Marisa F. Bueloni Cadeira no 32 - Patrono: Thales Castanho de Andrade |
Caro leitor, a vida é sonho. A vida é bela. Uns dirão: “Sim, até a página 12...”. Digo que pode ser um sonho a partir da página 13 também e pode chegar bela até o final deste livro que cada um escreve. Um novo capítulo a cada dia.
Além do livro particular de cada alma na face da Terra, a vida cumpre um ciclo. Matéria divina, evento anunciado por anjos.
Quando uma criança vem ao mudo e enche o quarto de uma casa com seu chorinho, a cômoda e as gavetas com suas roupinhas delicadas, o berço, as mantinhas, o cheirinho de perfume de bebê e sua feliz revoluçãozinha, a vida é bela.
Basta escrever sobre esse serzinho cheio de graça, que começamos a usar o diminutivo nas palavras. É que o coração está neste transbordamento de carinho, ternura, enlevo.
Estou vivendo mais um maravilhoso encantamento proporcionado pela vida em seu ciclo amoroso. Na terça-feira passada, quando saudei os leitores com um texto aludindo à diversidade da vida, já estava também, de certa forma, saudando Guilherme que ia chegar.
Meu segundo neto veio ao mundo. Guilherme nasceu e seus olhinhos curiosos abrem-se, agora com uma semana de vida, para este mundo vasto mundo.
Do meu imenso amor, peço a Deus que Guilherme cresça em estatura, sabedoria e graça. E que esta graça vinda dos céus seja lâmpada para seus pés, ao longo do caminho. Não falte a ele, jamais, a força divinal que revigora, educa e eleva.
Hoje, Guilherme está completando uma semana de vida. E a vida que se espalha ao redor dele nos rejuvenesce a todos, porque nos torna joviais na beleza de acolhê-lo. Queremos estar na nossa melhor forma, para dar conta do que o pequenino precisar.
Por uns dias, a vida dá uma parada. O mundo sumiu, de repente. Não se ligava a tevê no hospital e não se liga muito para as outras coisas. Perdem-se os telejornais, os campeonatos de futebol, as novelas e os filmes, porque o pequenino é agora o espetáculo maior, a cena mais bela e mais tocante.
Penso que toda criança, ao nascer, consegue essa proeza de nos fazer esquecer tudo para estar com ela. Este clima de chegada perdura por um bom tempo em nosso meio e o novo ser torna-se o centro do universo.
Olhamos com extremado afeto para um pequenino que nos faz sentir pessoas grandes e fortes, em prontidão, porque nossos braços cuidam de carregá-lo com a grandeza da solicitude e do amor. Ó que gigantes somos, quando o temos em nosso colo!
Dedico esta crônica aos pequerruchos que estão chegando, aos papais de primeira viagem e aos já experientes. Aos avós orgulhosos, aos lares e famílias onde reina este reizinho todo poderoso, pronto a mudar a rotina da casa, os horários, os costumes, causando a mais bela revolução doméstica.
Bendito seja todo parto. O parto de cada coisa criada e que brota de mãos laboriosas. O fruto de quem trabalha e produz. O parto das ideias, das realizações, da solidez e da concretude, primícias da mãe dando à luz o nascituro.
Belo é o mistério da vida! Tão grandioso em sua essência! Fonte da nossa esperança, causa de nosso eterno assombro, razão da nossa fé!
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