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sábado, 14 de outubro de 2017

A professora de Janaúba*

Arte de Marcus Penna

Ivana Maria França de Negri

Neste dia dos professores, eu poderia homenagear dezenas deles. Os que foram meus mestres maravilhosos e deixaram marcas indeléveis. Os que foram professores dos meus filhos e lhes ensinaram lições além do currículo escolar,  para a vida toda. Os  professores tão queridos das minhas netas. E também minha mãe, que foi professora,  minha sogra, que se aposentou como professora e está prestes a completar 105 anos de vida. Todos merecem homenagens, carinho e gratidão.
Mas a professora que vou homenagear, nem conheci pessoalmente. Uma anônima funcionária da creche de uma cidadezinha da qual eu nunca tinha ouvido falar até então: Janaúba, em Minas Gerais. Seu nome: Heley de Abreu Batista,  43 anos, casada, três filhos. E o que ela fez de tão extraordinário? Simplesmente deu a própria vida para salvar seus pequenos alunos.
Um insano, que trabalhava de vigia na própria escola, chegou carregando um balde com álcool, e na mente doentia, o plano já premeditado para consumar o ato demoníaco. Trancou todas as portas e começou a jogar o combustível nas crianças e incendiá-las. A professora, mesmo franzina, reuniu forças para entrar em luta corporal com o demente para salvar suas crianças. Incansável,  com o corpo em chamas, não pensou nela, só queria livrar as crianças das labaredas e foi retirando, por uma janela, quantas pôde até que suas forças foram minando. Segundo funcionários, ela ia e voltava, em seu desespero para salvar todas e ao mesmo tempo conter o louco que insistia em incendiar tudo. Por fim, sucumbiu, com o corpo queimado em quase sua totalidade.
Sua mãe, à porta do hospital, em lágrimas, dizia que ela foi o anjo das crianças e que Deus iria salvá-la. Mas ninguém compreende os desígnios do alto e ela partiu com nove das suas crianças, cujos corpinhos também não aguentaram as queimaduras e acabaram falecendo.
Foram nove crianças mortas, mais a professora e o assassino. Os pequenos mártires de quatro e cinco aninhos, que tinham uma vida toda pela frente. A tragédia só não foi muito maior pela atuação dessa heroína.
No velório, uma amiga de Heley contava que desde criança ela gostava de brincar de escolinha e ser a professora. O marido, inconsolável, disse que a esposa deve ter agido por instinto materno, pois amava as crianças como se fossem seus filhos. Era muito querida, alegre e sorridente, mesmo tendo passado por duros golpes na vida, como a perda do filho mais velho, afogado numa piscina aos 4 anos.
Em tempos de idolatria a tantos ídolos falsos, jogadores de futebol, artistas, políticos, essa moça sim, deve ser admirada e lembrada como heroína.
Essa tragédia aconteceu perto do dia das crianças e dos professores. E deixa uma lição. Apesar de tanta gente de má índole, que rouba, mata, engana, estupra, ainda existem pessoas maravilhosas, verdadeiros anjos de luz, que dão a vida por outras vidas, e por causa dessas benditas almas iluminadas, a humanidade ainda deve manter esperanças. Nem tudo está perdido, pois tenho certeza de que no Brasil existem milhares de Heleys anônimas que, mesmo com o salário minguado de professor, fazem da profissão uma missão sagrada com muito altruísmo e dedicação.

Esteja em paz, professora guerreira, amorosa, iluminada, heroína da pequena Janaúba e exemplo para todo o Brasil.

*Texto publicado na Gazeta de Piracicaba 14/10/2017

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