Waldemar Romano Cadeira n° 11 - Patrono: Benedicto de Andrade |
ESCOLA DE PHARMÁCIA E ODONTOLOGIA DE PIRACICABA
Em 18 de Novembro de 1914, reuniram-se no Teatro Santo Estevão diversas personalidades de Piracicaba, entre elas médicos, cirurgiões-dentistas, agrônomos, professores da Escola Normal e ou¬tros, para a fundação da Escola de Pharmacia e Odontologia, tendo assumido a presidência Torquato Leitão e, como secretários, Oscarlino Dias e Octavio Mendes.
Foram formadas diversas comissões das quais participaram Cândido de Camargo, João Olavo, Jorge Augusto da Silveira, Honorato Faustino de Oliveira, o farmacêuti¬co Samuel Neves, Júlio Marcondes Guimarães e Roque Salles de Lima. Inicialmente a Escola foi ins¬talada no prédio da Sociedade Be¬neficente Operária, à rua Piracicaba, e as aulas tiveram início no ano seguinte, sendo que a Diretoria foi constitu¬ída em 10 de janeiro de 1915, por Jorge Augusto da Silveira, Cândido de Camargo e Júlio Marcondes Guimarães. Em 1915, foi enviado ofício à admi¬nistração municipal, solicitando doação de um terreno à rua Esperança.
Em 27 de novembro de 1916, houve a entrega de diplomas, em sessão solene no Teatro Santo Estevão, da primeira turma de formandos desta Escola, pois o Curso, pela Lei Rivadavia, era de dois anos. Os qua¬dros de formatura, executados pelo artista José Álvares Cienfuegos e pelo fotógrafo Luiz Sacconi, ficaram expostos na Casa Giraldes.
Em 3 de julho de 1919, a Escola passou a funcionar à rua XV de Novembro, 33. Em 17 de junho de 1923, foram inauguradas as novas insta¬lações da Escola, à rua Alferes José Caetano, 190-A, cuja numeração a partir de 1940, passou a ser 1167, em um prédio hoje demolido, onde funci¬ona um estacionamento para veículos, sob n° 1153.
Durante alguns anos, houve divergências entre os profissionais an¬teriormente instalados na cidade e os responsáveis pelo funcionamento da Escola, pois as recentes leis promulgadas estabeleceriam maiores exigên¬cias para o exercício da profissão.
Para a continuidade da Escola foram positivos os trabalhos do piracicabano senador João Sampaio e Jacob Diehl Neto. Por outro lado, o deputado Samuel Neves omitiu-se por completo na Câmara dos Deputados.
As Administrações Municipais de São Paulo, Ribeirão Preto, Itapetininga, Pindamonhangaba e Jaboticabal auxiliavam suas escolas de Odontologia, o que não ocorria com essa, da cidade de Piracicaba.
Em 28 de março de 1927, o Correio Paulistano publicou telegrama recebido do Rio de Janeiro: “O Sr. Ministro da Justiça concede equiparação aos institutos federais congéneres à Escola de Odontologia de Piracicaba, cuja denominação a diretoria mudou para Escola de Odontologia " Washing¬ton Luiz”.
Em maio de 1929, a Escola adquiriu o prédio onde residiu o Dr. Prudente de Moraes, à rua Santo António, esquina com a rua 13 de maio (hoje, rua Santo António, 641, sede do Museu Histórico e Pedagógico Pru¬dente de Moraes).
Em 1930, diplomou-se Carlos Aldrovandi, orador de sua turma e mais tarde professor de Prótese da Faculdade de Farmácia e Odontologia da Universidade de São Paulo. O professor Aldrovandi foi o diretor instalador da Faculdade de Odontologia de Araçatuba, simultaneamente à instalação da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (F.F.O.P), na década de 1950.
A Escola de Odontologia Washington Luiz passou a chamar-se Escola de Odontologia Prudente de Moraes, a partir de 6 de julho de 1931, sendo oficializada pelo Decreto-Lei Federal n° 20179. Após a revolução constitucionalista, Getúlio Vargas fechou as Escolas de Odontologia, a maioria funcionando de forma irregular.
Em 1935, a Escola de Odontologia Prudente de Moraes encerra as atividades. Esse estabelecimento de ensino, que projetou Piracicaba duran¬te duas décadas, deve sua existência a Jorge Augusto da Silveira, cirurgião-dentista formado pela Escola de Pharmacia e Odontologia D'O Granbery, de Juiz de Fora, estado de Minas Gerais. Idealista, viu a Faculdade evoluir graças à sua abnegação e sacrifício, pois muitas vezes colocou verbas pes¬soais para mantê-la. Posteriormente mudou-se para a cidade de Santos, onde hoje encontram-se alguns de seus descendentes.
Em 1999, o Dr. Elias Rosenthal, cirurgião dentista instalado na Capital, como Diretor do Instituto Museu e Odontologia de São Paulo, solicitou ao Dr. Reinaldo J. F. Salvego, de nossa cidade, que pesquisasse de 1914 a 1935, no Jornal de Piracicaba, as publicações referentes a esta Instituição de Ensino; este, dedicado como sempre, o fez de forma metódica e o Dr. Elias organizou o histórico. Foram ainda conseguidos importantes registros no primeiro cartório da comarca de Piracicaba, bem como, através do Prof. Guilherme Vitti, cópias de documentos e atas da Câmara Municipal. Esta documentação, doada pelo Dr. Elias Rosenthal, consta do acervo do Museu odontológico “Dra. Grace H. C. Alvarez”, setor cultural da APCD Regional Piracicaba e que conta apoio do SOPRE (Sindicato dos Odontologistas de Piracicaba e região) e da Uniodonto de Piracicaba. Atualmente, por convênio com a Unicamp, ocupa amplo espaço no prédio da Rua D. Pedro II, 627, aberto ao público de segunda a sexta-feira, das 13h às 17h.
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