Rio Piracicaba

Rio Piracicaba
Rio Piracicaba cheio (foto Ivana Negri)

Patrimônio da cidade, a Sapucaia florida (foto Ivana Negri)

Balão atravessando a ponte estaiada (foto Ivana Negri)

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Presidente: Vitor Pires Vencovsky Vice-presidente: Carmen Maria da Silva Fernandes Pilotto Diretora de Acervo: Raquel Delvaje 1a secretária: Ivana Maria França de Negri 2a secretária: Valdiza Maria Capranico 1o tesoureiro: Edson Rontani Júnior 2o tesoureiro: Alexandre Sarkis Neder Conselho fiscal: Waldemar Romano Cássio Camilo Almeida de Negri Aracy Duarte Ferrari Responsável pela edição da Revista:Ivana Maria França de Negri

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segunda-feira, 23 de julho de 2012

A dupla face da Igreja Católica

Armando Alexandre dos Santos
Cadeira n° 10 - Patrono: Brasílio Machado

O caso do bispo argentino fotografado há poucas semanas em circunstâncias escandalosas, impróprias a sua condição, ocupou páginas inteiras de alguns jornais, que aproveitaram a ocasião para criticar a Igreja Católica pela manutenção do celibato eclesiástico. Seu imediato pedido de renúncia, obviamente determinado pelo Vaticano, não mereceu o mesmo estardalhaço publicitário.
Criticar a Igreja é moda, em muitos ambientes. O preconceito anticatólico é o único preconceito admitido e até estimulado no mundo acadêmico, segundo afirma Thomas E. Woods Jr., professor norte-americano, na abertura do seu notável livro “Como a Igreja Católica construiu a Civilização Ocidental” (Editora Quadrante, São Paulo, 2008).
É óbvio que, infelizmente, inúmeros eclesiásticos dos vários níveis, até os mais elevados, não cumprem, como deveriam, suas obrigações. Há muita coisa na sua conduta que deveria ser diferente, para que os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo fossem seguidos. Esse é o lado humano, frágil, doente, da Igreja Católica. É a face terrível da instituição. Por mais que sejamos católicos, não podemos fechar os olhos diante dessa realidade.
Mas também não devemos jamais devemos esquecer o outro lado: a Igreja é de instituição divina e, enquanto tal, por cima das misérias humanas tem uma outra face, pura, santa, imaculada. E mesmo nas piores horas, mesmo nos momentos de crise mais intensa, como o atual, essa face se manifesta magnificamente.
Ainda recentemente recebi, por e-mail, um espetáculo de Power Point lindíssimo, sobre tratamento de aids no mundo inteiro. A única instituição internacional que desenvolve em todo o mundo um trabalho sério, eficiente e dignificante para ajudar os aidéticos é a Igreja Católica. Inúmeros estabelecimentos católicos funcionam em todo o globo  (e especialmente na África, continente mais atingido pela epidemia) para auxiliar, material e espiritualmente, os aidéticos. São estabelecimentos discretos, humildes, que não chamam a atenção sobre si, mas atuam eficazmente.
Existem milhares e milhares de ONGs coletando dinheiro e fazendo demagogia a propósito da aids, e aproveitando para criticar a Igreja porque combate, por razões morais, o uso da camisinha, mas na prática, quem trabalha mesmo, em favor dos aidéticos, é a Igreja...
Esse “outro lado” da questão, a justiça manda não omitir.
De fato,  a Igreja tem um lado divino e um lado humano. O lado divino é, insisto, puro, santo, imaculado. Sem ele seria impossível uma instituição tão contrária a todos os valores que o mundo habitualmente preza, cultua e até idolatra, sobreviver durante 2 mil anos. Como escreveu um autor francês do século XIX, “l´Eglise est une enclume qui a usé bien de marteaux” (a Igreja é uma bigorna que já gastou muitos martelos). Eles bateram, bateram, bateram, gastaram-se... e a Igreja continua de pé. Voltaire previa o fim da Igreja para o final do século XVIII... Como estava enganado!
Mas há também o lado humano, no qual há miséria, há podridão, há crimes. Não podemos fechar os olhos para essa realidade, como também não podemos esquecer o lado divino.
Creio que o que exprime bem essa dicotomia, essa aparente contradição entre o divino e o humano na instituição da Igreja Católica, é o episódio ocorrido com o historiador alemão Ludwig von Pastor (1854-1928). Ele era protestante e, certa ocasião, desafiou publicamente a Igreja Católica a abrir os seus arquivos secretos. Tinha certeza, afirmava, de que eles jamais seriam eles abertos, para não serem revelados horrores tremendos...
Na ocasião, acabava de ser eleito Papa Leão XIII, que mandou dizer a Pastor que os arquivos do Vaticano estavam inteiramente abertos para ele. No início, Pastor não acreditou, mas viajou para Roma e ali encontrou, realmente, todas as facilidades em seu trabalho de pesquisa. Nada lhe foi negado, nada lhe foi escondido. Ele passou anos trabalhando e produziu uma obra monumental, em 40 volumes, com a história dos Papas desde a Renascença até o final do século XVIII. Nessa obra, registrou todos os horrores (e foram realmente horrores, é inegável) de Papas renascentistas.
A certa altura da sua pesquisa, solicitou e obteve uma audiência com Leão XIII. Apresentou-se ao Papa, agradeceu as facilidades que obtivera na pesquisa e, para grande surpresa de Leão XIII, declarou que desejava tornar-se católico. O Papa, muito espantado, respondeu:
- Mas, Professor, antes de conhecer por dentro os horrores praticados por antecessores meus, o Sr. era contra a Igreja Católica, e agora, que conhece tudo documentadamente, quer ser católico? Não estou compreendendo sua atitude.
A resposta de Ludwig von Pastor foi muito interessante:
- Santidade, eu me convenci de que a Igreja Católica é realmente uma instituição divina. Se nem Papas conseguiram destruí-la, é porque é divina mesmo!

