Elda Nympha Cobra Silveira Cadeira n° 21 - Patrono: José Ferraz de Almeida Junior |
Quem lê abre lugares vagos em sua
mente e se deslumbra em juntar letrinhas, formar frases e textos dos mais
diversos. Mas o que o escritor deseja a interligação dos pensamentos com as
suas emoções e conceitos de vida com o espírito ávido do leitor, para que eles
pactuem e aflorem na leitura.
Os escritores nos levam a singrar
mares “nunca dantes navegados,” e nos descrevem cenários que jamais teríamos
oportunidade de imaginar. O romancista nos leva ao delírio com suas pungentes
histórias, que nos dão um parâmetro sobre usos e costumes de países muito distantes e diferentes do nosso. Com
sua pena somos levados pela imaginação para lugares orientais e situações
próprias dos lugares e épocas retratados, e da mesma forma, concretizamos os
cenários, porque no nosso imaginário está plasmada a idéia do escritor ao nos
transmitir seu pensamento. O que um escritor almeja é a cumplicidade com os
seus pensamentos, para que o leitor entre no seu mundo fictício, através de um
compartilhamento sutil nas entrelinhas. Nas poesias, o sentimento mais
delicado, mais etéreo aflora toda sensibilidade de tão pouco valor e camuflada
pela violência da realidade nua e crua dos tempos modernos, quem sabe por que é
uma transição evolutiva da humanidade.
Sempre queremos usar um termo
mais benevolente para tanto abuso da violência que grassa por toda humanidade,
por sentir vergonha em fazer parte dessa humanidade!
Um povo sem leitura é manipulado
e dependente da informação, correta ou não. Um povo que lê não se deixa levar
por idéias que enveredam para a tirania, porque ele sabe ser crítico, inquieto,
tem maior tirocínio, porque aprendeu a pensar é engajado, não alienado, vivendo
à mercê de manipulações literárias com o intuito de liderar, mistificando
conceitos e impondo ideias que sabotam a liberdade do individuo.
Quem é instruído, tem uso da
leitura de jornais e livros e por saber, tem o poder de decisão, não é
facilmente enganado.
Durante séculos muitas idéias foram impostas
como verídicas, mas às vezes são simples teorias ditadas pela falta de
informação e pela religião dominante da época. Muitas vezes nos sentimos
solitários, abrindo uma porta para a entrada de pensamentos negativos e
depressivos e nos esquecemos de que basta começar a ler um livro para nos
sentirmos acompanhados. Como diz Mario Quintana: “Dupla delicia: o livro traz a
vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado”.
Às vezes o que falta para quem
não gosta de ler, é falta da alma em sintonia. Às vezes imaginam que estão
perdendo tempo. Quando o tempo é questão de preferência.
A leitura vai descortinando um
mundo que com a leitura chega aos nossos olhos e vai direto ao coração. Quem lê
se emociona ou se instrui porque a leitura é como um fogo lento que vai
abrasando e aquecendo nosso interesse a cada página virada e nos frustra quando
chegamos ao fim do livro, fazendo-nos sentir órfãos daquela empatia que tivemos
no relacionamento com seus personagens, naquele espaço de tempo trocado com
seus protagonistas. Saudosos daquela companhia, muitas vezes relemos o livro
para continuar aqueles momentos de compartilhamento.
O livro nos dá o ensejo de
participar de outro mundo paralelo provocado pela simbiose da mente do escritor
para o do leitor. Quem não lê perde a oportunidade de ter momentos de
felicidade.
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