Walter Naime
As cortinas se abrem. Vai começar o
espetáculo com a “Ópera da violência e da destruição”.
As raízes da guerra normalmente são de
origens econômicas, religiosas e de poder. Estão intrinsecamente ligadas entre
si por uma ou mais dessas raízes.
Em grande parte dos casos, a busca por
recursos, território, influência religiosa ou controle político serve como
gatilho para iniciar conflitos armados.
Enquanto isso, os líderes discutem
retórica e geopolítica e as vidas de inúmeras pessoas são afetadas de maneiras
desastrosa.
A guerra como espetáculo é um fenômeno que
levanta questões sobre o funcionamento da sociedade, da mídia e da política. É
um lembrete de que existem vidas e destinos em jogo.
O espetáculo que se desenha a partir desse
cenário, muitas vezes mascara as verdadeiras razões por trás dessa estupidez
humana.
O espetáculo possui o seu foco de
interesse e sua essência tem o poder de dirigir a atenção para onde quer que
pretenda. Isso é particularmente evidente nas coberturas midiáticas das
guerras.
A mídia jornalística, radiofônica e
televisiva, não raro se concentra em aspectos sensacionalistas dos conflitos,
com cenas de destruição, tragédias humanas e atos de violência, desviando a
atenção das causas subjacentes. Essa abordagem pode distorcer a compreensão
pública e obscurecer questões mais profundas.
Outro elemento notável no espetáculo da
apresentação da guerra é o medo, ferramenta indispensável no evento como forma
de exercer o poder. Governantes e grupos armados frequentemente exploram o medo
para manter o controle sobre a população, justificando restrições de liberdade
em nome da segurança.
O medo sempre é explorado pelos
terroristas, que se utilizam da mídia para transportá-lo, que como componente,
procura chocar e aterrorizar, o que provoca o aumento de audiência a custa da
paz e da estabilidade. O terrorismo sem a mídia fica enfraquecido e até
inoperante. Não dá para saber a forma e maneira que se funde o terrorismo como
mídia.
Vamos lembrar que a competição na mídia dá
à comunicação, um poder especial, pois a sua ferocidade desempenha um papel
significativo na transformação da guerra em espetáculo. Cada bloco de notícias
procura mostrar os “furos da história” de forma única e cativante,
frequentemente priorizando a velocidade sobre a precisão. Isso leva a uma
corrida pela cobertura mais dramática e impactante, às custas da profundidade
da compreensão dos eventos.
Examinemos a conscientização na “Era do
espetáculo”.
Em análise, a conscientização a respeito
do papel do espetáculo na guerra é fundamental. À medida que as notícias são
consumidas pelos expectadores, é nossa responsabilidade lançar o olhar além das
imagens chocantes e manchetes sensacionalistas. Devemos procurar entender as
complexas causas inerentes aos conflitos e questionar as narrativas simplistas
que nos são apresentadas. Somente assim, poderemos resistir à sedução do
espetáculo e trabalhar para um mundo mais informado e pacífico.
Ao buscarmos uma compreensão mais
profunda, estaremos nos aproximando do entendimento mais claro e poderemos
contribuir para estudos sensatos e esperançosamente caminharmos para a
estabilidade e para a paz.
Apesar de tudo,
sabemos que as cortinas do “palco da guerra” nunca vão se fechar e o espetáculo
continuará sem plateia e sem aplausos.
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