Rio Piracicaba

Rio Piracicaba
Rio Piracicaba cheio (foto Ivana Negri)

Patrimônio da cidade, a Sapucaia florida (foto Ivana Negri)

Balão atravessando a ponte estaiada (foto Ivana Negri)

Diretoria 2022/2025

Presidente: Vitor Pires Vencovsky Vice-presidente: Carmen Maria da Silva Fernandes Pilotto Diretora de Acervo: Raquel Delvaje 1a secretária: Ivana Maria França de Negri 2a secretária: Valdiza Maria Capranico 1o tesoureiro: Edson Rontani Júnior 2o tesoureiro: Alexandre Sarkis Neder Conselho fiscal: Waldemar Romano Cássio Camilo Almeida de Negri Aracy Duarte Ferrari Responsável pela edição da Revista:Ivana Maria França de Negri

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segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Crônica do Loyola no Estadão fala da 5a edição da Flipira- Festa Literária de Piracicaba


 Mulheres e livros
Ignácio de Loyola Brandão

Para Marcelo Rubens Paiva, resistente, resiliente

 

Mesmo que ainda não seja o ideal, há algo de novo no mundo dos livros. Fiquei emocionado quando, terça-feira passada, vi quinhentas pessoas lutando por um espaço no SESC Pinheiros para assistir  Itamar Vieira  Junior conversar com Walter Hugo Mãe.  Brilhantes e bem humorados. Eu regressava  de  três cidades nas semanas anteriores em feiras organizadas por mulheres à frente de academias locais. Como Rosana Celidonio, em Pindamonhangaba e  Ivana Maria em Piracicaba, à frente de um grupo que se reuniu há décadas em uma oficina literária e está junto até hoje. Finalmente, Araraquara chegou a sua terceira Fli-Sol, graças a tenacidade de Bernadete Passos, que levou forte time de autoras, da portuguesa Ana Filomena Amaral a Djamila Ribeiro,  da Academia Paulista de Letras, fundamental  na luta contra o machismo e  o preconceito contra negros. Ela veio de Nova York, onde leciona atualmente. E ouvimos a  especialista em envelhecer, Lilian Lianga, chinesa de 50 anos, que conhece todas as zonas azuis do mundo, onde as pesssoas chegam aos 120 anos.. Sem esquecer o encontro com a trans Amara Moira que  teve uma recepção entusiasmada. Assombrosa pela cultura e humor.   Mais tarde,  ao meu lado no jantar,  Amara passou horas a explicar a um professor de  línguas os estranhos termos do romance “Ulisses”, de James Joyce. Tudo tão claro que decidi, de novo, tentar a leitura

Corri, comprei “Neca”, romance de Amara, e penetrei em uma linguagem “moireana”. Joyce perde. Sabem o que é  “ocó”, “nenar”, “equê”,  “ruela”, “tombar a necka”,”cli”. E dai em diante?

         E de repente, percebi onde começaram essas  feiras a fomentar a leitura. Com uma gaucha destemida,  que por quarenta anos,  mulher que  nós ,escritores de todo o Brasil  amamos Tania Rösing, ex- professora da Universidade de Passo Fundo, criadora das Jornadas de Literatura, que ao serem encerradas  há pouco  abrigavam a cada ano sete a oito mil pessoas na plateia, vindas do país inteiro. Não por acaso a cidade gaúcha registra o maior índice de leitura do Brasil. Mas o sucesso das Jornadas  provocou o ciúmes de um reitor que deu um basta. A jornada terminou, depois de centenas de milhares de escritores terem passado por ela.

         A batalha de Tania não foi em vão. Sua ideia se multiplicou em feiras e festas que explodiram pelo país, junto ao sucesso da Flip e da Feira que Paulo Werneck realiza no Pacaembu, cada ano maior.  Benditas Tanias, Flips, Wernecks,  Ivanas,  Rosanas, Bernardetes, Giseles (Fli Poços),  Dulces, Adrianas e  imenso cartel  feminino em Ribeirão Preto há mais de duas décadas.



quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Trovinhas para a FLIPIRA

Maria de Lourdes Piedade Sodero Martins


Foi feliz e trabalhosa

Toda preparação

Coordenação engenhosa

Firme determinação!

 

De forma muito modesta

Nos pusemos em ação

O resultado da festa?

Verdadeira premiação!

 

Com a “Noiva da Colina”

A abertura aconteceu

De forma bem genuína

Toda orquestra enalteceu!

 

Mestre Professora Armando

Talentoso historiador,

Teve sob seu comando

Um projeto inspirador!

 

Ah! Escritora querida

Brava Cecília Meirelles!

Ana Marly, bem nascida

Ambas merecem “corbeilles”.

 

Linda Festa Literária,

De grande repercussão!

Feliz, toda faixa etária

A demonstrar gratidão!

