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domingo, 2 de fevereiro de 2014

DOCE, DOCE POESIA

Lino Vitti Cadeira n° 37 - Patrono: Sebastião Ferraz                                       

Comentam por aí, de boca em boca,
Num acento brutal de covardia,
Que eu tenho uma alma sonhadora e louca
Porque sonha e enlouquece na poesia.

E como se não fosse ainda pouca
A dor dessa agulhada aguda e fria,
Às vezes, quando passo, atrás espouca
A gargalhada atroz de uma ironia.

Não me zango, porém. Pelo contrário,
Perdôo, como um Cristo meigo e triste
Escalando um intérmino Calvário.

É que eles não compreendem, pobrezinhos,
Quanta delícia na poesia existe
Feita embora de cruzes e de espinhos.

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