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terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Claraboia

 Carmen Maria da Silva Fernandez Pilotto
Cadeira n° 19 - Patrono: Ubirajara Malagueta Lara

“Eu pinto o que penso, não o que vejo”
Pablo Picasso

Um mergulho no vácuo do contemporâneo
Traz uma dimensão de não-linear assustadora
E a ordem inversa dos valores
Leva o homem ao desequilíbrio da própria espécie
Neuroses
Esquizofrenias
Síndromes
Atopias
Sintomas de uma mente perturbada

Com o diagnóstico já predestinado
A alma escapa para outro quadrante
Na busca de luz própria

Que a faça sobreviver à Vida 

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

ALVORECER


Leda Coletti

Num leve lusco-fusco, de mansinho
desponta o dia em toda realeza
e matas, aves, flores com carinho
 saúdam essa matinal beleza.

Alunos indo à escola   bem cedinho,
operários com pressa e ligeireza
nos ônibus, metrôs, em burburinho
não querem perder hora, com certeza.

Todos andam, buscando atingir metas
fáceis, difíceis, às vezes sem setas,
aspirando dar conta da empreitada.

De sol a sol, após jornada inteira
esperam recompensa prazenteira,
plena realização nessa escalada.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

“Vou-me embora pra Pasárgada!” *


Ivana Maria França de Negri

            Os versos de Manuel Bandeira foram a inspiração desta crônica. Mas...onde fica Pasárgada? Existe mesmo esse lugar? Dizem que era uma antiga cidade da Pérsia, mas não existe mais. Restou apenas um sítio arqueológico e a metáfora de um local fantasioso, onde reinaria a felicidade plena. Em alguma fase da vida todos temos esse desejo de evasão, quando o mundo se apresenta cruel demais e queremos fugir da realidade e viajar para o mundo das ilusões.
Final de um ano, início de outro, ciclos que terminam, recomeços, e todos ficamos mais reflexivos, questionamos nossa existência e contabilizamos as conquistas e as perdas.
Sonhamos com um paraíso onde não há sofrimento, nem dor, que nos acena promessas de felicidade. Mas só poetas e crianças conseguem vislumbrá-lo em algum momento de suas vidas. Esse éden pode existir em outras dimensões inimaginadas.
“Além do horizonte existe um lugar, bonito e tranquilo pra gente se amar” diz a letra da música. E reza a lenda que no final do arco-íris tem uma ponte que liga a terra ao céu... Muitos tentam localizar o paraíso perdido, o Jardim do Éden descrito na bíblia. Talvez alguns até descubram o portal que se abre para esse Eldorado, mas se o encontram, não contam para ninguém, pois não querem ser chamados de loucos. A maioria dos pobres mortais, apenas o visitam em sonhos, quando estão nos braços do deus Morfeu, entre a vigília e o sono. E quando despertam, ficam com aquele sentimento de angústia, de nostalgia, de querer voltar, mas não sabem como chegar até lá, a não ser em sonhos mesmo.
No conto de Peter Pan, o menino que se recusava a crescer e virar adulto, existia uma ilha denominada Terra do Nunca, um lugar mágico e de localização indefinível. Talvez só exista no imaginário das crianças e dos adultos com alma de criança. Lá os meninos perdidos vivem aventuras sem fim, com piratas, índios, fadas, muitas descobertas,  surpresas e emoções. Emoções essas que só podem ser sentidas e não compreendidas.
E a gente conclui que tudo nesta vida tem que ter uma certa dose de fantasia. Existe o mundo real e o surreal. E às vezes, viver o real é bem doloroso. Por isso é bom sonhar!
Alice, a do país das maravilhas, em seu universo não menos mágico, pergunta ao coelho branco: “Quanto tempo dura o eterno? E ele responde para Alice: “às vezes, apenas um segundo...”
O Pequeno Príncipe, outro personagem intrigante e enigmático, traduz em sábias palavras o que é preciso para entrar nesse mundo onírico: “o essencial é invisível aos olhos e só se pode ver bem com os olhos do coração.”

Termino meu texto com Bandeira, tal como o iniciei: “Vou-me embora pra Pasárgada, lá sou amigo do rei, em Pasárgada tem tudo, é outra civilização! Lá a existência é uma aventura! E quando eu estiver mais triste, mais triste de não ter jeito, quando de noite me der, vontade de me matar, vou-me embora pra Pasárgada, aqui eu não sou feliz...”

* Texto publicado na GAZETA de PIRACICABA - 9 de Janeiro 2018

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Retrospectiva da Literatura em 2017



Janeiro
26 - Faleceu aos 93 anos, o poeta piracicabano Sylvio Arzolla.

