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Maria Helena Vieira Aguiar Corazza
Cadeira n° 3 - Patrono: Luiz de Queiroz
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Com a morte de minha mãe, uma
porção de lembranças veio à minha mente. E, não eram apenas as da infância, nem
os do tumulto da adolescência, da escola ou da vida de mais tarde quando já
casada, ela e o papai vinham em fins de semana, ou quando ficavam com os
netinhos para que a gente pudesse viajar... Eram momentos os mais diversos, das
minhas crises de bronquite e ela no pé da minha cama, ou muito enérgica em seus
conceitos de moral e exigência nas lições de casa, enfim, de emoções longínquas
ou até esquecidas já, que se mantém vivas agora, se não machucando trazendo
doces recordações no relacionamento comum que filhos e pais costumam realizar
até com atritos e discussões. Todo mundo aprendendo... Musicas que me lembram
agora não só épocas divertidas, mas outras que mexem com o coração sempre que
surgem dando-nos a certeza que, se este tempo passou, agora é preciso
continuar, sem esmorecer, quem sabe com novas musicas letras de canções e novos
sentimentos...
Engraçado
é que, com a morte de minha mãe me vejo mais forte e mais corajosa, mais
consciente e mais responsável nos passos a dar nesta vida com tantos
compromissos com a família que precisa de mim, e que cresce no dia a dia sem me
dar tempo marcado para ficar, ou hora para ir embora daqui, mais firme e mais
madura, como se esta fosse a forma definitiva de ver as coisas, sem ela mais
por perto, lembrando, porém, que, minha
mãe teve uma vida longa de ausência de enfermidades, acidentes e doenças, com
todos os filhos, netos e bisnetos vivos e saudáveis (e olhem que somos bastantes!).
Isto foi uma super benção, sim, que é preciso louvar e saudar a Deus todos os
instantes que estamos passando e os que teremos ainda que passar. Uma, por
assim dizer, homenagem a essa mulher, esse ser humano muito digno pela
longevidade de tantos dias (foram 99 anos!), horas e segundos vividos por ela,
bastantes calmos até, e, por que não dizer, independentes? Trabalho, minha mãe
nunca deu! Era auto-suficiente, e, se precisou de respeito, atenção e amor
normal e natural que as mães merecem ter, ela teve enquanto esteve ao meu lado.
Consciência
de “dever cumprido” é uma graça que precisa ser colocada à frente de qualquer
sentimento honesto, livre e limpo, tanto para as mães, como para os filhos. No
entanto chega um momento em que elas precisam descansar, infelizmente. Precisam
partir ao encontro de Deus, de Seus novos caminhos e da “Vida Eterna” que não
nos é possível conhecer aqui. Por isso, ela foi embora. Era sua hora única,
decisiva e definitiva. Sua falta, lágrimas e orações não são possíveis ignorar
ou cancelar. Elas existem e vão ficar através dos dias enquanto estivermos
nesta vida. Fé, porém, no encontro de um dia que acontecerá, também. Até lá,
mamãe querida. Descanse em paz!
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