Elias Salum Cadeira n° 5 - Patrono: Leandro Guerrini |
Duas forças fundamentais da vida social são o isolamento e o contato. É distinto o papel que essas duas forças exercem na experiência de todos os povos. Cada força leva ao desenvolvimento de um tipo de cultura, que contrasta marcadamente com o tipo desenvolvido pela outra. Assim, o isolamento tende a produzir o que certos sociólogos e antropólogos denominam "cultura de folk" ao passo que o contato produz o que chamamos, em linguagem técnica, "civilização".
O desenvolvimento das ciências naturais vem exercendo profundas consequências sobre a nossa vida cotidiana. Desde que Galileu, Brahe, Copérnico e seus contemporâneos começaram a lançar as bases da ciência moderna, gradualmente se foi constituindo um acervo de conhecimentos físicos, químicos e biológicos, cuja aplicação aos problemas práticos enriqueceu imensamente a existência humana. Assim, muitas coisas outrora consideradas milagrosas são hoje comuns: a eletricidade, o telefone celular, o raio-X, a fotografia, a televisão, o computador com seus recursos. Sobressaindo, de forma espantosa, o rádio, pelos inestimáveis e relevantes serviços que presta à coletividade, como é o caso do radioamadorismo, hoje, praticamente substituído pelo e-mail e pelos celulares.
Conheça um pouco do radioamadorismo
O radioamadorismo foi e é um hobby científico, uma maneira de ganhar habilidade e penetrar no fascinante campo da eletrônica, bem como o ensejo de comunicar-se, através das ondas curtas, com qualquer dos radioamadores espalhados por todos os recantos do globo.
São Paulo e Rio de Janeiro foram os primeiros Estados do Brasil a possuírem radioamadores, seguidos do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Pernambuco e Pará. Pela pesquisa feita, o primeiro radioamador brasileiro foi Lívio Moreira, em l909.
As leis internacionais definem o radioamador como um cidadão que, sem interesse pecuniário, como verdadeiro amador, procura treinar-se em comunicações e técnica de rádio, investigando, trocando idéias, aprendendo, observando e cooperando para o desenvolvimento dessa maravilha que é a eletrônica.
Com as transmissões nos seus primórdios, há mais de 100 anos, já havia centenas de radioamadores. Já ao fim da Primeira Guerra Mundial muitos milhares se agruparam, formando ligas, estabelecendo princípios e criando o verdadeiro radioamadorismo. Conseguiram assim, em 1921, o primeiro contato através do Atlântico. Os resultados foram as comunicações ao redor do mundo, alcançadas pela primeira vez em 1924. O número de radioamadores subia, as descobertas continuavam e eram entregues ao uso público.
Dispondo dessa imensa cadeia de estações espalhadas pelo mundo, é incontável o número de serviços que o radioamadorismo prestou no campo humanitário. Veja-se, por exemplo, o serviço que ele prestava à nação em caso de guerra, principalmente como rádio-escuta, em países que se estendiam por milhões de quilômetros quadrados, o que dificultava qualquer outro meio de comunicação. Decorria daí o aproveitamento do radioamador pela sua rapidez e extraordinária penetração. Assim também nas cidades atingidas por enchentes, ou castigadas por tufões, lá estava o radioamador como um timoneiro, sendo o último a abandonar o seu posto, numa demonstração eloquente de sua extraordinária utilidade.
Socialmente falando, é de se destacar a coesão existente entre os radioamadores nacionais ou internacionais, que, quando identificados, em cidades estranhas, pelos colegas é-lhes prestada toda a cortesia, atenção e apoio que se faz necessário. É, enfim, um visitante oficial e por isso é cumulado de toda gentileza possível, numa demonstração evidente do seu alto cunho social na aproximação dos homens no incompreendido mundo de hoje.
Na década de 60, criou-se em Piracicaba "A RÁDIO ESCUTA PERMANENTE", velho anseio da classe dos radioamadores, que viu concretizada a ideia, graças à iniciativa arrojada do "macanudo" PY2-CCN, Com. Arnaldo Ricciari, que ostentou um dos galardões pela criação desta nova e prestante utilidade pública
Em 1835, o pintor norte-americano Samuel Finley Morse inventou um código de sinais que hoje é conhecido como "Código Morse". É o CW, sigla do inglês “continuous” (ondas curtas), que significa "telegrafia". Modalidade e conhecimento aplicáveis aos radioamadores graduados na classe "A" .
CÓDIGO MORSE - USADO INTERNACIONALMENTE
A ..- F ..-. K.-. P.- -. U..-
B -... G - -. L.-.. Q- -.- V...-
C -.-. H .... M - - R -.- W .- -
D -.. I .. N -. S ... X -..- E . J .- - - O - - - T - Y -.- Z - -..
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