 

Palestras apresentadas

Sempre muito concorridas

Belas histórias contadas

Pra todo gosto, escolhidas!

 

Com todo conhecimento

De quem tem sabedoria,

Loyola Brandão, portento,

Nos levou à euforia!



Entre aplausos, alegria,

Dois dias de animação!

Preciosa sabedoria

E muita imaginação!

 

O sucesso contagiante

Da FLIPIRA, com razão,

Verdadeiro estimulante

À nossa dedicação!

 

E as alegres bandeirolas

Decorando o pavilhão?

Pareciam ser corolas

Das flores em profusão

 

Mensagens “ao pé do ouvido”

Surpreendente atividade!

Quem brincou foi promovido,

Ficou feliz de verdade!

 

Linda, encantada gaiola,

Ofertou muita poesia!

Parecia uma viola

Cujo som é só alegria!

 

A pescaria? Sucesso!

Na encantada Flipirinha!

Assim provocou regresso

De toda criançadinha!

 

Estamos muito orgulhosos

Com o belo resultado

Ficaram lindos matizes

Nosso coração exaltado!

 

Para comprovar sucesso

Da nossa 5ª Flipira,

Só chamar “Repórter Esso”

E aguardar aqui em PIRA!

 

 

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Qual seu nome?*


Ignácio de Loyola Brandão

Chego em Piracicaba com medo.  Estarei frente a frente, ou de lado, ou seja lá como for, inquieto com uma pergunta fatal: você se lembra de mim? 

Natural, todos queremos ser reconhecidos por quem amamos, a quem admiramos. Porém, o tempo é implacável, corrói  olhos e memória.

Quase três décadas se passaram desde a última vez que aqui estive fazendo uma das mais prazerosas oficinas que já fiz.  Um grupo mais coeso, interessado, trabalhador, criativo. Nestes 40 anos mudei cinco vezes o grau dos meus óculos. Difícil, tenho um para perto, um para o computador, um para longe.  Só não consegui um que me identifique rápido uma pessoa. Já estou providenciado um que identifique  prontamente meus parentes, pessoas próximas, queridas, alguma ex distante, porque aqui a coisa  complica. 

Sei da dificuldade em me reconhecer. Perdi cabelos, eles eram negros e cacheados, hoje são brancos e ralos. Entre a última vez que aqui estive a memória  foi perdendo o brilho sutilmente.  E a audição? Exagero, fiquem calmos, não me  deteriorei. Meu Deus, mais de 30 anos se passaram e vou reconhecer todos? O rosto pode ser que sim.

Mas, o nome? O nome é uma armadilha. Nem imaginam o tanto de nomes que tive pela frente nestas  três décadas. Olho o rosto, sei que conheço, mas o nome flutua, evapora. Sei que a pessoa fica decepcionada.  Cada um de nós se imagina inesquecível. Há pouco, em Araraquara, onde nasci e cresci. uma jovem se aproximou, sorriu, me entregou o livro.

- E seu nome, por favor?

- Sou Olga Cecilia.

- Bonito nome...

- É ? Sou filha da Quita.

- Quita?

- Era o apelido dela. Irmã da Maria do Rosário.

- Veja só, minha mãe também se chamava Maria do Rosario.

- Sua mãe e a minha eram irmãs, filhas do Vital Gonçalves Lopes, seu avô e também meu.

- Olha! Teu pai era o Benedito Vacari que tinha maquina beneficiar arroz em Simonsen?

-Sim, sou sua prima irmã.

Lançamentos de livros são alegria, e ansiedade. Chego com um medo. Não reconhecer os que se recusam a preencher a ficha com o nome, alegando: ele me conhece. Meses atrás, na Feira de Livros de Ribeirão Preto ganhei a glória de ter memória “infalível”. Uma senhora de 80  anos, aproximou-se da mesa, olhei e disse: “Margarida Troncon”. Ela confirmou, recebi aplausos .  Como esquecer a mulher que lá atrás, quando tínhamos oito anos, em Araraquara, aceitou namorar comigo? Durou semanas, como era costume, peguei na mão dela. Ao longo da vida, casada,  hoje viúva, passados 80 anos, com filhos, ela nunca deixou de comparecer a lançamento meu.

Aprendi com Juscelino Kubitscheck, o presidente. Ele entrava, abraçava  todos, dizendo, querido fulano de tal! Sorriam ambos. Numa entrevista em 1957 eu tinha 21 anos, indaguei  eficiência da memória, ele riu e disse:   “Não conte e ninguém. Ao abraçar alguém, digo, ao ouvido da pessoa: diga logo seu nome que será bom para os dois.”

Funcionava. Assim, amados amigos que promovem esta festa pelo livro.

Quando chegarem, digam: Sou tal. Eu estarei com uma cartela com meu nome.  Num momento como este de pura emoção nem imaginam  a alegria e o sufoco.

