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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

RECIPROCIDADE E RETORNO

               


Maria Helena Vieira Aguiar Corazza - Cadeira no3 - Patrono: Luiz de Queiroz
            O mundo caminharia com mais leveza e naturalidade se houvesse a retribuição dos bons gestos recebidos e, a amizade mais presente e fortalecida caso o retorno se concretizasse daquele que recebeu tal atenção, um convite, sobretudo o inesperado, que alegra, trazendo com a surpresa, uma “curtição” diferente, na satisfação que o agradecimento traz. O poder do retorno agradecido é algo tão benéfico que poderá erguer os desconsolados, até alguém caído na depressão, mostrando-lhe o mundo com outros olhos. O calor humano exerce um milagre em si, que dá forças e vontade de romper os obstáculos que aprisionam, levantando pessoas, tirando-os da tristeza para a alegria, do pranto para o sorriso, da inércia à ação fazendo-os acreditar novamente na vida.
            A reciprocidade amplia o campo dos relacionamentos com a emoção das palavras cordiais, novos assuntos e conversas, imprescindíveis quando se trata de ampliar contatos e conhecimentos, trazendo novos motivos e sintomas de amabilidades, destruindo a indiferença do “para mim, tanto faz como tanto fez”, fraqueza de enfrentar as dificuldades diárias na convivência necessária entre os mortais.
            É preciso, porém, nunca descuidar da luta de todos os dias, em todos os sentidos! É vital lutar constantemente “chutando o mau humor, o pavio curto e a grosseria”, e inventar argumentos para não deixar o interesse pelo próximo esmorecer, nem destruir seus sonhos e ideais, lembrando que, na lei da física, “toda ação traz uma reação inversa e proporcional”, daí, o valor da reciprocidade positiva, com um “obrigado”, uma saudação, uma flor, uma gentileza, um simples e gostoso cafezinho, sem sofisticação, naquela “simplicidade” de proporcionar momentos de contentamento e felicidade, tendo o cuidado em jamais fazer o mal, que também trará seu retorno conforme oferecido. Tudo muito simples: se receber retribuir, e, se não receber ir atrás, inventar, convidar, promover, insistir e “fazer por acontecer”!  Não deixar sem resposta um ato carinhoso é um grande testemunho de nobreza de alma, sobretudo aos retraídos e tímidos, os mais necessitados de se sentirem aceitos sabendo que alguém se interessa por eles. Atitudes tão oportunas e benéficas que podem lhes devolver a fé em Deus e a esperança na Humanidade em quem estiver sem forças para continuar.

            A reciprocidade entre as pessoas, que trará um retorno salutar enfim, se bem sentida é um recurso de elevação e aprimoramento emocional e espiritual, uma vez que o tempo não perdoa os maus de coração, os omissos e desinteressados que não sabem entender, proporcionar, retribuir, conviver, se dedicar, ou que ignoram as boas ações de seus semelhantes. O estímulo para novas boas ações além de salutar é vital mesmo porque, a vida é muito curta, e para isso é preciso estar sempre atento (“vigiai e orai”...). O tempo passa num relance, e vale a pena sim, cultivar sentimentos e amizades, conquistar, retornar gestos carinhosos, agradecer e também “saber receber”, pois, mais tarde (quase daqui a pouco...), na “hora de sentir na pele a necessidade de uma atenção, nos momentos de solidão e saudade” haverá que se ponderar: “O que foi feito anteriormente em relação a isso”?

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