entrevista concedida para o
Solícita, a escritora gentilmente conversou com o Diário do Engenho - batendo um bapo delicioso, que você confere agora. Com vocês, a escritora piracicabana Ivana Negri!
[D.E]: Olá, Ivana! Em primeiro lugar, quero agradecer a você – em nome do Diário do Engenho – pela gentileza em bater este papo com a gente. Obrigado! Como você é uma colaboradora do nosso site, então começo perguntando se você tem o costume de ler jornais na internet. O que você acha desse universo multimídia?
Acho apaixonante esse leque de opções que a internet nos oferece. Muitas notícias que são sonegadas aos leitores do jornal impresso, são exploradas na mídia virtual. Blogs, sites, redes sociais, jornais virtuais, são a imprensa livre que não gasta papel. Talvez num futuro nem tão distante, o jornal impresso seja extinto. Nem teremos tantas florestas para derrubar a fim de transformá-las em papel.
[D.E]: Você colabora também com os jornais impressos de nossa cidade. Há quanto tempo você escreve para esses jornais? Já faz um bom tempo, não é? Que frutos você já colheu dessa experiência?
Sou colaboradora de vários jornais impressos, não só em Piracicaba, mas em outras cidades também. Sou colaboradora, como articulista, da GAZETA de Piracicaba. Também escrevo artigos para a TRIBUNA PIRACICABANA, além de coordenar uma página literária semanal há 12 anos em parceria com o escritor Ludovico da Silva. No JORNAL DE PIRACICABA, colaborei por 15 anos, mantive uma coluninha educativa infantil no Jornalzinho por dez anos e, também, por quase 5 anos, dei continuidade à coluna literária que a poetisa Maria Cecília Bonachella coordenou por 27 anos.
[D.E]: No ano passado, em 2011, você deixou de comandar uma página importante em um conhecido jornal impresso aqui de Piracicaba. Isso te afetou de alguma forma? Você acha que os jornais estão perdendo o interesse em autores locais?
Naturalmente, a literatura veiculada por um jornal impresso repercute mais porque grande parte da população de Piracicaba ainda não está habituada a utilizar mídia digital. A luta da cultura é árdua, e é preciso ocupar todos os espaços oferecidos para que mais pessoas possam ter acesso a textos de qualidade e que não visam comércio e sim retorno cultural.
Ciclos se encerram, páginas são viradas, mas sempre fica a experiência que será utilizada em novos projetos. Uma porta se fecha, outra se abre, nada permanece para sempre. Comandar uma página literária sempre acrescenta e eu sai enriquecida. Um jornal tem que dar espaço aos escritores locais para não perder a identidade.
[D.E]: Na Tribuna Piracicabana – um dos mais tradicionais da cidade – você felizmente coordena a página “Prosa & Verso.” Você poderia comentar um pouco sobre essa página e sobre a Tribuna?
A TRIBUNA abre um espaço importante para a divulgação da produção literária local. Penso que os leitores são ávidos para saber o que acontece aqui na terrinha, e tem muita coisa acontecendo! A Prosa & Verso, uma página inteira a serviço da literatura, é publicada há 12 anos.
[D.E]: Evaldo Vicente e Erich Vallim Vicente – o editor da Tribuna – sempre garantiram um espaço para os cronistas piracicabanos, não é? Isso faz da TRIBUNA um jornal mais piracicabano?
Certamente! Quem escreve quer ser lido e as crônicas de autores piracicabanos versam sobre os acontecimentos locais. A TRIBUNA é um jornal-família onde pai, mãe, filhos, netos, todos participam das edições e existe diálogo direto com leitores, colaboradores e escritores que são a voz da sociedade.
[D.E]: E sobre os seus escritos? Quais as novidades e projetos para 2012? Algum livro em andamento?
Muitas novidades! Recebemos – eu, Carmen Pilotto e Leda Coletti – um importante apoio da FEALQ (Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz) para a edição em Braille de nosso livro infantil, um sonho antigo nosso e da Maria Emília, escritora que faleceu precocemente, mas consta no livro. E Carmen e eu estamos finalizando mais um livro para crianças, desta vez bilingue. Hoje em dia, conhecer mais de uma língua é fundamental. E as crianças têm muita facilidade para aprender outras línguas.
[D.E]: De onde você tira ou onde você busca motivos e “inspiração” para seus escritos?
Tudo pode ser um bom motivo para escrever. A inspiração chega quando menos se espera. A alegria inspira, a tristeza inspira, a natureza inspira, até a política pode gerar bons temas para serem desenvolvidos.
[D.E]: Você tem algum hábito mais rígido na hora de escrever? Você tem alguma rotina de escrita?
Não, depende muito do momento. Um texto pode surgir numa fugaz e arrebatadora inspiração. Mas, muitas vezes, é a indignação ante os acontecimentos que gera os artigos mais eloquentes.
[D.E]: Você acompanha os autores contemporâneos nacionais? Que tipo de leitura você gosta? Há algum autor que seja o seu preferido?
Não tenho um autor preferido, gosto de passear pelos temas, pelos assuntos, pelos autores antigos e atuais, para ter uma visão ampla e global.
[D.E]: Que sugestão você daria aos professores que tem de lidar com a questão da leitura em sala de aula? Você acha que há como incentivar o hábito de ler – de forma a formarmos leitores mais produtivos e ativos?
Sim, a leitura é fundamental! Melhora o vocabulário, a escrita, e aumenta o conhecimento de forma geral. Quem não lê não tem espírito crítico. E é na infância que se criam os hábitos. Hoje em dia os professores têm que ser bastante criativos para incentivar a leitura, até porque, as crianças estão plugadas na internet mais do que os adultos, pois já nasceram na era da informática e das redes sociais.
[D.E]: Abraço para você! E o obrigado pela entrevista!
Sou eu quem tem de agradecer a oportunidade de estrelar no Diário do Engenho. Obrigada!
Nenhum comentário:
Postar um comentário