*Crônica escrita e enviada a mim, Ivana,  especialmente para o pessoal do GOLP (Grupo Oficina Literária de Piracicaba)


Fotos por Will Bardine, Ivana Negri e outros





















































































































Galeria Acadêmica

1-Alexandre Sarkis Neder - Cadeira n° 13 - Patrono: Dario Brasil
2- Maria Madalena t Tricanico de Carvalho Silveira- Cadeira n° 14 - Patrono: Branca Motta de Toledo Sachs
3-Antonio Carlos Fusatto - Cadeira n° 6 - Patrono: Nélio Ferraz de Arruda
4-Marcelo Batuíra da Cunha Losso Pedroso - Cadeira n° 15 - Patrono: Archimedes Dutra
5-Aracy Duarte Ferrari - Cadeira n° 16 - Patrono: José Mathias Bragion
6-Armando Alexandre dos Santos- Cadeira n° 10 - Patrono: Brasílio Machado
7-Barjas Negri - Cadeira no 5 - Patrono: Leandro Guerrini
8-Christina Aparecida Negro Silva - Cadeira n° 17 - Patrono: Virgínia Prata Gregolin
9-Carmen Maria da Silva Fernandez Pilotto - Cadeira n° 19 - Patrono: Ubirajara Malagueta Lara
10-Cássio Camilo Almeida de Negri - Cadeira n° 20 - Patrono: Benedito Evangelista da Costa
11- Antonio Filogênio de Paula Junior-Cadeira n° 12 - Patrono: Ricardo Ferraz de Arruda Pinto
12-Edson Rontani Júnior - Cadeira n° 18 - Patrono: Madalena Salatti de Almeida
13-Elda Nympha Cobra Silveira - Cadeira n° 21 - Patrono: José Ferraz de Almeida Junior
14-Bianca Teresa de Oliveira Rosenthal - cadeira no 31 - Patrono Victorio Angelo Cobra
15-Evaldo Vicente - Cadeira n° 23 - Patrono: Leo Vaz
16-Lídia Varela Sendin - Cadeira n° 8 - Patrono: Fortunato Losso Netto
17-Shirley Brunelli Crestana- Cadeira n° 27 - Patrono: Salvador de Toledo Pisa Junior
18-Marcelo Pereira da Silva - Cadeira n° 28 - Patrono: Delfim Ferreira da Rocha Neto
19-Carmelina de Toledo Piza - Cadeira n° 29 - Patrono: Laudelina Cotrim de Castro
20-Ivana Maria França de Negri - Cadeira n° 33 - Patrono: Fernando Ferraz de Arruda
21-Jamil Nassif Abib (Mons.) - Cadeira n° 1 - Patrono: João Chiarini
22-João Baptista de Souza Negreiros Athayde - Cadeira n° 34 - Patrono: Adriano Nogueira
23-João Umberto Nassif - Cadeira n° 35 - Patrono: Prudente José de Moraes Barros
24-Leda Coletti - Cadeira n° 36 - Patrono: Olívia Bianco
25-Maria de Lourdes Piedade Sodero Martins - cadeira no 26 Patrono Nelson Camponês do Brasil
26-Maria Helena Vieira Aguiar Corazza - Cadeira n° 3 - Patrono: Luiz de Queiroz
27-Marisa Amábile Fillet Bueloni - cadeira no32 - Patrono Thales castanho de Andrade
28-Marly Therezinha Germano Perecin - Cadeira n° 2 - Patrona: Jaçanã Althair Pereira Guerrini
29-Mônica Aguiar Corazza Stefani - Cadeira n° 9 - Patrono: José Maria de Carvalho Ferreira
30-Myria Machado Botelho - Cadeira n° 24 - Patrono: Maria Cecília Machado Bonachela
31-Newman Ribeiro Simões - cadeira no 38 - Patrono Elias de Mello Ayres
32-Angela Maria Furlan – Cadeira n° 25 – Patrono: Francisco Lagreca
33-Paulo Celso Bassetti - Cadeira n° 39 - Patrono: José Luiz Guidotti
34-Raquel Delvaje - Cadeira no 40 - Patrono Barão de Rezende
35- Elisabete Jurema Bortolin - Cadeira n° 7 - Patrono: Helly de Campos Melges
36-Eliete de Fatima Guarnieri - Cadeira no 22 - Patrono Erotides de Campos
37-Valdiza Maria Capranico - Cadeira no 4 - Patrono Haldumont Nobre Ferraz
38-Vitor Pires Vencovsky - Cadeira no 30 - Patrono Jorge Anéfalos
39-Waldemar Romano - Cadeira n° 11 - Patrono: Benedito de Andrade
40-Walter Naime - Cadeira no 37 - Patrono Sebastião Ferraz