quero estar de pé no chão
com uma flor no cabelo
uma esperança, um apelo
ardendo no coração
Quando setembro vier
serei a mulher
das colheitas
Perguntarei
o que não sei
- e se me aceitas
Quando setembro vier
serei a cítara
que alguém citara:
uma oração
uma canção
- kandara
Quando setembro vier
na primeira aragem
tomo coragem
e me alisto
- no último pelotão
uníssono cantochão
no exército de Cristo
Quando setembro vier
- dizem os astros –
haverá um esplendor
um calor
colossal
Estarei de pé
cheia de fé
de luz e de sal
Quando setembro vier
virá o sonho, a arte
Não posso dormir, no entanto
ou perderia o espanto
- a melhor parte
Quando setembro vier
darei adeus ao frio
correrei para os teus braços
morrerei nos teus abraços
na corredeira de um rio
Quando setembro vier
estarei de plantão
na garagem da casa nova
na época da desova
piracema da estação
Entra! – é tua
a Nova Terra
o solo bendito
o amor infinito
da salvação
E se for possível
meu bem
se ainda existir
um nupcial bem-me-quer
eu estarei lá, meu amigo
para cantar contigo
quando setembro vier...
Nenhum comentário:
Postar um comentário