Ivana Maria França de Negri - Cadeira n° 33 Patrono: Fernando Ferraz de Arruda |
Um assunto bastante polêmico que veio à
baila depois do episódio acontecido na França quando extremistas islâmicos
mataram vários chargistas do Jornal Charlie Hebdo porque fizeram piada da sua
crença.
Até que ponto vai a liberdade de
expressão? Ela é ilimitada?
Tenho comigo que essa “liberdade” de
exprimir o próprio pensamento e
ideologias, segue mais ou menos aquele adágio popular: “o seu direito
termina onde começa o do outro”. Por isso a liberdade não pode ser irrestrita e
absoluta. Respeito é fundamental.
A liberdade não pode jamais se apartar
da responsabilidade. O discurso é livre, mas há que se ter cautela. Não se pode
fugir do respeito e dos princípios básicos morais. Nada justifica as mortes
acontecidas na França por ações terroristas. Mas acirrar ódios, debochar,
ridicularizar, ironizar, desrespeitar crenças e raças, são formas de agressão.
Se a liberdade fosse irrestrita quem
quisesse andar nu pelas ruas poderia fazê-lo sem restrições. Mas o que acontece
se alguém sair pelado por aí? Certamente será preso por atentado ao pudor.
A democracia, num estado laico, consagra
a liberdade de imprensa, condenando a censura. As pessoas se acham no direito
de escrever qualquer ideia, acobertadas por essa tal liberdade de expressão. Só
que as publicações, tipo jornais diários, não aceitam pornografia,
obscenidades, apologias ao cigarro, às drogas, à prostituição e às aberrações –
tudo o que não é natural e leva o ser humano a se degradar, afinal, essas
leituras fáceis podem cair nas mãos de crianças e adolescentes com
personalidades em formação, cujas mentes ainda não possuem discernimento para
julgar o que é certo e o que é errado, e que acabam absorvendo ideias negativas
que podem corromper para sempre o seu caráter.
Também não é lícito caluniar, difamar,
insultar ou acusar sem provas. Nem é
sensato ofender outras crenças, raças, povos e nações, alegando o uso da livre
expressão. As pessoas confundem criticar com ofender. Críticas, quando bem
elaboradas, podem ser engraçadas e até construtivas, já a ofensa e a calúnia
não tem graça alguma.
É claro que cada um tem o direito de
escrever o que bem entender, mas os responsáveis pelos jornais e revistas de
grande circulação, têm sob sua responsabilidade
o publicar ou não, caso acharem
conveniente ou prejudicial. Para isso existem publicações específicas e
direcionadas a certas faixas de leitores. São espaços alternativos direcionados
a um público restrito. Algumas revistas são devidamente embaladas e tarjadas
como impróprias para menores pelo teor que encerram.
Hoje em dia o que se vê, são mordaças
veladas, pois o capitalismo pode comprar as línguas e as penas, e abafar o que
não achar conveniente. Os leitores engolem tudo o que a mídia apresenta sem
investigar se é verídico ou não.
A liberdade de expressão e de imprensa
têm de se pautar na ética, no bom senso e no respeito.
Será que os cartunistas do jornal
Charlie Hebdo tinham noção de que estavam brincando com fogo?
Não se pode calar as bocas assim como
não se pode deter as penas. Elas devem gritar, escrever e desenhar aos quatro
cantos. Mas o bom senso e a prudência devem prevalecer sempre. Fanatismo tem
limites e liberdade de expressão também.
Um comentário:
Concordo com suas palavras...
Liberdade tem limite sim, igualdade é respeitar e ser respeitado e fraternidade é estar na pele do outro para saber o que ele sente e ajudá-lo.
Dirce
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