A orquestra
dos trovões e faíscas elétricas, ora atingia sons graves e lentos, ora agudos e
rápidos. As artistas nuvens se preparavam para entrar em cena. Ansiosas, davam
os últimos retoques, fazendo alongamento e já ensaiando passos mais impetuosos,
movimentando seus trajes cinzentos, os quais em alguns momentos ficavam azuis
escuros, quase negros. E o esperado momento aconteceu. A cortina do céu se
abriu e elas exibiram a mais bela dança, a chuva, que refrescou toda terra.
Rio Piracicaba
Diretoria 2022/2025
Presidente: Vitor Pires Vencovsky
Vice-presidente: Carmen Maria da Silva Fernandes Pilotto
Diretora de Acervo: Raquel Delvaje
1a secretária: Ivana Maria França de Negri
2a secretária: Valdiza Maria Capranico
1o tesoureiro: Edson Rontani Júnior
2o tesoureiro: Alexandre Sarkis Neder
Conselho fiscal: Waldemar Romano
Cássio Camilo Almeida de Negri
Aracy Duarte Ferrari
Responsável pela edição da Revista:Ivana Maria França de Negri
Seguidores
terça-feira, 29 de maio de 2012
segunda-feira, 28 de maio de 2012
Linguagem oral e linguagem escrita
Armando Alexandre dos Santos Cadeira n° 10 - Patrono: Brasílio Machado |
Tanto
o texto oral quando o escrito são produções verbais e, pelo menos em princípio,
devem ser organizados de modo coerente, fazendo sentido e exprimindo
determinada ideia, transmitindo determinada mensagem.
Na
linguagem oral, o emitente dispõe de maior liberdade, ajudado que é, na
transmissão da sua mensagem, por numerosos fatores coadjuvantes: o timbre da
voz, a maior ou menor ênfase com que fala, a línguagem corporal, a mímica, a
entoação, o jogo dos olhares, tudo isso acrescenta, ao que está sendo dito,
elementos significativos. Admitem-se, na linguagem oral, anacolutos, quebras
sintáticas, aporias, hesitações, expletivos, interjeições, repetições etc. - recursos
esses que, na linguagem escrita só podem figurar, quando podem, com parcimônia
e “sense de mesure”.
Já
na linguagem escrita, em que habitualmente se requer uma formalidade maior e
uma correção gramatical e estilística mais estrita, não intervêm esses fatores
coadjuvantes, cabendo unicamente a quem escreve, se for talentoso, suprir a
falta deles. Como pode fazê-lo? Numerosos são os recursos estilísticos à
disposição do bom redator para, de acordo com os gostos e costumes de sua época
e da cultura em que se insere, conseguir atrair e prender a atenção de quem o
lê.
Pessoalmente,
gosto muito do estilo de linguagem escrita que vai se desenvolvendo
dialogicamente, numa como que interlocução com um imaginário leitor. Esse
estilo, largamente utilizado por eminentes escritores do passado, como por
exemplo Machado de Assis e Eça de Queiroz (não em todas, mas em algumas de suas
obras principais), e também, de modo maravilhoso, por Guimarães Rosa, é sempre
atual e, pela experiência que possuo de 36 anos de prática jornalística,
costuma ser bem sucedido.
Nesse estilo, quem escreve vai acompanhando passo a passo o leitor, como quem está junto dele e vai, também passo a passo, observando suas reações, suas dúvidas, suas objeções, seu maior ou menor interesse, suas distrações. Importantes, nesse estilo, são as prolepses, por meio das quais o emitente prevê e responde a imaginárias objeções ou dificuldades do hipotético leitor/interlocutor. Importante também é que, nos trechos mais difíceis ou mais áridos, o emitente saiba temperar o texto com alguma nota particularmente atraente, com algo de novidade, de inesperado, até mesmo, se necessário, de chocante, ou acrescente uma nota de ironia ou humor. Tudo para manter continuamente a empatia, a ligação quase umbilical que o bom escritor deve manter com quem o lê. Entremear as exposições mais teóricas e esquemáticas com a apresentação de exemplos concretos em linguagem narrativa é, também, um recurso muito útil.
Nesse estilo, quem escreve vai acompanhando passo a passo o leitor, como quem está junto dele e vai, também passo a passo, observando suas reações, suas dúvidas, suas objeções, seu maior ou menor interesse, suas distrações. Importantes, nesse estilo, são as prolepses, por meio das quais o emitente prevê e responde a imaginárias objeções ou dificuldades do hipotético leitor/interlocutor. Importante também é que, nos trechos mais difíceis ou mais áridos, o emitente saiba temperar o texto com alguma nota particularmente atraente, com algo de novidade, de inesperado, até mesmo, se necessário, de chocante, ou acrescente uma nota de ironia ou humor. Tudo para manter continuamente a empatia, a ligação quase umbilical que o bom escritor deve manter com quem o lê. Entremear as exposições mais teóricas e esquemáticas com a apresentação de exemplos concretos em linguagem narrativa é, também, um recurso muito útil.
