Páginas

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

O Soneto e eu


 João Baptista de Souza Negreiros Athayde

  

Difícil do soneto é encontrar a rima

que venha esmerilhada e com cesura pronta

na justa comunhão do som, da luz, do clima

que hão de permear os versos, ponta a ponta

 

Preciso é que a palavra que o verso anima

abrigo possa achar na imagem que desponta.

Que venha desbastada ao fim dessa vindima

as pérolas do Lácio unindo conta a conta

 

Por isso o meu desgosto em criar sonetos.

Fazer que rimem, suave, quadras e tercetos

e casem-se as estrofes no poema inteiro

 

São tantos os cuidados, e os grilhões são tantos!

Até que a Poesia verta seus encantos

as sílabas finais do verso derradeiro.

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário