Antonio
Carlos Fusatto
Madrugada
fria e nevoeiro
algumas
estrelas insistem a brilhar.
Galo
canta no poleiro preludindo:
nova aurora vai chegar!
Inhambu
pia na tiguera,
juriti
arrulha no cafezal.
Sabiá
no vergel, anuncia a primavera,
porcos
do mato, atacam o milharal.
Da casinha de barrote ao pé da serra,
cercada de flores e coberta de sapé.
Fumaça branca voluteia,
exalando pelo vale, doce aroma de café.
Da
cumeeira da tulha abarrotada,
casal
de corruíra a chamar.
Anunciando
à filhotada,
comida
farta, acaba de chegar.
Como é linda a florada
da poda em bisél, dos cafezais.
Avinhados e azulões, trilando na mata,
sinfonia de chupins nos arrozais.
Ouvi histórias assustadoras,
que o caboclo inventa e gosta de
contar.
Encenando pra tornarem
mais aterradoras,
quanta crendice no jeito de
narrar.
Histórias avançam madrugada afora,
caboclo acolhedor, não se cansa de
falar.
Pescarias, caçadas, mãe-d’água,
caipora,...
entre um café e baforadas, até o clarear!...
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