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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Fantasmas

Aracy Duarte Ferrari
Cadeira n° 16 - Patrono: José Mathias Bragion

 Nos filmes de terror os fantasmas são verdadeiros protagonistas, e sua permanência entre nós é tão normal, que os londrinos inventaram fantasmas notáveis, nos castelos tidos como assombrados, que perturbam e instigam a imaginação fértil de milhares de pessoas de todo o mundo. Apesar disso, tais castelos faturam fortunas todos os anos, por causa dos seus fantasmas e das histórias que contam sobre eles.
Não deixa de ser uma curiosidade, afinal, o viver seria insosso se não estivesse salpicado de fatos pitorescos e intrigantes. É bom deixar a seriedade dos compromissos e dar uma relaxada abrindo espaço para falar sobre duendes, fantasias e fantasmas. Há alguns causos bem divertidos e envolventes que nos fazem rir à vontade, mas alguns são tão verossímeis que chegam a amedrontar.
Eu nunca tive o prazer, ou o desprazer, de ver um fantasma, mas algumas pessoas, a maioria delas já de idade avançada e pouca escolaridade, são convictas e afirmam ter visto almas penadas que se encontram em outro plano e vêm para o nosso mundo para terminarem o que devem fazer: alguma coisa que foi interrompida por causa da morte da pessoa. Eu não acredito, mas respeito e acho interessante o pensamento dessas pessoas.
Na verdade, desde crianças todos nós temos lembranças de vários causos sobre fantasmas. Para mim um deles ficou gravado em minha memória e relembro com frequência. Dois estudantes gaiatos corriam e dançavam por entre as lápides de um cemitério, até que encontraram um coqueiro, bem perto do muro, e com uma vara tentavam apanhar os coquinhos amarelinhos, quando alguns frutos caíram na rua bem em cima de dois bêbados que cochilavam na calçada… Um dos rapazes gritou: “Pega, pega, os que estão lá fora”.

Nesse momento noturno, intenso e escuro, sem lua e estrelas, os dois bêbados ouviram a conversa. Sem perceber a presença física de alguém, apenas ouvindo o som forte de vozes, entenderam, de súbito, que alguém viria pegá-los, já que eles estavam do lado de fora. Assustados, precipitaram uma corrida intensa sem destino, perdendo o retorno às suas casas e deixando de fazer aquele trajeto por muito tempo. 

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