Fevereiro
O escritor Armando Alexandre dos Santos, membro da Academia Piracicabana de Letras, toma posse em Portugal como membro da Academia Portuguesa de História,  uma instituição muito antiga e venerável, fundada em 1720 pelo Rei D. João V, extinta pela república em 1910 e restaurada pela mesma república em 1936. É das mais antigas da Europa e do Mundo inteiro.

Barjas Negri, prefeito de Piracicaba,  autografa seu livro “Novos Tempos, Novos Caminhos 3” na ACIPI

Aracy Duarte Ferrari lança livro de contos, crônicas e poesias “Palavras Entrelaçadas em Pensamentos” no Recanto dos Livros e também no Casarão do Clube de Campo.

Março
Os grupos literários comemoram o Dia da Poesia e Dia da Mulher com um evento no Casarão de Turismo

11 – A educadora Neuza Mainard lançou o livro Interfaces entre Neurociência, Educação e Promoção da Saúde no Centro Cultural Martha Watts

Tomam posse na Academia Piracicabana de Letras os cinco novos acadêmicos: Maria de Lourdes Piedade Sodero Martins, Ésio Antonio Pezzato, Vitor Pires Vencovsky , Newman Ribeiro Simões e Edson Rontani Júnior

Abril
29- O Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba lança o livro póstumo de Nair Barbosa de Almeida Leme, PAGMAJERA, sobre a vida do Marechal Rondon

Maio
 6 de maio – O escritor e historiador Cecílio Elias Netto autografou o livro Piracicaba a Florença Brasileira

Junho
Lançamento da revista de número 14 da Academia Piracicabana de Letras

Julho
 25 de julho os grupos literários GOLP e CLIP comemoram o Dia Nacional do Escritor, deixando livros em vários pontos da cidade com o projeto Livro com Pezinhos. Quem pega o livro, tem o compromisso de passá-lo adiante assim que terminar de ler

Evaldo Vicente mediou uma roda de conversas sobre artes com o escritor Cecílio Elias Netto em parceria com o SESC e ICEN (Instituto Cecílio Elias Netto) em 12 de Julho

Agosto
25 – No Centro Cultural Martha Watts, lançamento do livro infantil “Capitão Nhô Lica, o colecionador de pedras” autora Ivana Maria França de Negri com ilustrações de Ana Clara de Negri Kantovitz

Ivana Maria França de Negri também teve sua foto selecionada no concurso fotográfico em comemoração aos 250 anos de Piracicaba organizado pela ACIPI.  A foto estampou a revista de número 14 da APL.

As escritoras Leda Coletti, Maria de Lourdes Piedade Sodero Martins, Dulce Ana Fernandes e Madalena Tricânico participaram da 15ª FLIP – Festa Literária de Paraty.

Setembro
Com o conto “MEMÓRIAS DE UMA CANETA”, Ivana Negri conquistou o segundo lugar no Prêmio Nacional de Literatura dos Clubes, representando o Clube de Campo de Piracicaba. A premiação inclui publicação da obra em livro e $1000 reais.

Outubro
 Lançamento do livro infantil de Leda Coletti  “ A estrelinha de Natal”, com ilustrações de Ana Clara de Negri Kantovitz

A poesia "Espantalho", de autoria da escritora  Carla Ceres, classificou-se em segundo lugar no XX Prêmio Cidadão de Poesia da cidade de Limeira

Nos dias 27, 28 e 29 de Outubro realizou-se  a 2ª edição da FLIPIRA,  Festa Literária de Piracicaba, com participação de integrantes da Academia Piracicabana de Letras, Centro Literário de Piracicaba e Grupo Oficina Literária de Piracicaba

Novembro
Falece a escritora piracicabana Ana Marly de Oliveira Jacobino,aos 62 anos, idealizadora do Sarau Literário Piracicabano.

Lançamento da revista “Piracicaba em Letras e Imagens” pelos integrantes dos grupos literários CLIP (Centro Literário de Piracicaba)  e GOLP (Grupo Oficina Literária de Piracicaba) em comemoração aos 250 anos da cidade

“Do Estado da Violência à Violência de Estado” é o livro que o escritor João Baptista Negreiros Athayde autografou na OAB de São Paulo

Dezembro
O escritor Otacílio Monteiro autografou, em Limeira,  seu décimo terceiro livro:  “Poemas ao Pôr do Sol”.

Lançamento da revista número 15 da Academia Piracicabana de Letras

 A cada ano o Projeto Mensagens Natalinas, formado por integrantes dos grupos literários, leva a alguma entidade presentes, música e cartões de Natal. Neste ano a entidade contemplada foi a Casa Chadad