Raquel
Delvaje
I
Havia
um pássaro dor que voava...
E
comia todos os sonhos.
E eram lindos nossos sonhos pequeninos que
pulavam felizes,
Feito
meninos aos tabuleiros de doces das tardes franzinas...
Um
dia cresceram... Débeis...
Foram
servidos nos tabuleiros que eram de doces,
Aos
pássaros famintos.
II
Era
uma tarde quando eu vi que tinha que partir.
No
horizonte havia um céu amargo
E
a sinestesia de sabores de quem sonhou com o mar.
A
tempestade fazia ondas dentro de mim.
III
E
a vida tropeçava em passos loucos,
Ora
caíam corpos cansados... De fardos pesados.
Divagavam
pelo caminho... Num “devagar” da vida.
Nossas
alianças de aro fonema... De amor e saudade...
De
tardes estradas afogadas em olhares.
Sentimentos
que carregam na mala...
Caminhantes
com destino.
IV
Mas
talvez tenhamos nos perdidos nos atalhos.
V
Um
dia, acostumar-me-ei a ser tardes
nubladas,
Em
que o céu carregado em nuvens pesadas...
Padece
o sol, longe das minhas retinas.
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