Maria Helena Vieira Aguiar Corazza
Cadeira n° 3 - Patrono: Luiz de Queiroz
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Mais
um ano de existência, Piracicaba (duzentos e quarenta e cinco para ser mais
exata...), terra dos meus sonhos, dos meus grandes amores e dos encantadores
descobrimentos da minha vida (e dos tristes também...). Mais um ano para enaltecer e abençoar ser sua
filha e acordar todas as manhãs sob seu céu de um azul infinito e de seu sol
dourado pintando os telhados que vislumbro ao abrir minha janela, que me
extasiam sem me cansar uma vez sequer dando-me a certeza que aqui nasci para
cada dia a mais em minha vida, me deslumbrar com a riqueza desta terra “cheia
de flores, de encantos, de prados, de campos, montes e horizontes,” a se
esparramarem em cada canto, em cada esquina, em cada lugar, do centro ao
arrabalde, dos bairros, os mais modestos aos mais abastados, com tanta gente
batalhando quer nas alegrias como nas adversidades, a magnitude que traz este
ar contagiante e impregnado de tanta ternura e de tantas emoções que minha
terra natal possui!
Tudo
em minha terra me dá a certeza, que mesmo neste tempo de grandes distúrbios e
amarguras pelos qual o mundo passa jamais os colocarei acima do que sinto por
ela, (pois é impossível deletar seu passado glorioso), as tristezas que magoam o
meu cotidiano, como a violência, as lagrimas, os sofrimentos e as tragédias que
teimam diariamente em querer estragar a grande sorte de ter nascido aqui, mesmo
confessando que a vida assim como está anda me amedrontando e amedrontando seus
habitantes, nos inesperados infortúnios que a maldade de tantos infelizes e “doentes
de desamor” derramam a cada instante, sem nexo nem por que. Minha Piracicaba
tão linda e tão pródiga em suas belezas me faz recusar (sem poder ignorar,
porém), cada notícia desalmada, cada gesto inconseqüente, cada atitude
tresloucada, cada agressão desmesurada espalhados nos mais diversos lugares
deste planeta tão sofrido, para que eles não me distraiam da grande graça que
recebi de Deus de estar aqui, eu que a conheço desde antigamente com suas ruas
de pó, ao paralelepípedo e ao asfalto, depois às avenidas, as construções
arrojadas e as pontes, seu transito pacato de antes, ao absurdo atravancamento
do “rush” de agora, quando ansiamos voltar para nossos lares, nossas casas,
famílias que construímos aqui torcendo e rezando para que retornem ilesos e
saudáveis após mais um dia de trabalho.
E,
meu rio então? Como não amar suas paisagens pintadas do verde das vegetações
por onde ele passa cantando como um amante apaixonado e incansável deixando em
suas margens as marcas do tempo que não pára, mas que ele não se deixa deter em
seu rumo, no propósito de continuar seu curso predestinado e majestoso...
Mais
um ano de existência Piracicaba, minha terra adorada que acolhe um povo que
acredita num futuro repleto de esperanças realizáveis, uma terra abençoada que
aconchega e se orgulha de seus escritores e poetas que escrevem a sua história
e a declamam, os pintores que a retratam, os músicos que a compõem e as vozes
que a cantam, dos trabalhadores incansáveis, responsáveis pelo seu progresso, aos
que se dedicam a ensinar, apesar de tão injustiçados, aos que desejam aprender
para se aprimorar e engrandecer o amanhã, dos batalhadores que lutam pelas
causas sociais tão carentes, necessitadas, sofridas e desajustadas... Essa gente que passa por mim todos os dias e
que eu respeito amo e admiro... Tanto a declarar e a testemunhar, tanto a
torcer, orar e desejar melhorar sempre! Terra dos meus sonhos e dos meus ideais,
da minha trajetória, dos meus amores e dos meus ais... Parabéns por mais este
aniversário, minha amada e linda Piracicaba, terra do meu amor!
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