Maria de Lourdes
Piedade Sodero Martins
Terços! Terços! Quem não os conhece?
Meus terços são diferentes. A mesma armadura de contas:
plásticas, sementes, cristais! As cores diversas, lindas! Tantas naturais com
nuances, cores suaves ou fortes, mescladas ou lisas com brilho; cristais de vários
e diferentes tons. Na verdade, de terços, tenho uma coleção! Com eles me distraio deliciosamente,
toco-os com ternura e alguma reflexão.
Sinto então, dentro de mim, uma sublimidade
inexplicável.
O que acontece comigo é que, muitas vezes, deixo de rezá-los
da forma tradicional. Cada terço tem para mim, certo significado juvenil e um
pouco de mistério; cada qual em seu
momento, durante minhas orações, levam-me
a questionar tantas coisas...De onde
veio este? Quem o montou? De quem o recebi? Como chegou às minhas mãos? Quem
coletou as sementes? Quem as preparou para a reciclagem? Ou, quem poliu os
cristais e lhes deu o formato de contas?
Ah, este eu o comprei ! Onde mesmo? Em qual passeio ou viagem? Alguém me ajudou
a descobri-lo?
Esses questionamentos me levam a pensar
nas tantas pessoas envolvidas na feitura daquilo que adquirimos e que
manuseamos, neste caso, os rosários. No
enlevo de tais momentos compreendo o quanto
precisamos uns dos outros, de tantas formas; o quanto estamos atrelados
aos irmãos que nos rodeiam, quer sejam de sangue ou não; ligados por razões especiais, tais como as
contas de um rosário, embora nem sempre nos demos conta disso, não percebamos
os “elos” que nos unem uns aos outros!
Bem, volto aos terços e repito: Meus terços
são diferentes! Longe de críticas ao rosário de Maria, ao terço Bizantino e
outros. Também os rezo com muita fé! Todos são significativos, cada qual tem
seu valor diante do se expressa ou da intenção que lhe cabe. Pessoalmente minha
escolha é aleatória, busco na minha coleção um terço para cada momento. E, ao
tocar cada conta sinto uma suave transcendência e, quando a mesma se instala, meu coração se ilumina! Silenciosamente,
através do pensamento, em prosa ou versos vou “dialogando” com Deus.
Ele me ouve sempre! E...minha alma tem as respostas!
Não importa o jeito, a forma de se rezar;
é com o coração solidário, alicerçado
na fé divina que recitamos as nossas preces.
Toda oração deve ser oferenda de
gratidão. Quanto às orações costumeiras, quer espontâneas ou lidas, bíblicas,
evangélicas, todas são muito importantes para quem as faz e quem as recebe.
Para finalizar, um convite auspicioso a
todos que se dedicaram a ler esta crônica:
“armem-se” de um pequeno terço, por mais simplesinho que seja e ao
manuseá-lo, ao alisar suas contas, proseiem com o Divino Espírito Santo. Revistam-se de esperançosa curiosidade e descubram sublimes pequenos/Grandes momentos de aspiração e de Paz!
PS.
Escrita e guardada há muito tempo,
julguei propícia sua publicação
neste momento de temerosa crise mundial, quando se busca coragem e esperança para o enfrentamento do desconhecido... Que a humanidade toda descubra o poder da
espiritualidade e da oração!
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