nos preparando para o que estaria por vir, sem enxergarmos que é infeliz o espírito preocupado com o futuro. Como não sabemos para onde ele nos conduz estamos sempre ansiosos porque nos projetamos para além do agora. O que sou o sou agora, porque já o fui e adiante o serei. Tememos, nos angustiamos, ansiando pelo amanhã e perdemos de viver o dia de hoje, que é o real, e existe para desfrutarmos dele, vivermos plenamente dele sem que a busca pelo amanhã frustre essa alegria verdadeira.

Adianta pensarmos: “vou à piscina ou praia amanhã”, se nem sabemos se estaremos vivos? É como se diz “o futuro a Deus pertence”. Não estou fazendo apologia da insensatez, de ser incauto com a vida que levamos. Se pensarmos que ao entrarmos num avião, ou carro, quando atravessamos uma rua, vai acontecer um acidente viveremos sempre com medo. Eu já fui assaltada, juntamente com meus familiares, mas não fico vendo um assaltante em cada sombra,  mesmo que com o ocorrido, todo o plano de férias e alegria poderia ter acabado,  por ali mesmo, em tragédia.

O futuro é uma incógnita e se programarmos certas atitudes que teríamos nessas ocasiões, tenho certeza sairiam diferentes. Fatos inesperados para o pior, ou para melhor, são alavancas e nos fazem tomar rumos inusitados. Às vezes vamos viajar e saímos esperando discordâncias entre as pessoas com quem vamos conviver e já ficamos de prontidão, com o pé atrás, como se diz, mas se viajarmos com os ânimos voltados para a harmonia muito será tolerado, ou vamos rir de certos desajustes e  levar a situação como uma piada. Se chover, ou fizer sol dependendo do humor, ficamos em casa aproveitando para conversar, jogar baralho, ver televisão e curtir a graça espontânea das crianças. Isso rejuvenesce.

Se fizer sol é só sair para passear como fizemos em Campos do Jordão, aproveitando as belezas do lugar. Programa é o que não falta nessa cidade com ares  europeus com suas avenidas de plátanos e hortênsias de nuances azuladas, cor de rosa e outras mais. Sentar numa das mesas do Baden, ou à noite, ir a um restaurante saborear um rosti com uma taça de vinho tinto ou um bom fondue de chocolate, com toda família reunida conversando e rindo, é a melhor coisa do mundo. Esse é um bom começo de ano!

Se cada dia for vivido com acerto, logicamente teremos um feliz ano-novo. Se vivermos cada dia, cada ano sentindo-nos bem conosco e com os outros, com certeza tudo dará certo. O sol chega todo dia para iluminar a Terra e a lua para derramar seu luar. Quem for sensível poderá até ser despertado para um romance latente e resolver declarar seu amor no agora e não no amanhã.

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