Curiosamente,
à medida que um bom escritor desenvolve um estilo desses, até mesmo no modo de
falar ele conserva essas características. Ele saberá, ao expor oralmente uma
tese, prender a atenção dos ouvintes de modo análogo à forma como prende a
atenção dos leitores que leem seus textos. O resultado, que pode parecer
paradoxal, é que, ao fim e ao cabo, tanto a linguagem oral quando a escrita se
aproximam bastante, sendo o modus
loquendi bem próximo do modus
scribendi.
Nada
mais natural. Afinal, tudo é comunicação humana, tudo é texto, tudo é
linguagem...
sábado, 26 de maio de 2012
CASTELO
Lino Vitti
Cadeira n° 37 - Patrono: Sebastião Ferraz |
Nos cumes de meu Sonho edifiquei
– todo de ouro a fulgir imenso e belo -
elegendo-me seu vassalo e rei,
deslumbrante e magnífico castelo.
Nele – feliz – vivi, sofri e sonhei...
mas um dia, raivoso, me rebelo
e o que com tanto amor edifiquei
quebro e derrubo a golpes de martelo.
E qual teria sido a razão toda
daquela destruição bárbara e douda
que o castelo pusera-me aos montões?
Pudera! Nos seus paços obumbrantes
já ambulavam estranhas habitantes
– era um covil repleto de ilusões!”
quinta-feira, 24 de maio de 2012
A imagem que fazemos de nós mesmos
Cássio Camilo Almeida de Negri Cadeira n° 20 - Patrono: Benedicto Evangelista da Costa |
Dias atrás, revendo fotografias antigas, em preto e branco, deparei-me
com um retrato meu, ainda bebê no colo de minha mãe. Se ela não me tivesse dito
que era eu, nunca teria imaginado. Depois encontrei outra, já com mais ou menos
três anos, outra com cinco e mais outras um pouco mais velho. Em seguida
encontro todas as fotos das cadernetas escolares, do ginásio, científico e
faculdade. Coloco-as em uma sequência cronológica, e ao observar aquela
metamorfose vejo-me como um ser dinâmico na aparência física.
Vejo também as fotos de casamento e a dos filhos ainda bebês. Nesse
instante paro o tempo para que possa observar quadro-a-quadro o decorrer da
vida.
Lembro-me de já ter lido que é comum na hora da morte, a visão da vida
inteira passando pela mente do moribundo. Acho que deve ser mais ou menos isso
que acontece, como esses instantâneos que a máquina fotográfica capta e
congela.
Cada foto, como uma palito de fósforo aceso, desencadeia um incêndio
mental e todas as lembranças daquele instante afloram para a superfície da
consciência e penetro na época retratada.
Quantas lembranças boas, outras más, estas poucas.
Procuro deixá-las irem passando, sem me apegar a nenhuma delas, sem
sentir saudades, simplesmente vem e se vão.
Tempo das calças curtas, do andar descalço queimando a sola dos pés no
asfalto quente dos dias de verão. Tempo das dores de barriga antes da notas
escolares, tempo de namoro, dos filhos chegando, das tristezas, alegrias, e
cheguei até o aqui, agora. Já maduro, estável, feliz. Num exercício mental,
corro ao espelho para ver meu retrato hoje. E me imagino no amanhã, cabelos bem
branquinhos, rugas, e vou envelhecendo mais e mais, ultrapassando os limites da
imaginação. Como essa face mudou em todos esses anos, não pareço mais aquele
que era e sou outro em relação ao que serei.
Por sobre meus ombros, o sol da tarde atinge o espelho que alimenta
meus pensamentos e minha visão se ofusca com tal luminosidade.
A imagem do espelho se desvanece com o clarão. Fecho os olhos, mas
continuo a ver aquela claridade refletida. Dou-me conta, então, de que não sou
essas imagens fotográficas ou a reproduzida no espelho. Tal como o reflexo do
sol no espelho, percebo que sou o reflexo divino na vida.
terça-feira, 22 de maio de 2012
SAUDADE
Elda Nympha Cobra Silveira Cadeira n° 21 - Patrono: José Ferraz de Almeida Junior |
Ele era o mais amigo, o mais sincero amigo de
todos os que já tive. Tomávamos muita caipirinha juntos, nos botecos sem nome
da vida. E batíamos longos papos, filosofando sobre a miséria, sobre o mundo e
os rumos da arte, tão desprestigiada em nossos tempos. Se ele estivesse vivo,
com certeza, seria um dos escolhidos para decorar o muro do cemitério, com sua
arte colorida, ressaltada de sentimentos e de grande solidão. A solidão que
juntos repartíamos. A solidão de sermos duas pessoas diferentes num só corpo.
Uma pessoa fadada a ser genial e a ter o seu dom marcado para sempre nas telas
do universo, e a outra fadada a sofrer os revezes da vida, a miséria e o
preconceito, a indiferença e o desprezo dos artistas mais afamados.
