Ivana Maria França de Negri
Os bons ares da primavera trouxeram, numa
lufada só, duas agradáveis surpresas para o universo literário de Piracicaba.
Duas exímias esgrimistas da palavra nos
brindaram com seus respectivos livros de crônicas: Maria Helena Aguiar Corazza
e Myria Machado Botelho, que reinaram soberanas em suas noites de autógrafos.
Coincidentemente, as duas escolheram
para ilustrar a capa de suas obras, fotos de quando crianças, evocando a infância,
período mágico da vida. Todos deveríamos manter viva dentro de nós a criança
que fomos um dia. O tempo pode até transformar o exterior, mas a essência
divina de cada ser permanece.
“Crônicas de Maria Helena” e “Fogão a
lenha – Retrato provinciano”, são daqueles livros que a gente saboreia, degusta
cada palavra e se farta de encantamento. E como ambas são poetisas, tudo o que
escrevem se torna extremamente belo e a maneira delas de narrar fatos
corriqueiros, os torna especiais e únicos.
Em suas prosas poéticas, contam
histórias, sagas familiares, lendas e até dividem segredos com os leitores. Com
os dons que Deus lhes concedeu, ora nos fazem chorar, ora sorrir.
Às vezes a carga emocional é tamanha que
lágrimas brotam furtivas ao ler alguma
passagem mais carregada de sentimentos.
E elas vão tecendo tramas, dramas, dias
de sol, de chuva e de esperança. Essas duas guerreiras demonstram uma fé
inabalável em Deus, força essa que as faz superar todas as vicissitudes que a
vida lhes apresenta. E fazem da oração seu alimento diário.
Tanto Maria Helena quanto Myriam
pertencem à Academia Piracicabana de Letras, sendo que Maria Helena é a atual presidente.
As duas escritoras colaboram há várias
décadas na imprensa piracicabana e ganhadoras de importantes prêmios. Outra
marca que as une é o amor à família e a Piracicaba.
Duas magas, detentoras de varinhas de
condão que transformam simples palavras em obras primas. E permitem que os
leitores viajem em seus textos, sintam odores de infância, de bolos caseiros ou
jardins de rosas, de terra molhada, de maresia ou da colônia da vovó.
E as surpresas não param, sons
esquecidos são resgatados, cantigas de ninar de mães, lições de professoras, sinos de capelas,
marchinhas carnavalescas e sons de valsas. E os sabores revivem nas papilas
gustativas, sentimos na boca o gosto do café forte, a doçura de um beijo, o sabor
das frutas apanhadas no pé e das gostosuras natalinas.
Piracicaba só tem a agradecer a essas
duas grandes escritoras por suas penas encantadas que sempre traduzem emoção, e
de certa forma, ajudam as pessoas a aceitarem quando nada há a fazer, mas
também a lutar com garra quando preciso. A jamais perder as esperanças e nunca
deixar de amar, de sentir o amor em todas as suas formas, filial, maternal, conjugal,
pela natureza, a Deus, enfim, amor universal por todas as criaturas.
Para
encerrar, apenas duas palavrinhas a essas duas mulheres especiais: muito
obrigada!
Ivana Maria França de Negri - Cadeira n° 33 Patrono: Fernando Ferraz de Arruda |
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