Páginas

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

"A última ceia"



Tony Corazza

Queria estar naquele castelo que vejo ao norte,
Sentado a janela olhando-a caminhar. 
Vendo apenas sua sombra ao amanhecer. 
E imaginar apenas uma beleza medíocre, extremamente real. 
Aquela beleza que não toca o imortal.  

Queria estar sentado naquela luz que vejo no horizonte. 
Piscando infinitas vezes,
Com medo do destino. 
Era para acontecer ou tenho azar?
Conseqüências absurdas!

Ela me toca
Recoloca-me na triste realidade, 
Um lugar sem ter paz e beleza. 
Aonde a solidão te encontra sem vaidade. 

Seu cheiro me paralisa 
Enforca meus pensamentos. 
Prendo a respiração e o "soluço"  não passa,
E duvidas sobre minha sanidade começaram a surgir. 

Ela come meu coração 
Como um leão educado num jantar a luz de velas e taças de cristal. 
Sou a  última refeição de um assassino no corredor da morte
Que já não sente mais o gosto de nada e treme de ansiedade


Ela é um demônio sentimental! De sorrisos sádicos
-Grita minha consciência. 
Achei que a tinha visto bebendo água benta.
-Pensei alto
Constrói igrejas  com corações partidos,
E usaria de mosaico o resto dos seus cacos pulsantes.
-Suspira meu Ego

Mas e se a loucura fosse minha?
Aqueles pensamentos ruins sumiriam
E eu poderia perguntar sobre o amor. 

então...

Será que ela jogaria tudo fora,
Chutaria o tornozelo de Atlas,
Diria que me ama,
E ainda assim equilibraria o universo?

Nenhum comentário:

Postar um comentário