Mas ele, na sua finitude pessoal, no seu desespero
cotidiano, era na sua pobreza, na miséria que o rondava, maior que os de
renome, majestoso frente à majestade dos poderosos. Grande, imenso na sua
humildade negra.
E foi por isso que convivi com ele até a sua morte
precoce, sentida, sofrida e inútil.
Pela sua cor escura sempre foi execrado do
convívio social, da elite de que fazem parte muitas vezes os que pouco têm para
dar, mas lutam para se sobressair pisando naqueles que verdadeiramente têm seus
próprios méritos e talentos.
Certo dia, estando juntos num enterro e andando
pelas ruas do cemitério, com passadas contidas pelo féretro, ele foi destilando
sua amargura:
– Tempos atrás nem aqui eu poderia ser enterrado,
se fosse no tempo da escravatura. Perceba como as pessoas se afastam de mim,
mesmo sendo do mesmo nível intelectual e talento artístico. Não é só a cor, mas
também a pobreza. Elas são divisoras de águas numa sociedade.
E lágrimas rolaram pelo seu rosto destacando-se na
pele escura, era um misto de sofrimento pela perda de um amigo e pela sua
desdita, pela sua incapacidade de ser aceito por uma sociedade elitista.
Todos podem dizer que a morte é oportuna, digna e
necessária, mas eu digo que ela é uma passagem sofrida, absurda e amarga. E
quando entro num cemitério e vejo tanta ostentação, tanta ânsia de engrandecer
os mortos, num culto mórbido e doentio, fico pensando se vale mesmo a pena
cultuar alguém depois que morre elevando-o com honrarias e homenagens, se ele
foi tão vilipendiado, humilhado e ofendido quando vivo.
Mas esse
amigo não sabe, ou melhor pode até estar vendo, que nesse cemitério mandei
colocar sobre seu túmulo a escultura que ele havia esculpido, onde um anjo
negro carrega uma criança branca.
Bem, mas como
a vida é cheia de mistérios, aquela escultura beirando a guia da calçada,
começou a atrair todos que passavam. O olhar daquele anjo negro direcionado
para aquela criança em seus braços, diferia dos demais anjos da necrópole,
traduzia um infinito amor, despojado de preconceitos onde o pleno amor
altruísta se manifestava naquele velar constante pela criança desfalecida em
seus braços.
Grandes
mestres das artes sentiram toda a força do talento extravasar daquele mármore
frio mas esculpido com tanto carinho, parecendo até que foi aquecido por mãos
hábeis.
Seu nome
agora reconhecido foi catalogado como um gênio do cinzel e das telas. Ficaram
sabendo que durante dias e noites o escultor se esfalfou com grande sacrifício,
numa ânsia sempre crescente, para vê-lo terminado. Parecia que tinha urgência,
e tinha mesmo, pois logo após vê-lo pronto, esgotado pelo cansaço deu por
terminados também seus dias.
Na ocasião de
sua morte, não houve choro nem vela, somente eu e alguns vizinhos fizemos seu
enterro. Sempre o achei um homem solitário, mas ali, sozinho no caixão com as
mão calejadas cruzadas no peito, dentro de uma sala vazia, tive noção do que é
a solidão, a indiferença, o ostracismo angustiante de se sentir desprezado, um
pária na vida. O anjo negro de olhar pungente continua a atrair o povo do
lugar, que nunca deixou de sentir a empatia daquele olhar e não se cansa de
pedir graças para a saúde das crianças adoentadas. Deus em sua grande
misericórdia deu-lhe notoriedade após a morte.
sábado, 19 de maio de 2012
Inapetências
Carmen Maria da Silva Fernandez Pilotto Cadeira n° 19 - Patrono: Ubirajara Malagueta Lara |
sexta-feira, 18 de maio de 2012
APRENDENDO A VIVER
Fazia algum tempo que aquela senhora deixara para trás o casarão estilo neoclássico, no qual se encontrava uma valiosa biblioteca. Numa tarde, porém, voltou para ler alguns livros de autores consagrados. Saborear a leitura, analisar o mundo através do contexto, às vezes mágico, é como divagar a mil por hora, adentrando novos espaços para compreender a diferença entre si mesmo e o outro e, assim, talvez compreender o limite da individualidade, o direito de ir e vir, a liberdade de expressão e de crença. Saborear a leitura é como sentir a brisa bater no rosto na orla da praia, sentir o impressionante reflexo das luzes acesas a enfocar cristais. É lindíssimo...
|
A literatura floresce... São as palavras que fluem, brotam livres e soltas, despertam emoções adormecidas. Tudo acontece livremente, sem que os ventos contrários perturbem a pureza das sensações humanas. O importante é saber que o ontem é passado e já não existe, o hoje também se findou e o futuro será o amanhã que quisermos que exista: calmo, tranquilo ou turbulento, cinzento ou azul anil, mesclado com fatos pitorescos ou carregado de situações traumatizantes!