Armando Alexandre dos Santos escreve aos sábados na TRIBUNA PIRACICABANA

2 comentários:

Claudinei Pollesel disse...

li pela Tribuna e agora releio aqui com prazer, admiração e respeito.... belo texto! verdadeiro texto! parabens! valeu o dia!

Claudinei Pollesel disse...

li pela Tribuna e agora releio aqui com prazer, admiração e respeito.... belo texto! verdadeiro texto! parabens! valeu o dia!

Galeria Acadêmica

1-Alexandre Sarkis Neder - Cadeira n° 13 - Patrono: Dario Brasil
2- Maria Madalena t Tricanico de Carvalho Silveira- Cadeira n° 14 - Patrono: Branca Motta de Toledo Sachs
3-Antonio Carlos Fusatto - Cadeira n° 6 - Patrono: Nélio Ferraz de Arruda
4-Marcelo Batuíra da Cunha Losso Pedroso - Cadeira n° 15 - Patrono: Archimedes Dutra
5-Aracy Duarte Ferrari - Cadeira n° 16 - Patrono: José Mathias Bragion
6-Armando Alexandre dos Santos- Cadeira n° 10 - Patrono: Brasílio Machado
7-Barjas Negri - Cadeira no 5 - Patrono: Leandro Guerrini
8-Christina Aparecida Negro Silva - Cadeira n° 17 - Patrono: Virgínia Prata Gregolin
9-Carmen Maria da Silva Fernandez Pilotto - Cadeira n° 19 - Patrono: Ubirajara Malagueta Lara
10-Cássio Camilo Almeida de Negri - Cadeira n° 20 - Patrono: Benedito Evangelista da Costa
11- Antonio Filogênio de Paula Junior-Cadeira n° 12 - Patrono: Ricardo Ferraz de Arruda Pinto
12-Edson Rontani Júnior - Cadeira n° 18 - Patrono: Madalena Salatti de Almeida
13-Elda Nympha Cobra Silveira - Cadeira n° 21 - Patrono: José Ferraz de Almeida Junior
14-Bianca Teresa de Oliveira Rosenthal - cadeira no 31 - Patrono Victorio Angelo Cobra
15-Evaldo Vicente - Cadeira n° 23 - Patrono: Leo Vaz
16-Lídia Varela Sendin - Cadeira n° 8 - Patrono: Fortunato Losso Netto
17-Shirley Brunelli Crestana- Cadeira n° 27 - Patrono: Salvador de Toledo Pisa Junior
18-Marcelo Pereira da Silva - Cadeira n° 28 - Patrono: Delfim Ferreira da Rocha Neto
19-Carmelina de Toledo Piza - Cadeira n° 29 - Patrono: Laudelina Cotrim de Castro
20-Ivana Maria França de Negri - Cadeira n° 33 - Patrono: Fernando Ferraz de Arruda
21-Jamil Nassif Abib (Mons.) - Cadeira n° 1 - Patrono: João Chiarini
22-João Baptista de Souza Negreiros Athayde - Cadeira n° 34 - Patrono: Adriano Nogueira
23-João Umberto Nassif - Cadeira n° 35 - Patrono: Prudente José de Moraes Barros
24-Leda Coletti - Cadeira n° 36 - Patrono: Olívia Bianco
25-Maria de Lourdes Piedade Sodero Martins - cadeira no 26 Patrono Nelson Camponês do Brasil
26-Maria Helena Vieira Aguiar Corazza - Cadeira n° 3 - Patrono: Luiz de Queiroz
27-Marisa Amábile Fillet Bueloni - cadeira no32 - Patrono Thales castanho de Andrade
28-Marly Therezinha Germano Perecin - Cadeira n° 2 - Patrona: Jaçanã Althair Pereira Guerrini
29-Mônica Aguiar Corazza Stefani - Cadeira n° 9 - Patrono: José Maria de Carvalho Ferreira
30-Myria Machado Botelho - Cadeira n° 24 - Patrono: Maria Cecília Machado Bonachela
31-Newman Ribeiro Simões - cadeira no 38 - Patrono Elias de Mello Ayres
32-Angela Maria Furlan – Cadeira n° 25 – Patrono: Francisco Lagreca
33-Paulo Celso Bassetti - Cadeira n° 39 - Patrono: José Luiz Guidotti
34-Raquel Delvaje - Cadeira no 40 - Patrono Barão de Rezende
35- Elisabete Jurema Bortolin - Cadeira n° 7 - Patrono: Helly de Campos Melges
36-Eliete de Fatima Guarnieri - Cadeira no 22 - Patrono Erotides de Campos
37-Valdiza Maria Capranico - Cadeira no 4 - Patrono Haldumont Nobre Ferraz
38-Vitor Pires Vencovsky - Cadeira no 30 - Patrono Jorge Anéfalos
39-Waldemar Romano - Cadeira n° 11 - Patrono: Benedito de Andrade
40-Walter Naime - Cadeira no 37 - Patrono Sebastião Ferraz