Marisa F. Bueloni Cadeira no 32 - Patrono: Thales Castanho de Andrade |
Já é ano
novo, por incrível que pareça. Já estamos na segunda semana de 2014. Ano novo,
ano novo, o que traz para o meu povo? Traz a esperança perdida e uma nova fé na
vida?
Traz a
graça de outros tempos, quando havia encanto, música e poesia? E a gente era
tão simples como tudo que havia?
Ano novo,
ano novo, pé no chão, um chinelinho, uma boneca, um bichinho, lembranças do
Natal tão recente e tão próximo, presente.
Ano novo,
ano novo, traz a paz para esse mundo, pois nem se chamando Raimundo se encontra
a solução. Sim, ano novo, ano novo, mais vasto é o meu coração.
Mais
vasta é a fé desta nossa gente brasileira, trabalhadora e que sonha com um
futuro melhor para os filhos, com mais qualidade de vida. Quantos municípios
sem água neste calor de meu Deus! Até mesmo nos condomínios luxuosos as
torneiras estão secas.
E assim,
vamos de semana em semana, de mês em mês até que o ano se finde de novo. Sem
contar que este é um ano de Copa do Mundo e que, por bem ou por mal, ela será
realizada aqui em nosso amado país.
Uns veem
isso como uma completa tragédia, antevendo-se o caos nos aeroportos, no
trânsito das capitais, e na falta de estrutura para receber turistas num evento
desta magnitude. Outros, mais otimistas, apostam no sucesso deste mundial, até
mesmo com a seleção brasileira erguendo a taça.
Não
sabemos como será. Aprendemos que, neste país, mesmo com algum planejamento,
nem sempre as coisas saem como se espera. Na visita do papa, construíram
altares em meio ao que poderia virar lama. E virou. A realização da Copa, até
agora, é uma incógnita para todos nós, brasileiros.
Este será
também um ano eleitoral e o horário político deverá ser disputadíssimo, com
enorme audiência, porque o povo está muito politizado e totalmente preocupado
com o próximo governante da nação. Verdade?
Esse é o
nosso ano novo, onde as enchentes nas grandes cidades se repetirão, pela
intensa impermeabilização do solo, muito cimento no chão e pouca terra, poucas
áreas verdes para absorver a água da chuva.
Ninguém
duvide que as prováveis tragédias deste ano sejam as mesmas desgraças velhas e
batidas que os governantes e políticos conhecem tão bem, e que poderiam ter parte
delas solucionadas com o correto emprego do dinheiro público para as obras
necessárias. Quanto córrego sem canalização; quanta criança atravessando
pinguelas perigosas para ir à escola; quanta comunidade ainda sem luz e sem
água...
Por isso,
não nos animamos muito quando se fala em Copa do Mundo e nas eleições. Porque o
povo conhece os problemas que temos pela frente. É ele quem vive o dia-a-dia
das enchentes, das estradas sem asfalto, das rodovias esburacadas, dos
transportes públicos abarrotados, da falta de saneamento básico. É o povo que
sofre e enfrenta o mau atendimento nos hospitais públicos e desmaia nas filas
de espera.
Por tudo
isso, nós desejaríamos, sim, um ano novo. Novo de verdade. Que o Estado desse
de presente este ano novo ao povo. Melhores condições de vida, mais fé e mais
esperança para o futuro desta nação.
E se o
Brasil não ganhar esta Copa, que diferença faz?
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