Não é necessário anexar ao viver limites e lapidações com qualquer tipo de instrumento para que o indivíduo tenha uma adequada formação e seja livre para escolher, como os pássaros que voam alegremente, soltos, livres, adentrando e explorando o espaço; ou como todos os animais, que vivem uma relação harmoniosa com a natureza, e fazem tudo instintivamente, sem que ninguém os ensine ou os obrigue a nada.
O rio também corre livremente e assume as nuances e os desenhos do seu leito, umedece as terras que o margeiam, abriga os peixes, mata a sede dos animais, segue sua trajetória e continua sua caminhada, abrindo seus afluentes, obedecendo com rigor somente às leis da gravidade.
Tanto o pássaro como o rio e o ser humano têm cada qual sua finalidade e sabem como exercê-la. A finalidade do pássaro é voar e embevecer o mundo com seu cantar maravilhoso. A finalidade do rio e desbravar todos os dias terras desconhecidas, porque na verdade não é o mesmo rio que corre eternamente. Ele renasce como um rio novo a cada dia. Para assumir sua finalidade o homem defronta-se com os acontecimentos mais divergentes, porém, porque é um ser pensante, está sempre preparado para vencer todos os obstáculos e construir sólidos caminhos. Além disso, sempre está pronto para aceitar derrotas e saborear vitórias!
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Abertas as inscrições para o XII Prêmio Escriba de Poesias
Estão abertas as inscrições para o 12º Prêmio Escriba de Poesias,
O regulamento está disponível no site: www.biblioteca.piracicaba.sp.gov.br/premioescriba
Os autores do primeiro, do segundo e do terceiro trabalhos classificados, receberão troféu, diploma e respectivamente, os valores de R$ 4.000.00 (quatro mil reais), R$ 3.000.00 (três mil reais) e R$ 2.000.00 (dois mil reais)
segunda-feira, 14 de maio de 2012
Avaliando redações
Armando Alexandre dos Santos Cadeira n° 10 - Patrono: Brasílio Machado |
Cinco
são os critérios recomendados a um professor para bem avaliar redações feitas
pelos alunos: a) adequação ao tema solicitado; b) adequação ao tipo de
composição; c) adequação ao nível de linguagem; d) coesão; e) coerência.
Esses
cinco pontos, realmente, são fundamentais. O primeiro deles é óbvio; se o aluno
produz uma obra prima de literatura, mas fora do tema que lhe foi solicitado,
não pode obter boa nota. Faz lembrar o dito célebre de Santo Agostinho: “bene
cucurristi sed extra viam” (correste bem, mas fora da tua pista).
Também
é importante que haja adequação ao tipo de composição. Se é pedido um texto
dissertativo, não se pode fazê-lo em forma epistolar, ou em poesia, ou à guisa
de discurso. Se é pedida uma carta, é uma carta, e não um discurso ou uma
crônica que deve ser feita. Se é uma narração, ou uma reportagem, ou um
requerimento que foi pedido, não se vá fazer coisa diferente.
O
nível de linguagem é também algo a não ser negligenciado. Em princípio, quanto
mais simples, direto e objetivo for o texto, melhor. Evite-se linguagem
rebuscada e cheia de artificialismos. Evitem-se também gírias e expressões
coloquiais, que não cabem num texto a ser avaliado por um professor, num
ambiente escolar. Ainda há poucos meses presenciei um fato muito engraçado.
Estava na Unicamp, num congresso de História Antiga, e apresentou sua
comunicação uma menina muito jovem, de Minas Gerais, ainda estudante de
graduação. Com bastante coragem, foi a um congresso em que quase todos os
oradores já estavam pelo menos no Mestrado e alguns já no Doutorado. Ela expôs
o seu trabalho, naturalmente com imprecisões, com erros, com falhas. Mas todos
os presentes, de modo muito elegante e - quase diria - caridoso, sem humilhá-la
com jeito a ajudaram, corrigiram as suas falhas, recomendaram que pesquisasse
melhor um ponto ou outro. Ela agradeceu e saiu contentíssima. Realmente foi
bonito ver o jeito com que todos, sem exceção, contribuíram para que a menina,
que estava dando o melhor de si, saísse de lá melhorada e engrandecida. Ela,
aliás, percebeu isso e agradeceu a todos, de modo muito tocante, com muito
charme.
O que me chamou a atenção, no caso, foi a observação que fez um dos professores mais graduados que estavam na sala. Com muito jeito, com ar meio bondoso, disse à menina: - Minha filha, vou dar a você um conselho: quando falar de um personagem histórico, não fica bem colocar o artigo na frente do nome, insinuando uma intimidade que você não pode ter com ele. Nunca diga: o Aristótoles, o Platão, o Sócrates. Nenhum dos três foi seu colega ou seu amigo de infância... Esse artigo dá uma nota excessivamente coloquial que não fica bem num trabalho acadêmico.
