André Bueno Oliveira Cadeira n° 14 - Patrona: Branca Motta de Toledo Sachs |
Na mata extensa, o pássaro mavioso,
o irapuru, modesto seresteiro,
exala um canto nítido, mateiro,
louvando a Deus num tom maravilhoso!
Acompanhando o seu cantar sereno,
ouço por perto o som de uma cascata,
que ora me lembra linda serenata,
ora um concerto, por demais ameno.
Lá no roçado o pintassilgo canta.
No abacateiro exulta-se o sanhaço.
O canarinho, dentro do compasso,
abre seu canto que emociona e encanta.
Preso em gaiola, o sabiá suspira,
ao ver, liberto, um bem-te-vi trinando;
embora preso, vai cantarolando,
um hino triste que a prisão lhe inspira.
Na doce alcova desta terra amada,
minha cidade, Noiva da Colina,
lembro o cantar (que música divina!)
de um menestrel com voz açucarada.
Pássaro humano desta terra minha,
quando cantava, nas manhãs de sol,
o seresteiro-irapuru, Cobrinha,
causava inveja ao próprio rouxinol.
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