Vivemos num vaivém contínuo e desconexo, que nunca chega e não leva a lugar algum. Não raro, nos pegamos realizando tarefas repetitivas e inúteis, na esperança de ter como retorno alguma forma de compensação, que jamais nos é dada. Nosso comportamento cotidiano é tão automático, que muitas vezes duvido que existam aquelas tais normas que nos regulam, ou nos fazem vivenciar fatos. Muitas vezes me pego negando a tal sociologia, pois na minha vida os fatos acontecidos nem sempre estão aliados a caminhos pré-estabelecidos, trilhados somente dentro de parâmetros definidos!
A história diz justamente o contrário do que os sociólogos imaginam, porque ela não ocorre emoldurada por modelos. Ela acontece apenas como uma sucessão de fatos que envolvem pessoas diversas, que vivem vidas particulares. As pessoas que fazem a história não são sempre líderes, que realizam coisas prodigiosas, de tal monta que fazem outras pessoas seguirem seu exemplo. Pelo contrário, a história acontece no seio da humanidade comum, onde ninguém está buscando notoriedade, mas pensando somente naquilo que lhe interessa, porque já que a vida humana é um constante desafio, aquele que se rebela contra o senso-comum, aquele que protesta porque alguma coisa está errada, está se destacando na multidão e na certa está escrevendo a história.
Quem protesta contra situações indesejáveis, sem perceber, subliminarmente é cobrado a assumir um determinado papel, próprio de quem está em posição de liderança e provoca novas adaptações, como também, com suas ações, leva outras pessoas a infringirem as normas, para lutar contra determinados padrões. E mais... Eles nos ensinam que não podemos nos omitir, pelo contrário, devemos sim, dentro de parâmetros bem definidos, tomar as atitudes necessárias, quando assim julgarmos conveniente e de acordo com o momento.
Por outro lado, papéis assumidos como imposição, motivados por normas definidas, não produzem nem realizam, e não raro impedem o crescimento e a ação individual, porque a partir do momento em que assume um papel, o ser se torna o grupo e o formaliza como se fosse o ser.
Assumir livremente desafios, adotar novas atitudes e comportamentos atípicos, são necessidades e não definições históricas e sociológicas, baseadas nas nossas experiências anteriores. Só a liberdade de ser, de sentir, de viver sem a camisa de força do todo humano, nos fará ir esculpindo a vida de acordo com nossa personalidade e dentro do contexto da nossa vivência.
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