O que me chamou a atenção, no caso, foi a observação que fez um dos professores mais graduados que estavam na sala. Com muito jeito, com ar meio bondoso, disse à menina: - Minha filha, vou dar a você um conselho: quando falar de um personagem histórico, não fica bem colocar o artigo na frente do nome, insinuando uma intimidade que você não pode ter com ele. Nunca diga: o Aristótoles, o Platão, o Sócrates. Nenhum dos três foi seu colega ou seu amigo de infância... Esse artigo dá uma nota excessivamente coloquial que não fica bem num trabalho acadêmico.
A
menina entendeu a crítica, sorriu e agradeceu.
Por
fim, coesão e coerência são indispensáveis. Conjunções e preposições devem ser
colocadas nos lugares certos, do modo correto. Não são palavrinhas que se
distribuem aleatoriamente pelo texto, só para enfeite. Os conectivos têm
significado que não pode ser ignorado. É com eles que se “costuram” as várias
partes do texto, de modo a adquirirem unidade e coesão interna.
O
pensamento do texto, seu conteúdo, é importantíssimo. Em que medida o aluno
conseguiu exprimir um pensamento lógico, pessoal, maduro e refletido no que
escreveu? Em que medida se limitou a repetir frases feitas, lugares comuns e
banalidades, numa espécie de psitacismo cultural? Em que medida o texto produzido
pelo aluno permite entrever um espírito lúcido, capaz de ver com clareza o
problema e, com igual clareza, expô-lo por escrito?
Se
em todos esses pontos o aluno foi bem sucedido, somente se for muito “malvado”
o professor não lhe dará nota 10...
A
todos esses critérios eu acrescentaria um último, que nem sempre é lembrado mas
considero digno de consideração. Acredito que o professor, além da análise
tanto quanto possível objetiva e imparcial que faça de uma redação, também deve
tomar em linha de conta, subjetivamente, o aluno em si. Um aluno menos dotado
que se esforçou extraordinariamente merece, em justiça, que o professor lhe
faça sentir, na nota mais alta, que compreendeu e deseja estimular aquela
conduta mais esforçada. E um aluno mais dotado que produza uma ótima redação,
mas que evidentemente poderia tê-la feito muito melhor, também é justo que
sinta, na avaliação, que o professor percebeu e lamentou o desleixo.
A
justiça de uma avaliação é, pois, uma composição de objetividade e
subjetividade, de censura e estímulo, de justiça comutativa e distributiva. É
mais equitativa do que igualitária já que, como dizia Rui Barbosa, a verdadeira
igualdade consiste em tratar desigualmente os desiguais.
sábado, 12 de maio de 2012
MAMÃE
Myria Machado Botelho - cadeira no 24 |
Que mistérios serão os desse mundo?
Que incompreensíveis trocas serão essas?
Eu, que um dia sentei no teu regaço
Balbuciando ao te ouvir...
E na segurança de teus braços
Ensaiei meus primeiros pobres passos
E em ti me resguardei de tantas quedas!...
Eu que no teu exemplo fui crescendo
Sem notar os pesares que causava
Sem conceber as dores que sentias!...
Tu que tão grande e forte te fazias
Recebendo mesquinhas recompensas
Mascarando tristezas desenganos
Mudando sacrifícios em prazeres
Amor distribuindo e semeando...
Agora mamãe já estás velhinha!...
Agora eu te protejo...
E te ajudo a escutar a entender a falar...
E te apoio em meus braços nos passos vacilantes
E te ensino de novo e te conduzo
E procuro entender teu mundo enevoado
De lembranças de visões fugazes!
Debruçada no além e aqui fixada
No limiar da última aventura!...
Mamãe! Mamãe! Que sinas serão essas?
Que sentido haverá no teu sorriso
Sorriso que despede que transcende
E sereno te envolve iluminando o rosto?
É certo vais partir? E sempre me deixar
Para um dia também eu te encontrar?
Então mãezinha é isso a vida?
Esse eterno doar e pouco receber...
Essa roda incessante infinita incessante
Sempre a reluzir sempre a repetir:
“Amor! Amor! Amor!” eis tudo que deixaste!...
sexta-feira, 11 de maio de 2012
Mamãe
quinta-feira, 10 de maio de 2012
terça-feira, 8 de maio de 2012
2o Concurso de Microcontos de Humor de Piracicaba
Participe do
2o Concurso de Microcontos de Humor
Premiação:
1º lugar R$
800,00 (oitocentos reais); 2º lugar R$ 500,00 (quinhentos reais) e 3º lugar R$300,00 (trezentos reais).
Informações no site da Biblioteca Municipal: http://biblioteca.piracicaba.sp.gov.br
domingo, 6 de maio de 2012
Louvor à vitória régia
André Bueno Oliveira
Cadeira n° 14 - Patrona: Branca Motta de Toledo Sachs
|
Vivo em meus sonhos tua vida de amores,
Inda que sejas rainha, eu escravo.
Tanto melhor fosses rosa, eu um cravo,
Ou se deixasses teu mundo de flores.
Régia! Se fosses mulher, a mais bela,
Inda que eu fosse plebeu, fosse pobre,
Ah! Te daria um amor puro e nobre!
