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domingo, 20 de janeiro de 2013

COM A MORTE DE MINHA MÃE...

Maria Helena Vieira Aguiar Corazza
Cadeira n° 3 - Patrono: Luiz de Queiroz      
          Com a morte de minha mãe, uma porção de lembranças veio à minha mente. E, não eram apenas as da infância, nem os do tumulto da adolescência, da escola ou da vida de mais tarde quando já casada, ela e o papai vinham em fins de semana, ou quando ficavam com os netinhos para que a gente pudesse viajar... Eram momentos os mais diversos, das minhas crises de bronquite e ela no pé da minha cama, ou muito enérgica em seus conceitos de moral e exigência nas lições de casa, enfim, de emoções longínquas ou até esquecidas já, que se mantém vivas agora, se não machucando trazendo doces recordações no relacionamento comum que filhos e pais costumam realizar até com atritos e discussões. Todo mundo aprendendo... Musicas que me lembram agora não só épocas divertidas, mas outras que mexem com o coração sempre que surgem dando-nos a certeza que, se este tempo passou, agora é preciso continuar, sem esmorecer, quem sabe com novas musicas letras de canções e novos sentimentos...
            Engraçado é que, com a morte de minha mãe me vejo mais forte e mais corajosa, mais consciente e mais responsável nos passos a dar nesta vida com tantos compromissos com a família que precisa de mim, e que cresce no dia a dia sem me dar tempo marcado para ficar, ou hora para ir embora daqui, mais firme e mais madura, como se esta fosse a forma definitiva de ver as coisas, sem ela mais por perto, lembrando, porém,  que, minha mãe teve uma vida longa de ausência de enfermidades, acidentes e doenças, com todos os filhos, netos e bisnetos vivos e saudáveis (e olhem que somos bastantes!). Isto foi uma super benção, sim, que é preciso louvar e saudar a Deus todos os instantes que estamos passando e os que teremos ainda que passar. Uma, por assim dizer, homenagem a essa mulher, esse ser humano muito digno pela longevidade de tantos dias (foram 99 anos!), horas e segundos vividos por ela, bastantes calmos até, e, por que não dizer, independentes? Trabalho, minha mãe nunca deu! Era auto-suficiente, e, se precisou de respeito, atenção e amor normal e natural que as mães merecem ter, ela teve enquanto esteve ao meu lado.
            Consciência de “dever cumprido” é uma graça que precisa ser colocada à frente de qualquer sentimento honesto, livre e limpo, tanto para as mães, como para os filhos. No entanto chega um momento em que elas precisam descansar, infelizmente. Precisam partir ao encontro de Deus, de Seus novos caminhos e da “Vida Eterna” que não nos é possível conhecer aqui. Por isso, ela foi embora. Era sua hora única, decisiva e definitiva. Sua falta, lágrimas e orações não são possíveis ignorar ou cancelar. Elas existem e vão ficar através dos dias enquanto estivermos nesta vida. Fé, porém, no encontro de um dia que acontecerá, também. Até lá, mamãe querida. Descanse em paz! 

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