Elda Nympha Cobra Silveira
A maioria dos
seres da humanidade se preocupa com o dia de amanhã e esse futuro se torna o
algoz de nossas vidas. Desde o nascimento há certa expectativa sobre o futuro
daquela pequena criança. Ela é educada para o futuro e se pensarmos bem, o
futuro é como o pote de ouro esperado no fim do arco íris... Se imaginado
ilusoriamente na ânsia de encontrar o ouro que irá transformar nesse esperado e
cultuado futuro, no final, a espera talvez não seja recompensada. Os anseios se
transformam com o passar dos anos, e com a maturidade, concluímos que nos
desgastamos prevendo e nos preparando para o que estaria por vir, sem
enxergarmos que é infeliz o espírito preocupado com o futuro. Como não sabemos
para onde ele nos conduz estamos sempre ansiosos porque nos projetamos para
além do agora. O que sou o sou agora, porque já o fui e adiante o serei. Tememos,
nos angustiamos, ansiando pelo amanhã e perdemos de viver o dia de hoje, que é
o real, e existe para desfrutarmos dele, vivermos plenamente dele sem que a
busca pelo amanhã frustre essa alegria verdadeira.
Adianta pensarmos: “vou à piscina ou praia amanhã”, se nem sabemos se
estaremos vivos? É como se diz “o futuro a Deus pertence”. Não estou fazendo apologia
da insensatez, de ser incauto com a vida que levamos. Se pensarmos que ao
entrarmos num avião, ou carro, quando atravessamos uma rua, vai acontecer um
acidente viveremos sempre com medo. Eu já fui assaltada, juntamente com meus
familiares, mas não fico vendo um assaltante em cada sombra, mesmo que com o ocorrido, todo o plano de
férias e alegria poderia ter acabado,
por ali mesmo, em tragédia.
O futuro é uma incógnita e se programarmos certas atitudes que teríamos
nessas ocasiões, tenho certeza sairiam diferentes. Fatos inesperados para o
pior, ou para melhor, são alavancas e nos fazem tomar rumos inusitados. Às
vezes vamos viajar e saímos esperando discordâncias entre as pessoas com quem
vamos conviver e já ficamos de prontidão, com o pé atrás, como se diz, mas se
viajarmos com os ânimos voltados para a harmonia muito será tolerado, ou vamos
rir de certos desajustes e levar a
situação como uma piada. Se chover, ou fizer sol dependendo do humor, ficamos
em casa aproveitando para conversar, jogar baralho, ver televisão e curtir a
graça espontânea das crianças. Isso rejuvenesce.
Se fizer sol é só sair para passear como fizemos em Campos do Jordão, aproveitando
as belezas do lugar. Programa é o que não falta nessa cidade com ares europeus com suas avenidas de plátanos e
hortênsias de nuances azuladas, cor de rosa e outras mais. Sentar numa das
mesas do Baden, ou à noite, ir a um restaurante saborear um rosti com uma taça
de vinho tinto ou um bom fondue de chocolate, com toda família reunida
conversando e rindo, é a melhor coisa do mundo. Esse é um bom começo de ano!
Se cada dia for vivido com acerto, logicamente teremos um feliz ano-novo.
Se vivermos cada dia, cada ano sentindo-nos bem conosco e com os outros, com
certeza tudo dará certo. O sol chega todo dia para iluminar a Terra e a lua
para derramar seu luar. Quem for sensível poderá até ser despertado para um
romance latente e resolver declarar seu amor no agora e não no amanhã.
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