Rei de teu corpo eu seria, ó donzela,
E te daria, ao luar, meus carinhos...
Gráceis chamegos faria aos milhares...
Ilhas floridas seriam teus lares,
Águas tranquilas dos rios, teus ninhos!
sábado, 5 de maio de 2012
NINHOS E LARES
Lino Vitti Cadeira n° 37 - Patrono: Sebastião Ferraz
|
O
quintal de minha casa é fonte de
inspiração. Muitas vezes me tem proporcionado assunto para estas inumeráveis
crônicas que há mais de 60 anos, são aceitas pelos matutinos ou semanários da
cidade das escolas, e, acredito, generosamente lidas por quem gosta de
literatura, poesia, e de todo o tipo da arte escrita.
Graças ao capricho da professora Dorayrtes que há
mais de 60 anos também suporta minhas elucubrações poéticas e minha mania de
escrever, o quintal tem de tudo, e sempre está enfeitado por um tipo de flor,
constituindo-se em atrativo de passarinhos que não pensam duas vezes em construirem
seus ninhos por entre as frondes das trepadeiras e do frondoso caramanchão.
Especial
menção merecem os bicos-de-lacre porque a construção de seu ninho é uma obra de
arte da engenharia avícola. É uma espécie de palaciozinho dotado de entrada e
corredorzinho, com o que os danadinhos vedam possíveis assaltos de outros
semelhantes, como bente-vis e pardais
que são os carrascos das avesitas e soem destruir-lhes os ninhos
e papar-lhes os ovitos ou os filhotinhos
recém-nascidos .
A
construção da moradia dos bicos-de-lacre não é facil, ao que pude constatar
durante horas de espionagem do trabalho das pequenas aves, indo e vindo, não
sei para onde, em busca de material especial pois não é qualquer fio de capim
ou graveto que pode servir para aquele lar caprichado e diferente dos demais,
como por exemplo, do das rolinhas, nada mais do que umas palhas catadas ao léu
e colocadas em forma de pratinho, sem muita engenharia ou trabalho.
Aprendi
dessas lições de avezinhas que entre os homens há também muitas diferenças na
construção e na ocupação do lar. Uns, ou melhor, muitos, no topo dos
arranha-céus quase alcançam as nuvens; outros, mostram toda arte e engenharia
humanas, enquanto a maioria se satisfaz com uma casa normal, de construção sem
muitas indagações da arte construtiva, sem muito luxo, assim como acontece
entre o ninho do bicos-de-lacre e a
rolinhas de meu quintal…
Embora
toda a diferença entre um lar e outro, posso dizer que a felicidade tanto
costuma morar no arranha-céus em riste para o infinito, quanto na casinha da favela, fabricada com toda a
humildade e sem muitos luxos. È que as famílias, em sua variedade social, ou
são ricas ou são pobres, e a casa de cada qual mostra o que é. Não quero com
isso dizendo, diminuir o status social do bico-de-lacre ou criticar a falta de
iniciativa das rolas preguiçosas, mas apenas mostrar que tanto entre homens
quanto entre outros viventes, aves ou animais, exitem acentuadas diferenças.
Estamos
diante de dois mundos, cujas diferenças se notam no universo humano quanto no
universo avícola, embora se deva levar em consideração a diversidade de
inteligência de um e de outro mundo, mas não o amor e a dedicação de cada qual
deles na construção de um lar onde se passa vida e se constitui a família, seja
a do homem, seja a das avesitas.
O
que nada impede ao poeta e escrevinhador bisonho deitar filosofia sobre este ou
aquele, flagrar os momentos felizes,
tanto para o homem quanto para o
pássaro, empenhados e dedicados em construir uma casa(ou um ninho),para abrigar
a felicidade de uma família, quer humana, quer avícola.
quarta-feira, 2 de maio de 2012
Curial e Guelfa: obra em português lançada na Califórnia
Armando Alexandre dos Santos Cadeira n° 10 - Patrono: Brasílio Machado |
A
Editora eHumanista, da Universidade
da California, nos Estados Unidos (www.ehumanista.ucsb.edu),
acaba de lançar a primeira tradução feita para a língua portuguesa de “Curial e
Guelfa”, romance de cavalaria escrito por um autor anônimo, em idioma catalão,
na segunda metade do século XV.
Dessa
obra existe apenas um único manuscrito, encontrado em um arquivo espanhol e que
está sendo revalorizado nos últimos anos, com cuidadosas traduções, para os
principais idiomas modernos, realizadas por especialistas de vários países
europeus. No Brasil, ela ainda é praticamente desconhecida nos meios
universitários, podendo abrir campos novos de pesquisa e aprofundamento para
estudiosos de História e de Literatura.
A
tradução, do catalão medieval para o português atual era tarefa que apresentava
inúmeras dificuldades linguísticas e metodológicas. Foi levada a bom termo pelo
meu mestre e amigo Prof. Ricardo da Costa (www.ricardocosta.com),
medievalista da Universidade Federal do Espírito Santo, acadêmico correspondente no exterior da Real Academia de Belas
Letras de Barcelona e membro do IVITRA (Instituto
Virtual Internacional de Tradução – Universidade de Alicante). O
tradutor enriqueceu o trabalho com centenas de notas explicativas,
indispensáveis para o leitor moderno poder compreender e saborear devidamente o
texto, que manteve rigorosa fidelidade em relação ao original catalão.
