Marisa Bueloni
A fria aragem que percorre a rua
Num mês de junho, de friagem certa
Traz para a noite uma longínqua lua
Enquanto estou de alma tão desperta
A mesma alma que mantenho nua
De anseios vagos, faz a descoberta:
Não ser distante feito a triste lua
Estar presente, atenta e alerta
Soubesse o astro que no céu insiste
A noite insone a que assisto triste
Quanta tristeza no meu peito cabe
Talvez levasse longe esta ânsia
E reduzisse a dor desta distância
Talvez esta saudade, enfim, acabe...
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