A
tradução de Ricardo da Costa foi lançada nos Estados Unidos em um volume com 512
páginas. Os leitores interessados podem solicitá-la à IVITRA, responsável por
sua distribuição. E-mail para os
pedidos: ivitra@ua.es
* * *
Foi
num contexto singular que tomei contato com Curial e sua amada Guelfa. Desconhecia
completamente a existência de ambos, quando o Prof. Ricardo me contou que
estava traduzindo uma novela de cavalaria escrita cem anos antes do Dom Quixote
e pediu-me que o ajudasse, na revisão do português.
Passei
então a conviver com os dois amantes da literatura catalã durante meses que
foram, para mim, muito prazerosos e instrutivos. A obra apresenta, por trás do
romance de amor entre os dois personagens do título, uma rica descrição da
sociedade cavalheiresca de sua época, mostrando bem a passagem da Idade Média
para o Renascimento. Ela explora um tema recorrente desde a Antiguidade até às
novelas de TV que o público feminino brasileiro acompanha com tanto interesse
em nossos dias: o amor entre pessoas separadas por diferenças de classe ou por
inimizades familiares.
Esse
tema é constante, na literatura de todos os tempos e povos. Basta lembrar os
amores de Píramo e Tisbe, na Babilônia, durante o reinado da formosa e
legendária Semíramis; e, mais recentemente, Romeu e Julieta, os dois amantes de
Verona, tão celebrizados que até acabaram dando seu nome à deliciosa e
brasileiríssima combinação de queijo-mineiro e goiabada-cascão... Isso sem
falar no lendário romance dos ingleses Robert Machin e Ana de Arfet, que em
plena Idade Média teriam ido aportar à linda Iha que mais tarde se denominou da
Madeira.
Guelfa
pertencia à alta nobreza, era irmã de um marquês soberano do Império e, sendo
viúva, só poderia recasar-se com um fidalgo do seu nível, mas apaixonou-se por
Curial, um jovem escudeiro de origem modesta, favorecendo-o e transformando-o
no primeiro cavaleiro da Cristandade. Mesmo assim, ainda foram enormes as
dificuldades enfrentadas até o happy end,
lá pela 500ª. página do livro, quando afinal se casaram. Em torno do romance,
inúmeras aventuras, duelos, batalhas, minuciosas descrições de banquetes,
cortes e intrigas políticas, com uma participação surpreendentemente
preponderante do elemento feminino na trama do romance, um retrato fascinante
da Catalunha, da Itália e da França daquela época, sonhos, naufrágios, um longo
cativeiro no Norte da África - tudo isso entremeando elementos cristãos com
forte influência mitológica grega.
Fiquei
realmente fascinado pela história dos dois personagens e sobretudo pela
descrição do ambiente e da época em que figuram. É de uma riqueza
impressionante. Acredito que, no Brasil, numerosos estudos e aprofundamentos
ainda serão feitos nos meios acadêmicos a partir de “Curial e Guelfa”. Amostra
significativa desse potencial tive em Vitória, no ano passado, quando
participei de um Encontro Internacional de Filosofia Medieval no qual cinco
jovens orientandos do Prof. Ricardo, ainda cursando a graduação regular em
História, na UFES, apresentaram a um público altamente especializado seus
trabalhos de iniciação científica, todos baseados na análise de aspectos
diversos de “Curial e Guelfa”.
Quanto
à qualidade excepcional da tradução de Ricardo da Costa, nem tenho palavras
para exaltá-la. Só me resta recomendar a obra aos leitores. Encomendem-na à
Editora. O preço é muito acessível. Custa apenas 22 dólares o exemplar. Garanto
que vale muito a pena.
(Anônimo do
século XV. Curial e Guelfa. Primeira tradução para o português e notas:
Ricardo da Costa. Revisão: Armando Alexandre dos Santos. Estudo introdutório e
edição de base: Antoni Ferrando. Foreword: Antonio Cortijo Ocaña. Textos
introdutórios de Ricardo da Costa e Armando Alexandre dos Santos. Santa
Bárbara: Publications of eHumanista, 2011.)
Texto publicado na
terça-feira, 1 de maio de 2012
O que são trovas?
Rosaly Aparecida Curiacos de Almeida Leme - Delegada da UBT (União Brasileira dos Trovadores)em Piracicaba Cadeira n° 7 - Patrono: Helly de Campos Melges |
TROVAS E NÃO TROVAS
O que é trova ?
Trova é uma composição poética de quatro versos com sete sílabas poéticas
( redondilha maior ou simplesmente redondilha) cada verso, rimando, pelo menos, o segundo com o quarto, hoje se
pede rima dupla não apenas a rima simples,(primeiro com o terceiro e segundo com o quarto.) e tendo sentido
completo.
A contagem da sílaba poética é igual para todas as formas de poemas.
Peço licença para transcrever essa preciosidade.
TROVAS DEMONSTRATIVAS DA APLICAÇÃO DAS DEZ REGRAS DA METRIFICAÇÃO
Estas trovas foram feitas para demonstrar os diferentes casos de aplicações das dez regras da metrificação.
Têm, pois, finalidade didática. Devemos observar em cada uma, pela numeração, aplicação correspondente. O
conteúdo não tem relação com as regras, mas tão somente com as formas das trovas.
O fundo está relacionado com as mensagens generalizadas sobre os estudos de Metrificação. Portanto, julguem-nas
como utilidade didática e como curiosidade, e não corno valor artístico.
(Luiz Otávio - Santos - SP., 26/03/1974).
1ª regra - última tônica
Poderá a força elétrica
de um sábio computador
ensinar contagem métrica
mas não faz um trovador...
2ª regra - pontuação
Pensa em calma! Evita errar,
Injusto é se nos reprovas,
Pois não queremos mudar
o modo de fazer trovas
3ª regra - encontros consonantal
Você pode acreditar
ter a pura convicção
que a ninguém vou obrigar
a ter a minha opinião...
4ª regra - vogal fraca + fraca
Podes crer és muito injusto
e estás longe da verdade:
pois na trova a todo custo
defendo a espontaneidade...
5ª regra - vogal forte + fraca
É uma história bem correta
em tudo o ensino é preciso,
no entanto, só poeta
quer ser gênio de improviso...
6ª regra - junção de três vogais
Esta é uma regra indiscreta,
convenções, mal amparadas,
induzem muito poeta
a convicções enraizadas.
7ª regra - ditongos
Para medir nossos versos,
se o ouvido fosse o juiz,
em nossos metros diversos
ninguém poria o nariz...
8ª regra - encontros vocálicos ascendentes
Na trova, soneto ou poema,
em toda parte do mundo
se a Forma é o seu dilema
sua alma é sempre o fundo!
9ª regra - encontros vocálicos descendentes
As dúvidas são pequenas
não sejas tão pessimista,
dá-me a tua ajuda, apenas,
e será bela a conquista
10ª regra - licenças: aféreses, síncopes, apócopes, ectlipses.
É mui// feio criticar(apócope)
/inda que seja um direito (aférese)
pra ser justo, aulas vem dar (síncope)
com o teu plano sem defeito... (eclipse
Frase mnemônica para decorar as dez regras de metrificação:
"Tendo paciência e Estudo você versejará tecnicamente direito encontrando estética e lirismo." (T = tônica; p =
pontuação; e = encontros consonantais; v = vogal fraca; v = vogal forte; t = três vogais; d = ditongos; e =
encontros vocálicos ascendentes; e = encontros vocálicos descendentes; l = licenças poéticas).
Luiz Otávio
A- Trovas Líricas: Falando dos sentimentos; amor, saudade, etc.
Saudade palavra doce
que traduz tanto amargor;
saudade é como se fosse
espinho cheirando a flor...
BASTOS TIGRE
B- Trovas Filosóficas: Contendo ensinamentos, máximas, pensamentos, etc.
Duas vidas todos temos,
muitas vezes sem saber:
-- a vida que nós vivemos,
e a que sonhamos viver...
LUIZ OTÁVIO
C- Trovas Humorísticas: Como o próprio nome diz, são trovas que se propõem a fazer rir.
Eu, trabalhar desse jeito,
com força que Deus me deu,
pra sustentar um sujeito
vagabundo que nem eu ???...
ORLANDO BRITO
De Rosaly
Trova
Como alguns compatriotas,
Queria ser repentista,
Ter a rapidez nas notas,
Com mui grande alma de artista.
Quadra - Não Trova
Ciência é importante,
Criar é alucinante,
Mas sentir, minha gente,
É indispensável, igualmente.
Rosaly Ap.Curiacos de Almeida Leme - Delegada da UBT em Piracicaba
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6-Armando Alexandre dos Santos- Cadeira n° 10 - Patrono: Brasílio Machado
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13-Elda Nympha Cobra Silveira - Cadeira n° 21 - Patrono: José Ferraz de Almeida Junior
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28-Marly Therezinha Germano Perecin - Cadeira n° 2 - Patrona: Jaçanã Althair Pereira Guerrini
26-Maria Helena Vieira Aguiar Corazza - Cadeira n° 3 - Patrono: Luiz de Queiroz
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33-Paulo Celso Bassetti - Cadeira n° 39 - Patrono: José Luiz Guidotti
33-Paulo Celso Bassetti - Cadeira n° 39 - Patrono: José Luiz Guidotti
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35- Elisabete Jurema Bortolin - Cadeira n° 7 - Patrono: Helly de Campos Melges
35- Elisabete Jurema Bortolin - Cadeira n° 7 - Patrono: Helly de Campos Melges
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